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O fast-food que consumimos hoje tem muito mais calorias do que há 30 anos

De 1986 para cá, pratos salgados e doces aumentaram de tamanho e quantidade de sódio, aponta pesquisa

Por Amanda Panteri
4 abr 2019, 15h51
fast food
 (Pexels/Pexels)
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Que os alimentos servidos nas grandes redes de fast food não são nada saudáveis, todo mundo já sabe. Mas uma pesquisa publicada no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, periódico dos EUA, mostrou que o cenário das comidas rápidas piorou muito desde os anos 80. Em uma análise feita com dez restaurantes — quatro deles com filiais aqui no Brasil (Burger King, KFC, McDonald’s e Wendy’s) — descobriu-se que os pratos salgados aumentaram em cerca de 30 calorias por década até os anos atuais, enquanto os doces tiveram um crescimento de 62 a cada dez anos.

E não foi somente a quantidade de calorias que aumentou não. O tamanho das porções ganhou cerca de 13 gramas para os salgados e 24 gramas para as sobremesas. Isso também a cada década desde 1986, viu? A porcentagem de sódio presente aumentou 4,6% a cada dez anos, e a variedade dos cardápios dos restaurantes mais do que dobrou de lá para cá.

Mas o que isso significa?

As refeições ficaram maiores e com mais calorias, mas isso não quer dizer que elas estejam mais nutritivas. “Os alimentos fast food são compostos por ingredientes desprovidos de nutrientes essenciais para o equilíbrio do organismo. Possuem alta concentração de gorduras saturadas, gorduras trans, farinhas refinadas, conservantes e um valor exorbitante de sódio e açúcares”, explica a nutricionista Karla Maciel, consultora da Naiak.

A composição descrita pela nutricionista, quando consumida em excesso, pode afetar nosso metabolismo. E aí, já viu: o nível de glicose no sangue se altera, bem como os de colesterol e triglicérides, há mais riscos de aumento da pressão arterial e de obesidade. Sem contar que, geralmente, os lanches escondem um ingrediente secreto, o glutamato monossódico. Apesar de incorporar certo sabor nos alimentos, ele não passa de “um composto químico que pode desencadear diferentes danos à tireoide e desenvolvimento de doenças neurológicas”, diz Karla.

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Outra questão muito preocupante é a do sal presente nos pratos. Grandes quantidades dele podem gerar efeitos negativos em todo o corpo, que incluem prejuízos aos rins, retenção de líquido (contribuindo para possíveis varizes) e até mesmo alterações no metabolismo ósseo. “Um combo de fast food, por exemplo, composto por lanche, batata-frita e refrigerante pode alcançar o valor de 1500 miligramas de sódio, sendo que a recomendação diária para este mineral é de 2 mil miligramas. Ou seja, em apenas um almoço, é possível atingir quase 100% das necessidades totais do dia”, explica a nutricionista. Não é brincadeira não, amiga!

O que fazer então?

A gente sabe que ninguém é de ferro e que, às vezes, a vontade daquele hambúrguer suculento aparece, não é mesmo? Então por que não cozinhar as próprias receitas em casa? Além de você ter um controle melhor do que coloca na boca (sem conservantes e ingredientes químicos escondidos!), pode optar por preparos mais saudáveis. “A batata, cortada e feita em aparelhos que não utilizam óleos para fritar é uma opção interessante. Além disso, podemos variar o cardápio e assá-la com ervas naturais (cúrcuma, alecrim, orégano) e um toque de azeite de oliva” sugere a nutricionista.

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