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10 perguntas que você deve se fazer quando tiver dor de cabeça

Esse incômodo está atrapalhando a sua vida? Está na hora de descobrir – e brecar – a causa dele

Por Cristina Nabuco (colaboradora)
Atualizado em 17 fev 2020, 15h13 - Publicado em 16 jul 2017, 12h28

Não é só desculpinha para desmarcar compromissos: uma pesquisa do Ibope afirma que 97% das pessoas tiveram dor de cabeça pelo menos uma vez no último mês. E sete em cada 100 passam por isso todos os dias. O problema é comum, mas não deve ser considerado normal – principalmente quando se tem quatro ou mais crises por mês ou, mesmo que menos frequentes, elas estejam abalando (no mau sentido) sua rotina, obrigando você a perder prova, reunião, festa ou treino.

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E, como prevenir é sempre melhor do que remediar, é preciso identificar qual a causa da sua dor. Isso fica mais fácil se você apostar em apps como o Diário da Cefaleia, que registram dia, horário, região, intensidade da dor, e o que você comeu ou fez antes dela. Essas informações são valiosas para o médico fechar o diagnóstico e indicar o tratamento. A BOA FORMA listou as perguntas que você deve se fazer sempre que o pancadão começar.

1. Lembrou de beber água?

O corpo precisa de sais minerais para funcionar bem. “A falta de água afeta a disponibilidade desses nutrientes no cérebro e aciona o mecanismo da dor”, explica a neurologista Vanessa Teixeira Müller, diretora da clínica VTM Neurodiagnóstico, no Rio de Janeiro.

Vaza, dor: Beba 2 litros de líquidos por dia, ou mais, se faz calor ou você suou demais no treino. “Não espere a sede para se hidratar”, diz a especialista.

2. Você comeu bem?

Ficar horas em jejum, ou até mesmo fazer uma dieta que limita muito os carboidratos do menu, priva os neurônios do seu principal combustível, a glicose. Aí, o trabalho das células nervosas fica prejudicado a ponto de causar dor de cabeça. Mas nada de considerar o chocolate um santo remédio, ok? “Excesso de açúcar e gordura também leva a crises”, avisa Vanessa. Além dos doces, alimentos como queijos, embutidos, molho de soja e frutas ácidas são gatilhos da enxaqueca.

Vaza, dor: “Liste o que comeu antes de cada crise e evite os itens que se repetem nas anotações”, orienta o neurologista Mauro Eduardo Jurno, presidente da Sociedade Brasileira de Cefaleia. No dia a dia, alimente-se a cada quatro horas e invista em fontes
de vitamina B2 (fígado e ovo) e magnésio (espinafre, amendoim, sementes de abóbora), que melhoram
a atividade cerebral.

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3. Exagerou no cafezinho?

Quem abusa dele fica mais sujeita a crises. Mas, sim, também existe cefaleia 
por abstinência! Se você, por exemplo, toma várias doses no trabalho e no fim de semana não, pode sentir o efeito da falta de cafeína.

Entenda: Pessoas que incluem café no estilo de vida vivem mais e melhor?

Vaza, dor: O ideal é não ultrapassar três xícaras por dia. Se você ingere mais que isso, reduza gradualmente – tire uma xícara por semana. “Mas não vale trocar o café por chá-preto, mate, bebidas termogênicas e energéticos”, adverte Vanessa. “Elas provocam vasodilatação, que pode acabar em dor de cabeça.”

4. Tomou bons drinques?

Cerveja e vinho tinto são o início de muitas cefaleias. Pior ainda quando você extrapola – e acorda no dia seguinte dizendo que nunca mais vai beber… “A tiramina, substância produzida na fermentação das bebidas, faz os vasos sanguíneos do cérebro pulsarem mais forte, o que atinge em cheio quem tem tendência a dor”, diz Vanessa.

Vaza, dor: A cada dose de bebida, tome duas de água – e jamais beba em jejum.

5. Dormiu bem?

Mulher dormindo na cama
(gpointstudio/Thinkstock/Getty Images)

Trabalho, TV no quarto, celular vibrando a cada mensagem nas redes sociais, barulho externo picotam o sono e diminuem seu tempo de descanso total à noite. E dormir pouco é fatal. Mas não adianta hibernar para recuperar o sono perdido no fim de semana porque isso também leva a crises.

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Vaza, dor: Durma o necessário para acordar disposta – adultos precisam de oito horas de repouso em média. Invista no seu quarto: você vai descansar melhor num lugar escurinho e silencioso e com um colchão confortável. Evite café e exercícios muito intensos à noite.

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6. Tem postura?

Ficar toda torta no sofá ou na cadeira do trabalho pressiona 
a região do ombro e pescoço e pode refletir na cabeça. “Também acontece quando ficamos olhando para baixo, digitando no tablet ou smartphone”, exemplifica Vanessa.

Vaza, dor: Faça exercícios para melhorar a postura – os que trabalham o abdômen e a lombar são indicados para isso. Ao digitar no celular, não flexione a cabeça em direção ao chão. Levante mais os braços, mantendo o aparelho na vertical.

7. Você está estressadinha?

“A tensão do dia a dia pode deixar você com as costas e o pescoço enrijecidos, e, se tiver predisposição, são grandes as chances de sentir dor no fim do dia”, diz Vanessa.

Vaza, dor: Mesmo nos dias mais corridos, faça algumas pausas durante o trabalho para respirar fundo e alongar os músculos. “Ajuda a reorganizar o trabalho dos neurotransmissores, evitando que eles comecem uma cefaleia”, esclarece a médica. Segundo uma pesquisa do governo americano, técnicas de relaxamento também
 são eficazes no controle da enxaqueca. Vale experimentar meditação, massagem, acupuntura, ioga e terapia comportamental cognitiva.

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8. Virou a louca dos remédios?

Os médicos estimam que menos de 30% das pessoas com enxaqueca procuram tratamento. Mas quase todo mundo tem sua cartelinha de analgésico na bolsa. Os neurologistas afirmam que há quem tome mais de dez comprimidos por
 dia tentando uma trégua da dor. Mas ingerir um volume tão alto de remédios desequilibra a produção de neurotransmissores, aumentando a intensidade e a frequência da dor, que passa a ser crônica (você já teve mais de 15 crises nos últimos três meses) – além de agredir o estômago e o fígado.


Vaza, dor: Se o incômodo é frequente, vá a um especialista em vez de apelar para a automedicação. Ele vai indicar medicamentos específicos para resolver a causa, e não só os sintomas, da cefaleia: triptanos, que reduzem o calibre dos vasos e interrompem as crises, e analgésicos opioides e relaxantes musculares, para dores mais resistentes, são os mais conhecidos. Mas, dependendo do seu diagnóstico, pode ser mais eficaz ingerir moduladores de neurotransmissores, antidepressivos ou betabloqueadores (corrigem alterações vasculares).

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9. Está com aquela TPM sinistra?

A variação hormonal no período pré-menstrual é um gatilho comum para dores
de cabeça que acontecem
até o primeiro dia do ciclo.

Vaza, dor: “O treino aeróbico moderado reduz
a frequência e a intensidade das dores de cabeça”, destaca Mauro Jurno. Os exercícios aumentam a presença de serotonina e a liberação de endorfinas no cérebro, duas substâncias que melhoram o humor e aliviam a dor. Prefira uma versão light do seu treino favorito: troque a aula de spinning por um passeio de bike no parque e a musculação com muito peso por pilates.

10. Mudou a pílula?

Enquanto algumas mulheres ganham certo conforto com o uso dela (especialmente se for do tipo contínuo, que suspende a menstruação), outras percebem mais frequência nas crises com o contraceptivo.

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Vaza, dor: Peça ao seu ginecologista uma pílula de baixa dosagem. “Se sua enxaqueca é acompanhada de pontos luminosos ou manchas escuras, opte por um anticoncepcional que traga apenas o hormônio progesterona”, orienta a neurologista Célia Roesler.

Confira: Quer largar a pílula anticoncepcional? Veja métodos sem hormônio

É treta!

Aprenda a identificar os tipos mais comuns de cefaleia

Dor tensional episódica

Deixa a cabeça pesada quando você extrapola na bebida, dorme pouco ou tem um dia daqueles no trabalho. Felizmente, ela cede fácil com analgésico.

Enxaqueca

Causa latejos em um dos lados da cabeça, enjoos e intolerância à luz e ao barulho. “Ela ataca mulheres por causa das oscilações hormonais, que interferem no cérebro. Por isso piora perto da menstruação, dá trégua na gravidez e fica menos frequente na pós-menopausa”, diz a neurologista Célia Roesler, diretora da Sociedade Brasileira de Cefaleia.

Bonde da tecnologia

Toxina botulínica

Acredite: o aliado contra rugas também controla a enxaqueca crônica. A aplicação, feita em 30 pontos na testa a cada seis meses, relaxa a musculatura e previne a dor.

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Tiara metálica

Colocada na testa e acima das orelhas, ela produz leves choques para estimular os nervos do rosto, um alívio para quem não pode fazer o tratamento à base de remédios.

Neuroestimulação

Um dispositivo emite ondas eletromagnéticas para despertar e equilibrar regiões do cérebro envolvidas na eclosão da dor. “É um procedimento seguro e com eficácia comprovada”, atesta Vanessa Müller.

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