Pesquisa inédita: a cada 10 brasileiros, quase 4 têm dor crônica

Mulheres são a maioria dos que sofrem com o incômodo, diz o primeiro estudo nacional feito sobre o tema

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 21 out 2024, 17h37 - Publicado em 12 jul 2017, 19h14
Mulher com dor nas costas
 (fizkes/Thinkstock/Getty Images)
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Quando uma dor deixa de ser um sintoma e vira uma doença ela é considerada crônica. Isso vale, por exemplo, para aquela dor nas costas que não larga você há meses ou a dor de cabeça que dá as caras dia sim, dia também. É o seu caso? Infelizmente, é também o que acontece com 37% dos brasileiros, segundo um novo estudo Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED).

Para a pesquisa, foram entrevistados, por telefone, 919 homens e mulheres de todas as regiões do país. Os resultados mostram que 42% relatam sentir algum tipo de dor e 37% convivem com o incômodo por mais de seis meses – o que faz com que ele seja considerado crônico. “Estudos mundiais mostram que a incidência dessas dores varia de 25 a 45%”, diz o anestesiologista Charles Amaral de Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionistas em Dor (Sobramid).

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Mesmo assim, a situação é preocupante. As regiões do país com mais casos de dor crônica foram Sul (42%), Sudeste (38%) e Norte (36%). No Nordeste e no Centro-Oeste, as porcentagens são de 28 e 24%, respectivamente. Em todas as áreas, o sexo feminino é o que mais costuma apresentar a chateação. “Elas têm maior variação hormonal, o que faz com que fiquem mais suscetíveis à dor. Além disso, as mulheres vão mais ao médico do que os homens, que só procuram assistência quando não conseguem mais aguentar a sensação dolorosa”, analisa Oliveira.

A maior parte das pessoas com queixas do problema está na faixa dos 40 anos de idade. Para Charles de Oliveira, esse dado mostra os desafios que podemos enfrentar nas próximas décadas em termos de saúde pública. “Observando nossa pirâmide etária, temos mais adultos do que idosos. Daí porque há mais pessoas na fase reprodutiva com dores crônicas”, afirma o médico. “Mas, se essa pirâmide inverter e ficar como a de países desenvolvidos, com mais idosos, o cenário vai mudar. E temos que estar preparados para trabalhar com esses pacientes”, afirma.

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Como prevenir

A dor crônica pode se dar de muitas formas. Segundo o presidente da Sobramid, entre as mais comuns estão as dores de coluna, especialmente nas regiões lombar e cervical. O sedentarismo e o uso excessivo de celulares e tablets em posições incorretas são as principais causas dessas encrencas.

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Para evitá-las, é recomendável praticar atividade física regularmente e evitar passar muito tempo nessas telas. “Quando ereta, a cabeça de um adulto pesa 7 quilos, em média. Inclinada a 60 graus, como acontece durante o uso dessas tecnologias, ela passa a pesar 27 quilos”, informa Charles. O ideal é posicionar os aparelhos sempre na linha dos olhos. “Uma dica é cruzar um dos braços na altura do umbigo e apoiar nele o cotovelo do que está segurando o celular”, indica o especialista.

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Se o que incomoda você é a dor de cabeça, evite exagerar nos analgésicos. “Abusar de remédios sem orientação médica pode ser um agravante”, orienta o anestesiologista.

Outras práticas que afastam dores em geral são alimentação saudável e equilibrada, sono de qualidade e fugir de hábitos como o tabagismo.

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