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Alimentos ultraprocessados favorecem risco de depressão, diz estudo

Pesquisa sugere que uma dieta desequilibrada, rica em alimentos ultraprocessados e pobre em nutrientes pode provocar efeitos negativos na saúde mental

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 21 out 2024, 16h42 - Publicado em 13 jun 2023, 15h38
Alimentos ultraprocessados
Alimentos ultraprocessados podem fazer muito mal à saúde | (freepik/Freepik)
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Por serem super saborosos, os alimentos ultraprocessados, açucarados, gordurosos e ricos em carboidratos são capazes de trazer uma sensação de prazer imediato. Entretanto, de acordo com um estudo publicado recentemente no Journal of Affective Disorders, eles, na verdade, são potencialmente perigosos à saúde psicológica.

“O estudo descobriu que essas comidas, que também trazem maior densidade calórica, além de descontrolarem a dieta, uma vez que podem desencadear adaptações neurobiológicas e levar a um comportamento cada vez mais compulsivo, também estão associados a quadros de tristeza”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

A especialista conta que os indivíduos que comem mais alimentos ultraprocessados acabam tendo uma dieta de má qualidade (pobre em proteínas, fibras, gorduras saudáveis, vegetais e frutas), o que representa um fator de risco para a depressão.

“Tanto macronutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras) quanto micronutrientes (vitaminas e minerais) podem ter impactos positivos no humor das pessoas que os consomem. Enquanto a ausência de determinados alimentos na dieta pode contribuir para deixar o indivíduo cabisbaixo, a presença de outros pode potencializar estresses e ansiedades”, diz.

Na pesquisa, 24.674 participantes completaram as avaliações de ingestão alimentar e o questionário de sofrimento psicológico no segundo acompanhamento. Os estudiosos também calcularam o consumo diário médio de alimentos ultraprocessados em termos de energia e peso, convertendo as frequências relatadas de consumo em gramas utilizando tamanhos de porções de alimentos específicos para o sexo e multiplicando-o pela frequência diária.

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Com o objetivo de medir a aflição psicológica, foi usada a Escala de Angústia Psicológica de Kessler (K10), sendo que pontuações elevadas nessa medida apontam a presença de doenças mentais típicas.

“Um total de 13.876 mulheres e 9.423 homens foram incluídos na análise final. Indivíduos que consumiam a maior quantidade de alimentos ultraprocessados ​​eram mais propensos a morar sozinhos. Também eram menos propensos a relatar educação superior, ser casados ou estar em um relacionamento de fato. Também eram menos propensos a se envolver em altos níveis de atividade física”.

Como detalha a médica nutróloga, as pessoas com o consumo mais alto de alimentos ultraprocessados ajustados para a energia apresentaram uma probabilidade 1,14 vez maior de sofrimento psicológico em comparação com aqueles que consumiam menos.

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Essa associação, segundo ela, foi observada apenas em indivíduos que comeram uma quantidade significativa desses alimentos. “Eles não precisam ser completamente proibidos, mas o ideal é que o seu consumo seja minimizado”, aponta.

DIETA COMO UMA ALIADA DO BEM-ESTAR EMOCIONAL

Os neurotransmissores responsáveis pelo bom humor e pela sensação de felicidade são formados por vários nutrientes, sendo que os principais substratos são os aminoácidos, presentes nas proteínas de origem vegetal e de origem animal. Por isso, feijão, ervilhas, lentilhas, grão de bico, soja, amendoim, cereais, carnes em geral, ovos, laticínios, chocolate, abacate, castanha de caju, amêndoas e banana são excelentes opções de alimentos para promover a saúde mental.

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“O ideal é sempre manter um hábito alimentar equilibrado, variado e o mais natural possível, para a síntese adequada de neurotransmissores e manutenção de funções orgânicas, que impactam positivamente o humor e bem-estar”, conclui a Dra. Marcella Garcez.

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