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BBB 24: Lavar o frango, como fez Davi, pode causar intoxicação alimentar

Seja na pia ou em qualquer outro recipiente, lavar o frango favorece proliferação de bactérias e contaminação de outros alimentos

Por Ana Paula Ferreira
Atualizado em 19 jan 2024, 17h48 - Publicado em 19 jan 2024, 17h47

Davi Brito, participante do grupo “Pipoca” do “BBB 24”, chamou atenção ao lavar o frango com detergente enquanto fazia o almoço para os companheiros de reality-show. Mas, afinal, qual é o problema de lavar o alimento antes do preparo?

Segundo Marcella Garcez, médica nutróloga e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia, o frango nunca deve ser lavado, nem na cuba da pia nem em qualquer outro recipiente.

“A prática favorece a proliferação de microrganismos nocivos que são espalhados junto com a água nas superfícies ao redor, aumentando o risco de contaminação cruzada de outros alimentos e, consequentemente, de intoxicação alimentar. Então, é importante não lavar o frango. E não há necessidade de se preocupar com bactérias, pois elas serão eliminadas pelo calor durante o preparo adequado do alimento”, explica a especialista.

Intoxicação alimentar: como ocorre

Segundo Marcella, a intoxicação alimentar ocorre justamente quando uma pessoa ingere alimentos ou bebidas contaminados por microrganismos prejudiciais, toxinas ou produtos químicos.

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“Os sintomas de intoxicação alimentar podem variar dependendo do agente causador, mas geralmente incluem náuseas, vômitos e diarreia, dor abdominal, febre, mal-estar geral, com fraqueza, fadiga e dores musculares. Esses sinais podem surgir de algumas horas a alguns dias após a ingestão do alimento contaminado, pois o tempo de incubação varia dependendo de fatores como o agente patogênico envolvido, a quantidade de microrganismos ingeridos e o estado de saúde geral do indivíduo”, ela diz.

Lavar o frango, no entanto, não é a única causa da intoxicação alimentar. “Além da contaminação cruzada e da ingestão de alimentos contaminados por a bactérias, vírus, parasitas, toxinas e produtos químicos, a intoxicação alimentar também pode ser causada por fatores como consumo de água contaminada, armazenamento inadequado dos alimentos e falta de higiene pessoal durante o preparo”, afirma a médica.

Qual o tratamento indicado?

Nos casos mais leves, que tendem a durar pouco tempo e não causam desidratação, Deborah Beranger, endocrinologista com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ), explica que o tratamento consiste principalmente na hidratação oral e repouso.

“É importante também evitar alimentos que podem aumentar o quadro de diarreia, como aqueles ricos em gordura e leites e derivados”, afirma a endocrinologista.

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Já em casos mais graves e persistentes, que duram por dias e são acompanhados de desidratação, vômitos, febre alta e diarreia acentuada, é fundamental buscar ajuda médica. “Nesses casos pode ser necessária internação para administração de hidratação venosa, reposição de eletrólitos, principalmente sódio e potássio, e uso de medicamentos para melhorar o enjoo e a cólica intestinal. Normalmente, remédios para diarreia não são indicados, pois esses patógenos têm que ser eliminados do organismo”, diz.

Para prevenir a intoxicação alimentar, Deborah afirma que é importante consumir frutas, verduras e legumes frescos e higienizá-los bem, consumir somente água filtrada, sempre lavar as mãos antes de manipular os alimentos e saber a procedência dos alimentos, principalmente daqueles que serão consumidos crus.

“Tome muito cuidado também com a tábua de corte, pois é comum que elas fiquem contaminadas com bactérias, levando assim a contaminação cruzada”, recomenda.

 

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