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Queda de cabelo pós-parto: quais as causas e como lidar?

O chamado eflúvio telógeno é causado pelas altas e baixas hormonais após o nascimento do bebê, causando a queda de cabelo pós-parto

Por Marcela De Mingo
23 mar 2023, 08h00
queda de cabelo pós-parto
A queda de cabelo pós-parte, conhecida como eflúvio telógeno, é resultado das mudanças hormonais (diana.grytsku / Freepik/Divulgação)
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Por mais que o nascimento de um bebê seja um momento maravilhoso para muitas mulheres que sonham em ser mães, é uma experiência bastante traumática para o organismo feminino. Isso porque o parto – e a gravidez – desencadeia uma série de mudanças hormonais que interferem no funcionamento do corpo da mulher e pode causar uma série de consequências – como a queda de cabelo pós-parto. 

E uma vez que o cabelo é um elemento tão conectado à autoestima feminina, é de se esperar que essa queda, às vezes bastante significativa, gere insegurança, medo e até questões mais sérias de autoimagem na mulher. 

QUEDA DE CABELO PÓS-PARTO

A queda de cabelo ocasionada pelo parto tem um nome bastante conhecido: eflúvio telógeno. O termo significa que a queda acontece em uma fase específica do ciclo capilar (a fase telógena, em que a queda ocorre naturalmente), e em diversas partes da cabeça. Basicamente, o corpo “acelera” a queda dos fios que já estavam em processo de cair. 

O eflúvio telógeno pode acontecer por inúmeros motivos – muitas mulheres perceberam essa queda após terem covid-19, por exemplo – e o pós-parto é uma das motivações mais comuns. 

“Durante a gestação, ficamos com os hormônios em alta, e na maior parte das mulheres a pele e o cabelo ficam maravilhosos”, explica Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra e consultora materno-infantil. “No puerpério, há uma queda abrupta destes hormônios, o que leva à queda e enfraquecimento dos cabelos.”

De forma específica, após o parto acontece uma queda brusca dos hormônios estrógeno e progesterona, o que faz o cabelo entrar em fase de queda, ou fase telógena

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A QUEDA DE CABELO É PERMANENTE? 

Por mais que essa queda abrupta de fios seja assustadora a princípio, ela é temporária. O eflúvio telógeno só acelera a queda de fios que já estavam predispostos a cair – lembrando que a troca dos fios é natural e, normalmente, perdem-se, em média, 100 por dia. 

“O eflúvio telógeno é autolimitado”, explica a dermatologista Dra. Viviane Scarpa. “Os cabelos voltam a crescer normalmente. Portanto, apesar das mulheres se preocuparem muito com esta queda, elas devem ter o conhecimento que tudo voltará a ser como antes.”

No entanto, é preciso paciência. O cabelo pode cair mais rápido, mas leva tempo para crescer, e lidar com as falhas no couro cabeludo e o frizz gerado pelos novos cabelos pode ser incômodo. Mas, de novo, é tudo temporário e, nesse momento, oferecer ao cabelo os elementos que ele precisa para crescer com saúde novamente, como uma alimentação equilibrada e uma rotina de cuidados interessante, mas realista, pode acelerar também esse processo. 

DEVO ME PREOCUPAR COM A QUEDA DE CABELO PÓS-PARTO?

Toda queda capilar deve ser avaliada por um dermatologista, mas é importante notar alguns pontos de atenção: 

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“Caso a queda de cabelo, além de difusa, comece a ser também localizada em alguns pontos do couro cabeludo, ou houver também queda das sobrancelhas, ou se o período de queda ultrapassar 6 meses, é importante fazer uma consulta dermatológica”, alerta a Dra. Viviane. 

O acompanhamento com um profissional, mesmo nos casos “comuns” de queda após o parto, colabora para uma rotina de cuidado especializada, com indicação de suplementos e vitaminas, caso necessário, e o uso de produtos ideais para essa fase. 

Vale lembrar que, em média, o início da queda capilar acontece por volta de 3 meses após o parto e pode durar até 6 meses após esse marco. E, não, não existe uma forma de evitar o eflúvio telógeno. Infelizmente, ele é uma resposta natural do organismo às altas e baixas hormonais

O recomendado pela Dra. Viviane é retomar e manter os cuidados com os cabelos como antes do parto e observar a evolução da queda e crescimento dos fios, buscando orientação médica caso necessário. 

“Se a mulher já possui um quadro de alopecia androgenética ou mesmo outras doenças que possam também levar a queda de cabelo, como dermatite seborreica ou anemia por deficiência de ferro, por exemplo, esses devem ser tratados para que o eflúvio não seja ainda mais intenso”, indica a médica. “Manter uma dieta saudável e não usar suplementos sem prescrição médica é uma orientação importante. Excesso de vitaminas também podem causar queda de cabelo.”

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