Musculação pode causar estrias?
Geralmente, as estrias relacionadas à musculação ocorrem devido a um rápido aumento do volume muscular que a pele não consegue acompanhar, o que leva ao rompimento das fibras de colágeno e elastina, responsáveis pela sustentação da pele, devido ao estiramento da região.
O rompimento dessas fibras causa sangramento e, assim, formam-se as estrias vermelhas, que, após a cicatrização, adquirem a coloração branca característica. Ou seja, as estrias não são nada mais que cicatrizes na pele.
Em praticantes de musculação, é comum que as estrias ocorram em locais como coxas e bíceps, principalmente se essas regiões possuíam pouca massa magra antes do ganho muscular. Essas alterações costumam aparecer principalmente em esportistas que utilizam anabolizantes, uma vez que o crescimento dos músculos acontece de forma acelerada.
Então, para ganhar músculos sem provocar estrias, é fundamental fazer um treino adequado e bem orientado, a fim de promover o crescimento gradual da musculatura, sem o uso de anabolizantes. Além disso, a hidratação da pele também é indispensável para manter a elasticidade do tecido cutâneo e prevenir o surgimento da alteração.
Uma pele ressecada é menos elástica, o que favorece o rompimento das fibras de colágeno e elastina, levando à formação de estrias. Por isso, sempre após o banho, é recomendado utilizar um cosmético formulado com ativos de alta capacidade hidratante, como a ureia, óleo de amêndoas, vitamina E e manteiga de karitê. Uma alimentação balanceada também é indispensável para manter a pele bem-nutrida.
Para quem já sofre com as estrias, podem ser adotadas algumas estratégias. As estrias vermelhas, por exemplo, ainda respondem bem ao tratamento tópico, que pode ser realizado com cosméticos específicos formulados com ingredientes como o ácido retinóico e o ácido glicólico. No entanto, essa abordagem não funciona para as estrias brancas, que já estão “cicatrizadas”.
Portanto, no caso das estrias brancas, o melhor é buscar por procedimentos estéticos em consultório, como o Morpheus 8, um aparelho de radiofrequência microagulhada que conta com uma série de microagulhas revestidas em ouro que penetram profundamente na pele e, ao atingirem certa profundidade, emitem radiofrequência para aquecer aquela camada do tecido cutâneo sem prejudicar a superfície, estimulando a produção e a reorganização das fibras de colágeno e elastina.
Dr. Renato Soriani, dermatologista membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).