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O que é o Transtorno de Ansiedade Social (TAS)?

Por Carla Guth
8 dez 2022, 10h45
Mulher deitada em uma cama
 (cottonbro/Pexels)
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O Transtorno de Ansiedade Social (TAS) ou Fobia Social, trata-se de um Transtorno de Ansiedade, onde o indivíduo apresenta um medo constante e excessivo de ser criticado e julgado em situações sociais ou tenha alguma crítica ao seu desempenho, ou seja, o indivíduo vê-se observado e sendo criticado pelas outras pessoas. 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a Fobia Social como o medo de ser observado por outros, levando a pessoa a evitar situações sociais.

Quando a timidez impede o indivíduo de manter o convívio com os amigos, de ir à escola ou até de sair de casa, é fobia e precisa ser tratada. Isso é o que diferencia a timidez da doença. Atualmente a condição afeta 13% da população mundial.

De acordo com a Royal College of Psychiatrists, do Reino Unido, as mulheres têm duas e três vezes mais chances de desenvolver o transtorno.

Seu diagnóstico está associado à presença de três aspectos: sofrimento, incapacitação e desvantagens. 

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Apesar da alta prevalência na sociedade, o TAS é uma condição sub-reconhecida e sub-diagnosticada por estar associada a outras condições clínicas como depressão, transtornos de humor, como distonia; abuso e dependência de álcool e drogas, ideação suicida, transtornos alimentares e outros transtornos de ansiedade.

Os sintomas da fobia social são formados por sensações emocionais e físicas. 

Às vezes, os sintomas podem ser confundidos com timidez. No entanto, suas consequências são muito mais graves.

A pessoa com timidez vai apresentar certo nervosismo em situações que fica exposta, mas a pessoa que apresenta uma sensação mais intensa, aparentando certo pavor e bastante ansiedade, o que a leva a prejuízos em seus estudos, trabalho e social.

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Vamos separar os sintomas de fobia social em comportamentais e físicos:

Comportamentais:

  • Medo de interagir com pessoas desconhecidas, autoridades ou de destaque
  • Medo de demonstrar nervosismo e ansiedade
  • Medo de demonstrar sintomas físicos (como rubor e voz trêmula)
  • Sente-se julgada e avaliada todo o tempo
  • Receio em passar por constrangimentos
  • Ansiedade extrema que antecede um evento, compromisso ou encontro
  • Receio em ser colocado em evidência em alguma situação
  • Receio de chegar em uma sala já com as pessoas sentadas
  • Ficar apreensivo em posicionar-se em discordância com alguma pessoa
  • Receio de expressar sua opinião
  • Pavor de situações em que pode ser avaliado
  • Ficar nervoso ao reunir-se com amigos em uma festa ou colegas do trabalho fora do expediente
  • Receio de atender ao telefone ou outras chamadas
  • Desconforto em manter contato visual com alguém durante uma conversa
  • Entra no looping ansioso, em busca de erros que possam ter cometido em relação ao seu comportamento ou o que falou ou deixou de falar, após participar de qualquer evento

Físicos: 

  • Respiração ofegante
  • Batimento cardíaco acelerado/ palpitações 
  • Boca seca
  • Enrubescimento da face
  • Náuseas ou enjoo
  • Tontura 
  • Dor de barriga e/ou diarréias 
  • Tensão muscular
  • Sudorese

CAUSAS

As causas para fobia social vão desde sua interação com o ambiente e suas experiências e relações, sua personalidade, fatores genéticos/ hereditariedade, estrutura cerebral e fatores neurológicos.

TRATAMENTO

O tratamento pode ser conduzido com psicoterapia, prescrição de medicamentos, normalmente antidepressivos ou ansiolíticos ou unir os dois métodos, caso seja necessário, principalmente nos casos mais graves, onde sua qualidade de vida está bastante prejudicada em diversos setores, como sua vida pessoal, trabalho e relacionamentos pessoais. 

O importante é que o paciente consiga lidar melhor, sem causar perdas significativas, nas situações que envolvam estresse, pois, muitas vezes, o paciente vai se isolando das pessoas, perdendo oportunidades e baixando sua performance nas atividades diárias, o que pode gerar outros transtornos mentais e aviso de substâncias, como álcool e drogas. 

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O aconselhável a fazer, em termos de comportamento, seria estreitar laços com pessoas de sua confiança, assim poderá pedir apoio e compartilhar sua situação.

Vale ainda, buscar grupos de apoio ou terapias de grupo, com o objetivo de trazer um enfrentamento da situação e trazer pessoas para perto para auxiliar. 

Cerca de 70% das pessoas apresentam melhora importante no quadro. Outros 30%, apenas melhora parcial. Mas elas tendem a se perpetuar.

A seguir, algumas sugestões de terapias mais utilizadas: 

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-Treinamentos de habilidades sociais: O tratamento se baseia no uso de técnicas que ensinam os portadores a desenvolverem habilidades verbais e não verbais necessárias à convivência social.

-Terapia de exposição (comportamento): Esse formato se baseia na premissa de que expor a pessoa a situações que lhe causam desconforto de forma repetida pode reduzir os sintomas. Pesquisas indicam que para o tratamento ter efeito prático, é necessário ser repetido muitas vezes.

-Terapia cognitiva: Busca corrigir os pensamentos irracionais que contribuem para o desenvolvimento da fobia. 

-TCC (Terapia cognitiva e comportamental): Esta terapia mistura conceitos da terapia de exposição com a cognitiva. Usando exercícios que façam a pessoa ter conhecimento dos seus pensamentos e exposição a situações problemáticas.

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Respondido por:

Dra. Carla Guth, psicóloga.
Graduada em Psicologia pela Universidade Paulista – UNIP, São Paulo, 1997. Pós graduação em Psicopedagogia, 2012 e Especialização em Família e Construcionismo.
Realização de estudos na área de Filosofia, na PUC e Ciências Sociais na Universidade de São Paulo – USP.
Possui especialização em Família na área Sistêmica Construcionista e na área Cognitivo Construtivista.
Fazendo uma nova especialização em Neuropsicologia na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Cursos nas áreas Forense e em farmacologia no Instituto Sedes Sapientiae.
@carlaguth.psicologia

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