
Vivemos em uma era em que as ofertas de prazer estão por todos os lados. Com um clique, assistimos filmes, compramos o que queremos, conversamos com quem está longe, pedimos comida, recebemos elogios. Nunca foi tão rápido, tão disponível, tão fácil. E ainda assim… nunca estivemos tão tristes, tão cansados, tão vazios.
Isso nos leva a pensar: será que confundimos ter acesso ao prazer com sentir prazer verdadeiro? Será que, ao recebermos tantas doses rápidas de recompensa, esquecemos como se saboreia o simples? Como se descansa de verdade?
Talvez o problema não seja a falta de momentos prazerosos, mas a falta de capacidade de habitá-los com o corpo inteiro, de acolher o descanso sem culpa, sem pressa, sem estar já planejando a próxima coisa.
A vida real, essa que pulsa entre um compromisso e outro, entre um desafio e outro é feita de momentos que nem sempre são espetaculares. E está tudo bem!
A felicidade plena, contínua, perfeita, aquela dos vídeos editados e legendados das redes sociais… ela não existe. E insistir em buscá-la nos afasta da beleza possível que existe no agora.
Descanso como ato de resistência
Talvez descansar, de verdade, seja um ato de resistência. Resistir à lógica da pressa. Resistir à obrigação de ser feliz o tempo todo. Resistir à ideia de que a vida precisa ser extraordinária para valer a pena.
E se descansássemos de um jeito diferente? De um jeito mais profundo, mais consciente? Deixo aqui alguns questionamentos para você se perceber!
1. Observe o que você chama de descanso: “Isso é descanso ou anestesia?” Assistir uma série pode ser prazeroso, mas está te renovando ou apenas entorpecendo?
2. Dê férias para a obrigação de ser produtivo: Enquanto descansa, liberte-se da ideia de “aproveitar bem o tempo”. Você não precisa se tornar melhor, mais eficiente ou mais sábio enquanto descansa.
3. Descanse das redes sociais também: Desapareça do olhar dos outros. Você não precisa ser visto para existir. O descanso mais verdadeiro muitas vezes acontece longe das câmeras.
4. Questione seus hábitos automáticos: Antes de abrir um aplicativo ou ligar a TV, pergunte: “É isso que preciso agora?” Muitas vezes, estamos apenas tentando preencher vazios sem nos perguntar o que realmente nos nutre.
5. Dê espaço para o desconforto: Descansar pode trazer incômodo, ansiedade, sentimentos guardados. Não fuja. Fique. O desconforto é parte do reencontro com você mesmo.
6. Permita momentos de tédio: O tédio é fértil. Não tente preenchê-lo imediatamente. Às vezes, é no tédio que a criatividade, a sensibilidade e a nova energia nascem.
7. Reduza estímulos ao invés de aumentá-los: Nem todo descanso precisa de música, vídeo, conversa ou movimento. Às vezes o verdadeiro descanso é feito de menos: menos barulho, menos estímulo, menos correria.
8. Redefina o que é uma vida boa: Pergunte a si: “Para mim, o que é uma vida boa?” Talvez não seja uma vida de picos e grandes feitos, mas uma vida cheia de presenças. Uma vida boa pode ser mais silenciosa do que você imagina.
Descansar é uma forma de respeito. Respeito por tudo que você já fez. Respeito pela sua finitude. Respeito pelo seu ser humano, que não foi feito para funcionar como uma máquina.
Descansar é dizer para si: “Eu me importo comigo.” É um jeito de amar o que há de mais vivo em você. E é, principalmente, um lembrete de que a vida não precisa ser épica para ser maravilhosa.
Ela só precisa ser vivida. Com verdade. Com amor. E com uma coragem gentil de se permitir existir, mesmo sem aplausos, mesmo sem curtidas, mesmo sem grandes eventos.
Simplesmente existir. E isso já é tudo.
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Oi, eu me chamo Priscila Conte Vieira, mas pode me chamar de Pri! Sou psicóloga, palestrante e mentora. Atuo na psicologia clínica, sou especialista em Psicologia Positiva, pós graduanda em Terapia Cognitivo Comportamental, master em autoconhecimento, coach de vida, practitioner em PNL e também criadora do Podcast Respira, não pira (que tal dar uma conferida lá no Spotify?!)
Estarei por aqui todas as semanas, abordando temas da Psicologia Positiva, felicidade, bem-estar e os auxiliando a serem as suas melhores versões, por meio do autoconhecimento e florescimento. Para saber mais sobre mim e me acompanhar no dia a dia, é só me seguir no Instagram! Estou por lá como @priscilaconte__. Te vejo no próximo Sábado! Até mais <3
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