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Consumo de álcool reduz fertilidade: entenda

O consumo excessivo de álcool prejudica a saúde do organismo e derruba as chances de gravidez

Por Juliany Rodrigues
20 nov 2022, 09h35

Você sabia que até mesmo o consumo moderado de bebidas alcoólicas pode trazer efeitos negativos para o organismo, inclusive para a fertilidade?

O especialista em Reprodução Humana Dr. Fernando Prado, membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE), doutor pelo Imperial College London e diretor clínico da Neo Vita, conta que, segundo um estudo publicado em setembro de 2021, as mulheres que querem engravidar devem evitar o consumo em excesso de álcool.

“Um estudo do ano passado publicado no Human Reproduction, jornal mensal da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE), mostrou que as mulheres que desejam engravidar devem evitar o consumo excessivo de álcool. Na segunda metade do ciclo menstrual, mesmo o consumo moderado de álcool está relacionado a chances reduzidas de gravidez, segundo o trabalho”, explica o Dr. Fernando.

O médico esclarece que o consumo de álcool em qualquer fase do ciclo menstrual está diretamente ligado à diminuição das chances de concepção em comparação com situações em que não ocorre o consumo desse tipo de bebida.

“Isso é importante porque algumas mulheres que estão tentando engravidar podem acreditar que é ‘seguro’ beber durante certas partes do ciclo menstrual. Durante a fase lútea, que são as últimas duas semanas do ciclo menstrual antes que o sangramento começasse e quando o processo de implantação ocorre, não apenas beber pesado, mas também beber moderado foi significativamente associado a uma probabilidade reduzida de concepção”.

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“Se presumirmos que uma mulher típica, saudável e que não bebe na população em geral que está tentando engravidar tem aproximadamente 25% de chance de conceber durante um ciclo menstrual, então, de 100 mulheres, aproximadamente 25 que não bebem conceberiam em um ciclo particular, cerca de 20 que bebem moderadamente conceberiam e apenas cerca de 11 que bebem pesado conceberiam”, completa o especialista.

O estudo pontuou que cada dia extra de consumo excessivo de bebidas alcóolicas foi relacionado a uma redução de aproximadamente 19% nas chances de concepção na fase lútea e de 41% na fase ovulatória. Além disso, os pesquisadores não registraram nenhuma diferença nos resultados em relação aos diferentes tipos de bebidas.

“Os possíveis mecanismos biológicos que podem explicar a associação entre o consumo de bebida e a redução das chances de engravidar podem ser que a ingestão de álcool afeta os processos envolvidos na ovulação, de modo que nenhum óvulo é liberado durante a parte ovulatória do ciclo, e que o álcool pode afetar a capacidade de um óvulo fertilizado se implantar no útero. Portanto, se quer engravidar, evite beber”, conclui o Dr. Fernando Prado.

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