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Autocoleta para HPV: saiba como funciona e como fazer

O lançamento tem como plataforma a campanha #escolhacuidar e contribui para a prevenção do câncer do colo do útero no país

Por Larissa Serpa
Atualizado em 28 nov 2023, 11h21 - Publicado em 27 nov 2023, 12h47

O primeiro teste aprovado por entidades nacionais e internacionais para diagnóstico do Papilomavírus Humano (HPV), que pode ser coletado pelas próprias mulheres e por homens transgêneros, é lançado no Brasil.

O sistema foi desenvolvido pela empresa BD e baseia-se na autocoleta vaginal, que pode ser realizada em casa.

#EscolhaCuidar

O lançamento tem como plataforma a campanha #escolhacuidar, promovida pela empresa, e contribui para a prevenção do câncer do colo do útero.

Este tipo de câncer é o terceiro com maior incidência entre as mulheres brasileiras, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). São estimados mais de 17 mil novos casos no país em 2023, o que torna cada vez mais necessária a ampliação do rastreio da doença.

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“A coleta é prática e feita em poucos minutos, pela própria pessoa, que colhe a sua amostra vaginal. A tecnologia foi criada como uma alternativa aos testes clínicos tradicionais e torna o exame preventivo mais acessível, mais conveniente e igualmente seguro ao método realizado em clínicas e laboratórios”, afirma a ginecologista Neila Speck, professora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

A especialista ressalta que a inovação ajudará a expandir o acesso à saúde no país por diversas razões. “Em primeiro lugar, a autocoleta é um processo muito simples e independe de profissionais para realizá-la. Isso significa que mais pessoas que vivem em áreas remotas ou com acesso limitado aos cuidados de saúde podem ser testadas em um período de tempo menor”, diz.

“Além disso, a autocoleta é um processo menos invasivo, que pode reduzir o estigma associado ao rastreamento do HPV e aumentar a probabilidade para as pessoas fazerem o teste. Muitas mulheres adiam os exames preventivos por não se sentirem totalmente à vontade com o exame convencional. Por fim, também é um método de rastreamento econômico, que pode ajudar a reduzir o ônus financeiro do rastreamento do HPV e torná-lo mais acessível a comunidades com recursos econômicos limitados”, explica  Dra. Neila.

Como funciona a coleta

Após o pedido médico, o paciente pode retirar o kit de autocoleta vaginal em algum laboratório credenciado. Há duas opções de coletas que podem ser realizadas em casa, o Self-FloqSwabs® é semelhante a um cotonete alongado e protegido por um tubo para garantia do transporte – assim não fica em contato com o meio externo até ser analisado pelo laboratório.

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O outro é a Rovers Evalyn®Brush, um dispositivo já conhecido na Europa para esta finalidade, formado por uma haste flexível composta por fibras de nylon que também possibilita a coleta de forma simples e segura. Em ambos os dispositivos, o material deve ser devolvido em até 30 dias para a análise laboratorial.

O dispositivo é colocado dentro da vagina e, após “raspar” a cabeça do aparelho no colo, é colocado em um pote selado (que já vem com o kit). Depois, é só agendar pelo telefone que vem no kit para alguém fazer a retirada e enviar para o laboratório.

O resultado vai para seu médico, que então avalia e agenda uma consulta de retorno para te falar os resultados.

“A autocoleta vaginal não substitui as consultas rotineiras ao ginecologista. O objetivo final é ampliar o rastreio do HPV. Atualmente, a prevenção ao câncer do colo do útero é impactada por dificuldades de acesso ao serviço de saúde, questões culturais, religiosas, dificuldades de locomoção ou desconforto de pacientes. Essa inovação vem contribuir para mudar esse cenário”, finaliza a médica.

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