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Como o tratamento do câncer afeta a fertilidade?

Por Dra. Waleska de Carvalho
Atualizado em 21 out 2024, 22h27 - Publicado em 14 nov 2023, 09h00
tratamento do câncer afeta a fertilidade
Veja os impactos do tratamento do câncer na fertilidade | (freepik/Freepik)
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O câncer é uma doença crônica caracterizada pela multiplicação desorganizada das células, acometendo tecidos e órgãos. É um problema que pode atingir crianças, mulheres e homens em qualquer idade. É a segunda causa de morte no Brasil, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares.

Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer) até 2025 serão diagnosticado 704 mil novos casos de câncer no Brasil. Nas últimas três décadas, houve um aumento de 80% no diagnóstico do câncer em pacientes mais jovens. Por ano, 20 a 30 mil pacientes diagnosticados com câncer se encontram na idade reprodutiva e desejam engravidar.

Esse aumento no número de casos de câncer se deve, principalmente, à mudança no hábito da vida moderna como: sedentarismo, aumento do consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo, consumo de alimentos industrializados e exposição ao sol.

Além disso, algumas infecções podem aumentar o risco de câncer, por exemplo, papiloma vírus, responsável por 90% do câncer de colo uterino, HIV, que aumenta a incidência do Sarcoma de Kaposi, o vírus da hepatite B e C, que aumenta o risco para o câncer de fígado e a infecção pelo HTLVI e HTLVII, que pode estar associada ao risco de leucemia e linfomas de células. Pacientes com a presença do gene para a mutação BRCA1 tem uma chance bastante elevada de ter o câncer, chegando a 87%.

Importante ressaltar que, com o avanço da tecnologia no diagnóstico precoce e no tratamento, houve um aumento significativo no índice de cura do paciente com câncer. Temos que abordar qualidade de vida e planejamento futuro, muitos pacientes que sobrevivem desejam engravidar. O tratamento do câncer pode afetar a fertilidade de forma transitória ou permanente.

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O tipo de tratamento irá depender do tipo do tumor, estadiamento e do estado geral do paciente. Os tratamentos mais utilizados são a quimioterapia, radioterapia e a cirurgia. A quimioterapia e radioterapia têm o objetivo de destruir as células cancerígenas, porém, ao mesmo tempo, destroem também as células sadias. Elas agem especialmente nas células de crescimento rápido, porém podem afetar as células do ovário e do testículo, podendo reduzir significativamente o número de óvulos e espermatozoides.

O efeito do tratamento nas mulheres pode acarretar ausência da menstruação e diminuição do volume do ovário, levando a sintomas como: ondas de calor, vagina seca e redução da libido. Nos homens, pode acarretar uma diminuição na produção do espermatozoide ou ausência.

O risco do impacto sobre a fertilidade irá depender do tipo de medicamentos quimioterápicos utilizados, os mais nocivos são os alquilantes, da dose utilizada, do local da radiação e também da idade da paciente (quanto mais jovem a paciente, menor impacto sobre a sua fertilidade).

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Alguns tumores é necessário o tratamento cirúrgico, podendo ter uma destruição imediata do órgão e da sua função, principalmente os tumores que atingem o aparelho genital feminino (útero, ovário e genitais externos) e o genital masculino (pênis , testículo e próstata).

Recentemente, está sendo utilizada também para o tratamento do câncer a imunoterapia, que tem a finalidade de fortalecer o sistema imunológico para combater as células tumorais. Porém, precisamos de mais estudos sobre o seu efeito sobre a fertilidade.

Algumas medidas podem ser feitas para diminuir o efeito do tratamento do câncer em relação a fertilidade, como o uso de medicamentos antagonistas de GnrH e uso de tomografia computadorizada no tratamento radioterápico.

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Quando o paciente recebe o diagnóstico do câncer, é importante abordamos sobre o desejo de gravidez no futuro, pois seu tratamento pode ter impacto na sua fertilidade e, muitas vezes, a única forma de conseguir ter filhos no futuro é através do congelamento de óvulos ou de espermatozoides antes de iniciar o seu tratamento.

Respondido por:

Dra. Waleska de Carvalho, ginecologista.

 

 

 

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