No BBB 24, Yasmin Brunet diz ter síndrome do intestino irritável. O que é?

Médica nutróloga explica quais alimentos devem ser evitados por quem sofre com a condição. Entenda!

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 21 out 2024, 17h42 - Publicado em 19 jan 2024, 15h30
yasmin brunet
Yasmin Brunet é filha da modelo Luiza Brunet | (Instagram @yasminbrunet/Divulgação)
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Além de ter desabafado sobre compulsão alimentar, durante o BBB 24, Yasmin Brunet também revelou que sofre com a síndrome do intestino irritável. “Eu não posso feijão, lentilha e grão de bico, porque eu tenho síndrome do intestino irritável. Está me arregaçando isso, me fazendo muito mal”, afirmou a integrante do grupo camarote, em conversa com Wanessa Camargo. Mas, afinal, essa restrição com esses alimentos procede? A seguir, tire essa e outras dúvidas a respeito da condição que acomete a modelo.

O QUE É A SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL?

Segundo a Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga e diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia, é um distúrbio na motilidade intestinal, sem associação com alterações de estruturas do trato digestório, nem disfunções bioquímicas.

“Geralmente. se caracteriza por episódios de desconforto, dor e distensão abdominal, podendo estar acompanhados de diarreia e constipação“, conta.

O diagnóstico do problema não costuma ser fácil, uma vez que ele pode ser confundido com algumas doenças mais graves. “É essencialmente clínico, baseado nos sintomas, na ausência de sinais relevantes verificados no exame físico e eventualmente na visualização direta do intestino através da colonoscopia, para descartar diagnósticos diferenciais”.

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A especialista destaca que o estresse é um fator desencadeante importante, assim como doenças psiquiátricas, como depressão e ansiedade. Hábitos alimentares, com o consumo exagerado de alimentos ultraprocessados e pró-inflamatórios, e um estilo de vida inadequado, com má qualidade de sono e sedentarismo, também colaboram para as crises.

“No aparelho digestivo são sintetizadas a maior parte das substâncias chamadas neurotransmissores, como a serotonina, que atuam levando sinais e estímulos ao sistema nervoso, e esse manda sinais ao organismo para sintetizar mais ou menos deles. Essa comunicação entre o cérebro e o intestino deve ocorrer de forma adequada e depende de vários fatores como a dieta, o equilíbrio da microbiota intestinal, a pratica moderada de atividade física, boa qualidade de sono e um controle adequado do estresse”, comenta a médica.

DIETA E TRATAMENTO

“Esses pacientes devem buscar uma dieta de baixa FODMAP (uma sigla para designar carboidratos osmóticos, geralmente fibras, que podem ser de difícil digestão para algumas pessoas). E, portanto, devem evitar alimentos ricos em FODMAPs, entre eles: xarope de milho, mel, maçã, pera, manga, aspargos, cereja, melancia, sucos de frutas, leite de vaca, leite de cabra, leite de ovelha, iogurte, nata, creme, queijo ricota e cottage, cebola, alho, alho-poró, trigo, cuscuz, farinha, massa, centeio, caqui, melancia, chicória, alcachofra, beterraba, aspargos, cenoura, quiabo, couve, lentilhas, grãos de bico, feijão, ervilha, soja, damasco, pêssego, ameixa, lichia, couve-flor e cogumelos”, orienta a médica.

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Segundo à médica, os alimentos ricos em FODMAPs são carboidratos fermentáveis não digeridos pelo trato digestivo humano, entre os principais estão os oligossacarídeos, fruto-oligossacarídeos (FOS) e galacto-oligossacarídeos (GOS), dissacarídeos como a lactose e monossacarídeos como a frutose. No grupo dos pilióis estão principalmente o sorbitol e o manitol.

“A dieta de baixo FODMAP é prescrita temporariamente, até que os alimentos gatilhos sejam identificados, pois como o aporte de prebióticos da dieta é baixo, se for mantida por muito tempo pode levar a quadros de constipação e disbiose. Por ser uma dieta que oferece riscos, deve obrigatoriamente ter orientação profissional”, alerta.

Além do tratamento clínico com reeducação alimentar e mudanças de hábitos, alguns medicamentos e probióticos suplementares específicos também podem ajudar a lidar com a doença.

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“Se os sintomas forem muito prevalentes, esse paciente deve procurar atendimento médico, para descartar outras patologias, identificar os gatilhos, reorganizar a dieta e o estilo de vida”, enfatiza.

“Não há uma receita para o público em geral, porque os alimentos que são causadores de desconforto digestivo para alguns portadores de síndrome do intestino irritável, não são para outros. Porém uma dieta equilibrada, variada e o mais natural possível, aliada à boa ingestão de água e estilo de vida saudável são boas dicas para todos”, finaliza a médica nutróloga.

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