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O que é o climatério e quais os seus principais sintomas?

Período que marca a transição para do fim do período reprodutivo da mulher, é famoso por conta das ondas de calor e outras mudanças hormonais

Por Marcela De Mingo
18 jan 2022, 08h00

A saúde da mulher é definida por uma série de marcos: da primeira menstruação até a última, passando por variações hormonais e alterações até na qualidade dos cabelos e das unhas, é um fato que as mulheres experienciam uma série de sensações ao longo do tempo. Um desses marcos com certeza é a menopausa, que marca o fim do período reprodutivo feminino. Só que ela faz parte de uma fase muito mais longa do que os sete dias do ciclo tradicional, chamada climatério. É sobre isso que vamos conversar hoje. 

O que é climatério? 

Climatério é um período de tempo no qual acontece a transição da fase reprodutiva para a não reprodutiva na mulher“, diz o Dr. Fernando Prado, médico ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana. Segundo ele, é nessa fase que surgem uma série de sinais e sintomas associados à queda da produção dos hormônios femininos, cuja produção diminui, até parar, na menopausa. 

Aliás, falando nela, vale reforçar que a menopausa é uma data. É o dia em que se completa um ano em que a mulher parou de menstruar, em decorrência do fim do período reprodutivo. Já o climatério é toda a fase de transição até essa data. “Só podemos falar em menopausa após um ano da última menstruação”, diz o médico. 

Outro termo bastante recorrente quando se fala em ciclo reprodutivo é a perimenopausa, que pode ser considerado como um sinônimo desse período de transição menopausal ou climatério. “É um período em que o estoque de óvulos se esgota e a produção de hormônios femininos fica bastante reduzida, levando aos já conhecidos sinais e sintomas dessa fase da vida”, continua. 

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Quais os principais sintomas do climatério? 

Como você deve imaginar, um período marcado pela mudança na produção hormonal acarreta uma série de sintomas. Os mais comuns, explica o Dr. Fernando, são alterações no ciclo menstrual e as ondas de calor (os chamados fogachos), além da secura e atrofia vaginal, da insônia, da incontinência urinária, da perda de libido, da depressão e da perda de “energia”, da osteoporose e da alteração no metabolismo de gorduras, principalmente o colesterol e o triglicérides. 

Uma lista como essa, em um primeiro momento, assusta bastante. Mas existem maneiras de aliviar todos esses sintomas. “A mais utilizada são os hormônios, nos chamados esquemas de terapias hormonais“, diz. “São usados, normalmente, estrogênios em diversas vias de aplicação, variando da forma oral, gel na pele ou na região da vulva e vagina e adesivos transdérmicos, além de implantes hormonais.”

Essa terapia visa manter os níveis de hormônios femininos em valores próximos aos encontrados durante a vida reprodutiva da mulher. Segundo o médico, são tratamentos bastante seguros, desde que monitorados de perto por um médico ginecologista. 

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“Além dos hormônios, existem outros tratamentos, como dietas, fisioterapia, higiene mental, atividade física, meditação e outros. O climatério não é apenas ‘falta de hormônio’. É um período da vida em que a mulher passa por transformações e precisa de um entendimento global sobre sua nova fase, que pode ser muito melhor do que as anteriores se bem cuidada”, explica o Dr. Fernando.

Todo tratamento, claro, precisa de uma indicação médica para acontecer, especialmente quando se fala nos hormônios. Nesse caso, as contraindicações são muito específicas, como mulheres que tiveram trombose, fumantes ou com doenças cardiovasculares graves que tenham alto risco para tumores. “Nas mulheres que não apresentam contraindicações, podemos usar os hormônios com grande segurança e sucesso”, reforça. 

Esse tratamento, em especial, busca evitar a atrofia genital, as alterações no metabolismo de gordura e a osteoporose, entre outros sintomas tradicionais do climatério. O tempo de uso ainda é um tema em discussão, mas entende-se que são seguros os hormônios de até 10 anos de uso ou que sejam administrados até os 60 anos da mulher. “No entanto, não há um tempo limite de uso, já que as doses usadas são mínimas. As mulheres podem usar por mais de 10 anos e após os 60, desde que façam acompanhamento médico regular e que as doses do tratamento sejam ajustadas de acordo com as necessidades”, finaliza.

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