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Enxaqueca crônica: o que é, quais são as causas e como tratar

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a condição, que acomete principalmente as mulheres, é um dos maiores motivos de absenteísmo no trabalho

Por Juliany Rodrigues
19 Maio 2023, 14h20

Nesta sexta-feira, 19 de maio, comemora-se o Dia Nacional do Combate à Cefaleia, um mal popularmente chamado de dor de cabeça. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia, 140 milhões de brasileiros são acometidos por esse problema, que é dividido em diversos tipos, sendo a enxaqueca um dos principais.

Tatiane Barros, neurologista, membro da Academia Brasileira de Neurologia e da Sociedade Brasileira de Cefaleia, conta que estudos mostram que a enxaqueca predomina entre as mulheres, especialmente devido a fatores hormonais e ao ciclo menstrual, que é um gatilho importante para as crises.

Quando as dores de cabeça fortes persistem por mais de 15 dias e duram por mais de 3 meses, o quadro pode ser considerado crônico. “A luz, o barulho e até alguns cheiros incomodam. A dor, por sua vez, pode vir acompanhada de mal-estar, tontura, náuseas e vômitos”, diz a especialista.

QUALIDADE DE VIDA COMPROMETIDA

Considerada uma das doenças neurológicas mais incapacitantes do mundo, a enxaqueca crônica provoca sintomas que podem atrapalhar as pessoas na realização de suas atividades diárias, comprometendo a vida familiar, social e profissional.

As dores intensas levam os pacientes a terem mais gastos, uma vez que ocorre o aumento da procura por recursos de saúde, como consultas, exames, atendimento emergencial e internações hospitalares, como afirma a médica.

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Apesar de ser mais comum em adultos até os 50 anos, a condição pode afetar pessoas de qualquer idade. “Muitos indivíduos conseguem estar no trabalho com enxaqueca, mas sem condições de produzir normalmente, por conta dos sintomas”.

CAUSAS

Na maior parte dos casos, a enxaqueca crônica se desenvolve em razão de uma predisposição genética. Entretanto, vários gatilhos podem ser os responsáveis pelo surgimento das crises, entre eles, o estresse e a tensão. Para evitar essa complicação, é importante tomar alguns cuidados:

  • Evitar o consumo exagerado de chocolate, bebida alcoólica, alimentos processados e embutidos;
  • Ter uma alimentação rica em proteínas magras, frutas e vegetais;
  • Praticar exercício físico regularmente e técnicas de relaxamento (ioga, meditação e respiração profunda).

TRATAMENTO

Mesmo que não exista uma cura para a enxaqueca crônica, ela pode ser controlada, diminuindo a frequência das crises e a intensidade dos sintomas.

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A medida mais importante é procurar um neurologista, pois esse profissional poderá recomendar o tratamento mais apropriado, incluindo terapias preventivas que podem envolver a administração de injeções em diferentes regiões da cabeça com a intenção de relaxar a musculatura.

“A aplicação impede que os neurotransmissores levem os sinais de dor até o músculo, reduzindo a percepção pelo sistema central”, esclarece Dra. Tatiane, que também alerta a respeito dos riscos da automedicação e do uso indiscriminado de analgésicos.

“Muitos pacientes de enxaqueca crônica trocam os tratamentos prescritos por medicamentos de fácil acesso – mas esses remédios, em excesso, também podem disparar episódios de enxaqueca“.

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