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Fumar voltou à moda entre os jovens? Veja como combater o hábito

No Dia Nacional do Combate ao Fumo, confira dicas de como conscientizar os jovens sobre os efeitos do cigarro a curto e longo prazo.

Por Marcela De Mingo
29 ago 2021, 08h00

Décadas atrás, aqui no Brasil, um comercial bem filmado de um cowboy em um campo ensolarado anunciava uma marca de cigarros. O comercial passava na televisão em horários restritos, mas, hoje em dia, nem isso. O movimento que vemos é contrário, de combate ao cigarro, com campanhas preventivas e de conscientização. 

Tanto que este domingo, 29 de agosto, é marcado pelo título de Dia Nacional de Combate ao Fumo, uma data que traz à tona a importância do combate ao hábito, especialmente entre jovens. Acredite se quiser, fumar está voltando à moda entre eles, muito por conta da pandemia de coronavírus. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o mundo apresenta, anualmente, 40 milhões de novos jovens fumantes entre 13 e 15 anos, um perigo em tempos de COVID, já que o tabaco interfere na reação do corpo ao vírus, podendo gerar quadros agravados da doença.  

É por isso que a tática mais recomendada para evitar esse novo boom do fumo é a conscientização: “A melhor forma de combater o fumo entre os jovens é esclarecê-los que o fumo prejudica a performance física e sexual”, explica o pneumologista da Clínica Alergo Ar, Dr. José Roberto Zimmerman. “A longo prazo, o fumo pode provocar enfisema, bronquite crônica, câncer de pulmão e bexiga, entre outros”. 

Como conscientizar os jovens sobre o uso do cigarro? 

O tabagismo é uma doença socialmente aceita. Assim como o consumo de álcool, gera dependência e sérias questões de saúde a longo prazo, como comentado acima. No entanto, o cigarro, muitas vezes, é visto pelos jovens como um símbolo de status: seja para parecer “cool” entre os amigos, seja como uma ferramenta de aceitação – no desejo de fazer parte do grupo, o adolescente entra na onda dos amigos e começa a fumar também. A publicidade também acaba tornando o hábito atrativo, o que alimenta o interesse por lucro dessas indústrias. 

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No Brasil, a publicidade sobre o cigarro é proibida – os maços podem apenas estar à vista em estabelecimentos onde são vendidos -, mas a publicidade subliminar é o que gera o maior interesse: personagens de filmes e televisão que fumam, estrelas de reality shows que falam o quanto precisam do hábito no horário nobre (Fiuk, participante da última edição do Big Brother Brasil, da Globo, é um claro exemplo disso, e virou meme na internet pela quantidade de cigarros que fumava por dia), entre outros, são o que alimentam esse imaginário de glamour em torno do hábito.

A questão é que evitar o assunto o torna ainda mais atraente para um adolescente. Nessa idade, é comum as pessoas irem atrás daquilo que é considerado “proibido”, como uma forma de transgressão dos padrões e a educação que receberam em casa. O ponto, então, é apelar para uma conversa franca e aberta, que estimule o jovem a tirar dúvidas e ter consciência sobre os efeitos do cigarro. Alguns pontos a se abordar: 

  • O investimento financeiro: uma pessoa que fuma com frequência tem um gasto mensal considerável em maços de cigarro, isqueiros e até em itens de higiene básica como desodorantes e enxaguantes bucais – afinal, o cheiro de cigarro impregna as roupas e a própria boca. 
  • O efeito na vida das outras pessoas: o cigarro é uma droga lícita que interfere na saúde do fumante e das pessoas que vivem próximas a eles. Filhos de pais fumantes podem desenvolver mais questões respiratórias do que filhos de pais não-fumantes. Essas pessoas são chamadas de “fumantes passivas” e também são mais propensas a infecções respiratórias. 
  • O efeito no meio ambiente: o plantio do tabaco gera desmatamento de florestas, contamina o solo e o ar por conta da secagem das folhas e do uso de agrotóxicos, fora o lixo – uma bituca de cigarro leva até 5 anos para se decompor completamente, e vemos muitas delas nas ruas, praças e calçadas. 
  • O impacto na saúde: a longo prazo, o cigarro acarreta uma série de doenças, dentre elas o câncer de pulmão, o mais frequente entre os fumantes. Questões cardíacas, como infartos, também podem ser uma decorrência do fumo, assim como acidentes vasculares cerebrais e bronquite crônica.
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