Sarcopenia: como identificar os primeiros sinais dessa doença silenciosa

Estudo mostra que doença representa fator de risco para a mortalidade do que a síndrome da fragilidade

Por Maraísa Bueno
Atualizado em 30 jul 2025, 09h13 - Publicado em 29 jul 2025, 14h00
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A sarcopenia é uma doença que precisa de atenção logo nos primeiros sintomas (./Freepik)
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A sarcopenia é uma condição muitas vezes negligenciada, mas com sérias repercussões para a saúde global, especialmente entre idosos e pacientes com doenças crônicas. 

Sua principal característica é a perda progressiva de massa muscular esquelética, força e desempenho físico. A sarcopenia compromete a mobilidade, aumenta o risco de quedas e fraturas e pode afetar significativamente a qualidade de vida.

De acordo com estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Carlos (UFSCAr) e da University College London (Reino Unido), a sarcopenia deve ser considerada um indicador de risco de morte mais preocupante do que a síndrome da fragilidade.

Para a Dra. Iana Carruego, ginecologista da Clínica Elsimar Coutinho SP, a sarcopenia não deve ser considerada apenas um processo natural do envelhecimento. “Trata-se de uma síndrome com impacto direto na autonomia funcional, pois está associada a maior incidência de quedas, depressão, declínio cognitivo e até mesmo mortalidade”.

Sinais de alerta

Os primeiros sinais clínicos da sarcopenia são sutis, mas merecem atenção. Entre os principais, estão:

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  • Redução da força de preensão manual;
  • Dificuldade ou lentidão ao se levantar de uma cadeira;
  • Perda de massa muscular detectável por exames como bioimpedância ou DEXA;
  • Queixas de fadiga e desequilíbrio;
  • Quedas recorrentes; entre outras.

Diagnóstico:

O diagnóstico é feito a partir de três critérios principais: baixa força muscular, redução da quantidade ou qualidade da massa muscular e desempenho físico comprometido — sendo esta última, indicativa de sarcopenia grave.

Causas da doença:

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Embora o envelhecimento seja o fator mais conhecido, a sarcopenia também pode ser acelerada por outros elementos. Segundo a Dra. Iana Carruego, “condições como a síndrome metabólica, a inatividade física, a nutrição inadequada — especialmente a baixa ingestão de proteínas — e os distúrbios hormonais, como a queda dos níveis de estrogênio e testosterona, desempenham um papel relevante na perda muscular”.

Além disso, doenças crônicas e o estresse oxidativo (desequilíbrio entre radicais livres e antioxidantes no organismo) também contribuem para a degradação muscular e resistência anabólica, tornando o processo de recuperação ainda mais difícil.

Exercícios indicados para os idosos com sarcopenia

De maneira geral, o idoso com sarcopenia está perdendo qualidade de movimento, a função do músculo, então os exercícios são aqueles que vão reestabelecer essa função muscular. Além da musculação e algumas metodologias de exercício resistido, pilates, até a própria ioga, dependendo de como ela é administrada, também é importante apostar nos exercícios aeróbicos, que não são especificamente para ganho de massa, e sim para contribuir no reestabelecimento da função muscular.

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“O exercício aeróbio vai exigir mais da condição cardiopulmonar. E aí se você tem um idoso que respira e oxigena melhor, ele terá a circulação mais adequada para fazer exercícios com maior carga. Então uma coisa complementa a outra”, explica Adriana Cognolato, educadora física da ABRASSO, Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo.

Quando estamos falando do idoso, temos de levar em conta as outras comorbidades que ele possa ter, como problemas de joelhos, artrose, hérnia de disco, desgaste no quadril.

“Levando em conta a artrose, dor na coluna, ou outras comorbidades, devo pensar como um todo, ou seja, já não posso dar tanta carga, tampouco administrar tantas repetições nessa sequência de exercício, porque a artrose é um desgaste da articulação, se eu começar a fazer, por exemplo, vários agachamentos, várias repetições de flexão de joelho, na semana seguinte esse idoso não vai andar e sentirá dor. E o tempo que ele ficar parado para diminuir a dor trará mais perda de músculo e de função muscular, então é por isso que o exercício tem que ser individualizado”, explica Adriana.

Ela lembra ainda que individualização não é ter um treinador personalizado, mas ser atendido dentro do grupo pelas necessidades dele como um todo, como um ser integral, não só como alguém que tem sarcopenia.

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