É realmente possível acelerar o metabolismo? Endocrinologista revela

Médica destaca a importância do exercício físico para mantar o metabolismo funcionando corretamente. Entenda!

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 21 out 2024, 17h37 - Publicado em 22 abr 2024, 19h00
é realmente possível acelerar o metabolismo
Veja dicas para acelerar o seu metabolismo | (cookie_studio/Freepik)
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No processo de perda de peso, muitas pessoas culpam o metabolismo lento pela dificuldade em eliminar os quilinhos a mais. Mas, afinal, o que ele é e realmente tem como acelerá-lo? A seguir, a Dra. Deborah Beranger, endocrinologista com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ) fala mais sobre o assunto.

O que é o metabolismo? 

Cientificamente falando, metabolismo é o termo que se refere à todas as reações químicas que ocorrem em nossos corpos para nos mantermos vivos.

“Por meio do metabolismo, o corpo transforma os macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) em fontes de energia necessárias para funções essenciais como respiração e digestão”, diz.

“Quando nos referimos ao metabolismo no contexto do nosso peso, estamos na verdade descrevendo a nossa taxa metabólica basal – o número de calorias que o corpo queima em repouso, determinado pela quantidade de músculo e gordura que temos. Assim, pacientes que querem emagrecer, precisam comer menos calorias do que o corpo gasta. Isso é um balanço energético negativo, ou déficit calórico”, completa a Dra. Deborah.

Entre os principais fatores que podem afetar o metabolismo estão: sexo, idade, peso e estilo de vida. À medida que envelhecemos, o funcionamento dele é comprometido.

“As mitocôndrias, responsáveis pela bioenergia celular não são mais tão funcionais quanto antes. Por volta dos 40 anos, a nossa massa muscular começa a diminuir naturalmente e a proporção entre gordura corporal e músculo aumenta. Um corpo com mais gordura e menos músculo, gasta menos energia – já que a nossa massa muscular puxa para cima nosso gasto energético”, destaca.

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Além disso, o metabolismo também é afetado após um longo período de restrição calórica. “O nosso corpo tende sempre ao equilíbrio. Quando você perde grandes quantidades de peso, ele se adequa a esse novo patamar e é provável que sua taxa metabólica diminua e ela não se recupere ao nível anterior à dieta – mesmo que você recupere o peso. É bom enfatizar que isso ocorre porque o nosso corpo, biologicamente, prefere ter reservas de energia. Então, quando elas são perdidas, há uma reação natural de diminuir o consumo metabólico de energia”, aponta.

Suplementos conseguem acelerar o metabolismo?

No mercado, existem diversos produtos e suplementos que prometem ativar o metabolismo e facilitar o emagrecimento. No entanto, de acordo com a médica, apesar de muitos terem ingredientes que podem aumentar o metabolismo imediatamente após tomá-los (cafeína e capsaicina, por exemplo), o efeito é temporário.

“A maioria dos produtos que prometem ajudá-lo a acelerar o seu metabolismo para perda de peso, sem os dois componentes citados, não oferece muita evidência científica para apoiar a eficácia. A base é o estilo de vida”, comenta. “Então, em vez de procurar um suplemento mágico, há muitas outras coisas que você pode fazer para acelerar o seu metabolismo”, completa.

Dicas para acelerar o metabolismo

A Dra. Deborah garante que tem como acelerar o metabolismo e revela as dicas mais importantes para fazer isso:

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Preste atenção no que você come

A sua alimentação importa (e muito) quando o assunto é o funcionamento do metabolismo.

“A dieta influencia na quantidade de energia que seu corpo gasta para digerir, absorver e metabolizar os alimentos. Este processo é chamado de termogênese induzida pela dieta, ou efeito térmico dos alimentos, e equivale a cerca de 10% do nosso gasto energético diário. O efeito térmico dos alimentos é maior nos alimentos ricos em proteínas, porque o nosso corpo precisa de utilizar mais energia para decompor e digerir as proteínas”, enfatiza a endocrinologista.

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Consumir alimentos ricos em proteína pode aumentar sua taxa metabólica em cerca de 15% (em comparação com a média de 10% de todos os outros alimentos. “Em contraste, os carboidratos aumentarão em 10% e as gorduras em menos de 5%”.

Porém, isso não significa que você tem que basear a sua dieta apenas nas proteínas. “Para apoiar a saúde geral, prevenir doenças e ajudar na perda de peso, as refeições devem incluir vegetais e uma fonte de proteína, equilibrada com carboidratos integrais e gorduras boas”, orienta a médica.

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Movimente-se

A Dra. Deborah afirma que é possível emagrecer sem exercício físico, mas se movimentar é indispensável para aumentar a massa muscular e estimular o metabolismo, o que ajuda a facilitar o processo e a obter resultados mais consistentes. “Aumentar a massa muscular aumenta a taxa metabólica basal, ou seja, você passa a queimar mais calorias em repouso“, informa ela.

Ela recomenda fazer 30 minutos de exercícios de força diariamente. “Também é importante misturar as coisas, fazendo outras atividades como aeróbica ou ginástica, uma vez que seguir a mesma rotina pode rapidamente levar ao tédio, prejudicando a aderência ao plano”, sugere.

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Durma bem

Pesquisas confirmam que a privação do sono prejudica significativamente o metabolismo, especialmente porque o descanso adequado é fundamental para garantir o equilíbrio de hormônios como a leptina e a grelina.

“A falta de sono perturba o equilíbrio energético do corpo. Isso faz com que os nossos hormônios do apetite aumentem a sensação de fome e desencadeiem desejos alimentares, ao mesmo tempo que alteram o nosso metabolismo do açúcar e diminuem o nosso gasto. É uma bola de neve”, fala a endocrinologista.

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Se você quer manter o seu metabolismo saudável, o ideal é dormir pelo menos sete horas ininterruptas todas as noites.

“Uma maneira simples de conseguir isso é evitar telas por pelo menos uma hora antes de dormir. As telas são um grande perturbador do sono porque suprimem a produção de melatonina no cérebro, informando-nos que é dia em vez de noite”, conclui.

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