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Hérnia de disco: como os exercícios físicos podem ajudar

Conheça as causas que levam a esse problema e como os exercícios físicos podem fazer diferença no tratamento da hérnia de disco

Por Ana Paula Ferreira
29 jun 2023, 14h15

Apesar de não ser um nome desconhecido para muitas pessoas, nem todo mundo realmente sabe o que é a hérnia de disco, assim como suas causas e tratamentos.

De acordo com o personal trainer Samorai, especialista em movimentos e treinamento 3Dimensional, essa patologia, que antes era considerada algo relacionada a idosos, hoje acomete todas as idades.

“Isso se dá pelo fato de que, no passado, os trabalhos eram essencialmente braçais. Além do trabalho, o modo de vida daquela época também tinha uma maior demanda física, pois não existiam carros, trens, aviões, navios, elevadores, televisão, videogame, celulares… Ou seja, até se você não tivesse um trabalho, você seria muito mais ativo do que hoje em dia”, afirma ele.

O que é hérnia de disco e quais são as causas

Em uma explicação mais acessível, Samorai diz que o disco é como um amortecedor.

“Por ser uma região muito enervada, vital e sensível do corpo, ele tem inúmeras estratégias para dispersar cargas que poderiam chegar nesta região, comprimindo raízes nervosas ou mesmo gerando inflamações. Essas estratégias vão desde o controle dos movimentos até a força muscular. Se a carga passar por todas essas barreiras, ainda tem o disco para terminar de absorver esse pouco de carga que restar”, ele esclarece.

Devido ao modelo sedentário de vida que grande parte da população tem hoje, os discos estão o tempo todo absorvendo cargas que antes seriam absorvidas pelos músculos, pela cadeia de reação, pelas amplitudes articulares e por um movimento controlado e preciso.

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“Como a função do disco não é suportar tanta carga e com tanta frequência, ele vai se deformando até que algum dia encontre uma raiz nervosa e a dor aparece.”

O profissional explica, ainda, que a hérnia de disco pode ocorrer de duas formas: um acidente ou o resultado de pequenas disfunções que são desenvolvidas ao longo do tempo e que geram compensações no movimento.

“Um exemplo é quando uma pessoa que bate o carro. Nessa batida, uma energia muito grande chega ao disco que não é capaz de suportar e se danifica gerando a lesão. Outra possibilidade diferente é uma pessoa que nunca sentiu nada, está fazendo o que sempre fez e trava, não conseguindo se mexer com uma dor insuportável e sem nenhuma posição que alivie”, aponta o profissional.

No caso de atletas ou pessoas ativas, por mais treinados que sejam, muitas vezes os padrões de movimento não são perfeitos.

“Uma pisada com os pés rodados para fora, por exemplo, pode, e muito provavelmente será, uma causa de hérnia de disco. Um peitoral encurtado também ou até mesmo uma ‘timidez’, ou seja, quando ela se fecha projetando os ombros para frente. Essa posição aumenta significativamente a sobrecarga na base da coluna e isso por si só já seria potencialmente uma causa de uma hérnia.”

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Tratamentos para a hérnia de disco envolvem exercícios físicos

Samorai afirma que as estratégias de tratamento da hérnia de disco vão desde massagens, eletroestimulação e acupuntura, até cirurgias, sempre com o objetivo de resistir à compressão e aliviar os sintomas.

Se movimentar, contudo, tem sido considerado um grande aliado desses cuidados, já que se torna um ótimo meio para reabilitação ou prevenção dessa lesão.

“Ao contrário das abordagens tradicionais, no treinamento 3Dimensional não olhamos o sintoma, mas sim as causas. Toda e qualquer lesão, seja ela hérnia, tendinite ou qualquer outra, não são causas em si, mas resultado da quebra da harmonia do nosso corpo. Esse é um princípio fundamental do pensamento 3D, em condições normais de funcionamento, ninguém deveria ter hérnia”, explica Samorai.

O personal ainda afirma que de nada adianta adotar outras formas de tratamento, se não corrigir também o problema da pisada dela, que é uma das causas da lesão.

“Uma cirurgia ou uma prótese não impedirá que o estresse continue chegando à região, visto que nada mudou em relação à causa”, aponta ele.

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“Resumindo, atividade física é um elemento fundamental para prevenção, mas essa atividade tem que ser com movimentos analisados sob essa ótica, para que disfunções sejam corrigidas e esse movimento seja realizado com controle, precisão, amplitude, força e harmonia”, conclui o especialista.

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