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Tatiana Weston-Webb: “Me orgulho em representar o Brasil no surf mundial”

A surfista brasileira conta para Boa Forma tudo sobre a sua rotina de treinos, os sonhos para o futuro e a preparação para as Olimpíadas de 2024

Por Marcela De Mingo
18 fev 2023, 08h00

Tatiana Weston-Webb é um fenômeno do surfe. Nascida em Porto Alegre e criada no Havaí, nos Estados Unidos, ela começou a surfar ainda nova enquanto observava o irmão, Troy, desafiar as ondas havaianas. 

A partir daí, a brasileira-americana descobriu uma paixão que não só dura até hoje como a levou a algumas das maiores e mais importantes competições do surfe no mundo inteiro – e garantiu o seu lugar na elite do surfe mundial

Atualmente considerada uma das maiores surfistas do mundo, Tatiana espera conseguir o título na primeira etapa de estreia da temporada da Liga Mundial de Surfe – ela já avançou no pipeline e está classificada para as quartas de final. Não só isso, mas tem se preparado, cada dia mais, para representar o Brasil nas Olimpíadas de Paris, em 2024.

Veja, abaixo, a nossa entrevista com a surfista, que conta tudo sobre o amor pelo surfe, a rotina de treinos e o que ela espera da carreira no futuro. 

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Como surgiu o seu amor pelo surfe?

Meu amor pelo surf surgiu desde cedo. Apesar de ter nascido no Brasil, eu fui morar muito nova no Havaí, que é considerado o berço do surf – eu cheguei a surfar com meu pai na mesma prancha e com boias no braço, com apenas 2 anos. A minha história no surf começou de forma espontânea e muito rápida, eu peguei a minha primeira onda com 8 anos e já adorava praticar. Também existiu muita influência do meu irmão, eu seguia ele em tudo, e quando ele começou a surfar eu também quis. Então, de lá pra cá, eu não parei mais, sempre me senti feliz com o surf e me apaixonei cedo pelo esporte. 

Qual a maior dificuldade da sua jornada?

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Atualmente, são as viagens e a adaptação nos diferentes países durante a época de competições. Porém, eu acredito que com a preparação adequada a gente consegue superar essas dificuldades. As viagens são fatores desgastantes, mas é algo que não interfere de forma direta na performance e nos resultados, então eu penso que as dificuldades podem servir também como uma forma de motivação para superá-las e conquistar, independente dos fatores, um melhor desempenho e resultado.

Conta pra gente: como é a sua rotina de treinos?

A minha rotina de treinos é flexível, são treinos desenvolvidos considerando como eu estou me sentindo antes ou durante as competições, com ajuda do meu treinador, nutricionista e até mesmo do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). Se estiver competindo em uma etapa com muitos “days off” (dias de competição em espera), eu faço um treino um pouco mais forte com mais exercícios. Porém, na minha rotina ideal costumo fazer primeiro um treino com alongamentos e exercícios físicos, além dos treinos no mar.

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Você mudou alguma coisa nessa rotina em preparação para as Olimpíadas do ano que vem?

A próxima temporada é classificatória para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, porém a rotina de preparação será com a mesma concentração e determinação dos últimos anos. Existem alguns pontos de preparo para as competições que dependem particularmente do mar e das condições climáticas. Na temporada de 2021 fui vice-campeã mundial e na última em 2022 classifiquei para as finais e finalizei no top 4. A ideia é renovar as preparações e manter o mesmo desempenho, para realizar novamente uma boa temporada e também confirmar a classificação para os jogos olímpicos.

Você chegou na Elite do surfe e é uma das únicas representantes brasileiras da categoria… o que mais você gostaria de alcançar, profissionalmente?

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É um orgulho muito grande representar o Brasil na elite do surf mundial, sou muito feliz e sei a grandeza dessa responsabilidade. Tenho muitos objetivos ainda pela frente, gosto de seguir inspirando meninas brasileiras no surf e podendo colaborar para o crescimento de novos talentos no esporte. Além disso, as principais conquistas que tenho boas chances e gostaria de alcançar seriam: a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos e o título mundial de surf, que seria o primeiro mundial brasileiro na categoria feminina.

Como você lida com a pressão de ser uma atleta de alta performance?

A pressão sempre existe quando competimos em alto nível, sabemos que existem cobranças e a gente também se cobra bastante, mas eu procuro lidar com a pressão de forma tranquila, às vezes é necessário manter a tranquilidade para não afetar o desempenho. Dentro da minha modalidade, as mudanças e cortes que acontecem durante a competição promovem também esse sentimento de pressão nos surfistas. Eu procuro manter o pensamento positivo e continuar praticando para seguir em constante evolução e com a confiança em alta. Durante as etapas eu sempre tento estar feliz e me divertindo, e, consequentemente, desempenhar um bom surf. Sei que preciso estar bem concentrada e sem pensar na pressão durante  a competição para conseguir no final conquistar vitórias importantes.

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Como é a sua relação com a alimentação?

Busco priorizar uma alimentação saudável e equilibrada, com proteínas e carboidratos para manter a energia. Mas às vezes, isso se torna um grande desafio porque, com as constantes viagens, muitas vezes acaba não dando para seguir uma dieta específica porque vai ter lugar que não vai ser possível encontrar o alimento específico que preciso para manter a alimentação durante a competição. Mas, no geral, não tenho uma dieta específica, e faço alguns sacrifícios para conciliar a alimentação também com o período de competições. Porém gosto de comer de tudo – além de carboidratos e proteínas, gosto muito de café, frutas, arroz, feijão e uma salada sempre. 

E o que você prioriza quando o assunto são os cuidados com os cabelos e a pele?

Acredito que principalmente para surfistas, que estão constantemente expostos ao sol e a água do mar, existem alguns cuidados que precisam ser tomados com o cabelo e principalmente com a pele. Além de sempre manter a pele hidratada, antes de iniciar qualquer prática ao ar livre eu protejo a pele com 30 minutos de antecedência, com o uso de filtro solar no fator adequado ao meu tom de pele. Aprendi desde cedo que os cuidados com a pele e com o cabelo já começavam na “pré-praia”, pois os cuidados são igualmente essenciais. Antes de ir pro mar, além do filtro solar também passo um protetor para o cabelo que não agride o mar e que é eficaz contra a água salgada. E no pós-mar, para cuidar e manter os fios saudáveis, faço uma hidratação com máscara, e tenho como truque adicionar ao creme óleos que super funcionam e auxiliam para proteger, deixar leve e hidratado mesmo depois de um dia inteiro de surf.

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