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Os riscos por trás da trend do eletroestimulador no TikTok

Com a função de aliviar dores e estimular os músculos, o dispositivo vem sendo usado de forma imprudente por internautas nas redes sociais

Por Ana Paula Ferreira
Atualizado em 8 Maio 2024, 12h44 - Publicado em 6 Maio 2024, 16h00

Se você é usuário do TikTok, provavelmente já se deparou com algum vídeo da trend do eletroestimulador, onde as pessoas apareciam tentando beber um copo d’água enquanto o dispositivo ficava ativado, prometendo um desafio divertido. Porém, por trás da aparente diversão, usar o aparelho pode oferecer alguns riscos.

 

 

De acordo com Renato Carvalho, CEO do Grupo Relaxmedic, usar para esses desafios com eletroestimuladores é não compreender os riscos envolvidos ao combinar os dispositivos com água, tão pouco os perigos do uso de produtos não regulamentados pela Anvisa e Inmetro. “Agora, mais do que nunca, é urgente conscientizar sobre os perigos dessa brincadeira”, ele alerta.

Mas então, qual é a real função dos eletroestimuladores e como eles devem ser usados? A seguir, a fisioterapeuta e consultora da Relaxmedic, Ana Cristina de Souza, explica.

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O que é e para que serve o eletroestimulador?

Em meio ao fascínio que o produto causou no TikTok, a função principal dos eletroestimuladores não ficou clara, uma vez que eles têm inúmeros benefícios para a saúde e é para isso que devem ser usados.

“É um dispositivo projetado para alívio da dor e estimulação muscular. Ele age direto no foco da dor, emitindo estímulos elétricos que bloqueiam as mensagens enviadas para o cérebro”, explica Ana Cristina.

E completa: “É um método não invasivo, não toxico, que não causa dependência física ou psicológica e não apresenta efeitos colaterais”.

Segundo a profissional, o eletroestimulador é ideal para melhorar o desempenho muscular de praticantes de esportes e para aliviar quadros de dores agudas ou crônicas causadas por fibromialgia, hérnia de disco, lombalgia, cervicalgia, gota, artrite, artrose, tendinite e outros fatores que podem causar dores no corpo, como a rotina diária.

Como deve ser usado?

Para usar o eletroestimulador, basta direcionar os estímulos para a região do corpo mais dolorida, como pescoço, ombros, costas, lombar, braços, cintura, abdômen, pernas, panturrilhas, nádegas, mãos e pés. Nesse momento, provavelmente você sentirá um alívio imediato.

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“Você pode usar quantas vezes achar necessário, não há limites de uso enquanto estiver confortável”, afirma a fisioterapeuta. “Porém, se não estiver confortável, é melhor encerrar o tratamento, pois não está mais trazendo benefícios ao corpo”, completa.

É importante lembrar que, durante o uso do produto, há uma corrente elétrica passando pelo corpo, causando diferentes reações no organismo, como a movimentação muscular involuntária que fez com que o produto se tornasse trend. “É preocupante ver um aparelho tão poderoso virando brincadeira no TikTok”, ressalta Ana Cristina.

Atenção às contraindicações

Segundo a profissional, existem algumas contraindicações para o uso de eletroestimuladores que devem ser respeitadas. São elas:

  • Em pacientes que tenham marca-passo cardíaco, desfibrilador implantado ou outro dispositivo metálico ou eletrônico implantado, porque os estímulos elétricos podem interferir no funcionamento dos dispositivos;
  • Em quadros de apendicites, gastralgias (dor de estômago), hepatite etc;
  • Grávidas, principalmente no primeiro trimestre;
  • Crianças ou pessoas incapazes de expressar sua própria consciência, ou hipersensíveis, pois pode machucar;
  • Cólicas, sem ter certeza de que é menstrual;
  • Uso simultâneo com equipamentos cirúrgicos de alta frequência;
  • Aplicação nas mucosas;
  • Qualquer caso não diagnosticado anteriormente por um médico.

Diante das contraindicações, é importante ressaltar que, para evitar qualquer complicação, o recomendado é consultar um médico antes de iniciar o uso do eletroestimulador, especialmente nos casos de:

  • Doença aguda;
  • Tumor maligno;
  • Doença infecciosa;
  • Gravidez;
  • Disfunção cardíaca;
  • Febre alta;
  • Pressão arterial anormal;
  • Distúrbios sensoriais da pele ou problemas de pele;
  • Incapacidade de expressar sua própria consciência;
  • Em tratamento médico, principalmente os que sentem desconforto, isso pode causar acidente ou problemas de saúde;
  • Cólicas, sem ter certeza de que é menstrual.
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