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Dieta alcalina: o que é e quais alimentos são permitidos

Diminuir o consumo de alimentos “pesados” pode favorecer o processo metabólico; entenda

Por Juliana Vaz
16 fev 2023, 12h48

O metabolismo – a conversão de alimentos em energia – às vezes é comparado ao fogo: ambos envolvem uma reação química que quebra uma massa sólida. Seguindo essa analogia, assim como em uma queimada restam cinzas, ao processar os alimentos, restam resíduos no corpo, chamado de lixo metabólico. Baseados nessa teoria, os defensores da dieta alcalina afirmam que esses resíduos seriam difíceis de digerir e atrapalham o emagrecimento e a saúde no geral.

A Dieta Alcalina afirma que os resíduos deixados por alimentos ácidos tornam o organismo vulnerável a doenças, enquanto as “cinzas” alcalinas são consideradas protetoras.

A teoria da Dieta Alcalina é real?

Não. Não há embasamento científico para essa dieta. O corpo é suficientemente capaz de manter o equilíbrio do pH para seu pleno funcionamento, não havendo necessidade de evitar alimentos ácidos ou priorizar os básicos.

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O QUE É A DIETA ALCALINA

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Nela, escolhe-se os os alimentos a partir do pH, um conceito químico que classifica a acidez das substâncias: ácidas, têm pH menor do que 7, neutras com pH igual a 7 ou alcalinas, de pH maior do que 7.

Certos grupos de alimentos são considerados ácidos, alcalinos ou neutros:

  • Ácido: carne, aves, peixe, laticínios, ovos, grãos, álcool
  • Neutro: gorduras naturais, amidos e açúcares
  • Alcalina: frutas, nozes, legumes e vegetais

A dieta alcalina propõe o aumento da ingestão de frutas, verduras e legumes, resultando em um aumento do aporte magnésio e potássio, micronutrientes capaz de tornar a urina mais alcalina.

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No entanto, é importante observar que o pH varia muito dentro do corpo.

Enquanto algumas partes são ácidas, outras são alcalinas. Ou seja, não há um nível definitivo. O estômago é carregado com ácido clorídrico, o que confere a ele um pH de 2 a 3,5, que é altamente ácido. Essa acidez é necessária para quebrar as moléculas dos alimentos.

O sangue humano, por sua vez, é sempre ligeiramente alcalino, com um pH de 7,36 a 7,44. E uma das principais maneiras pela qual o corpo regula o pH do sangue é a excreção pela urina.

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A DIETA ALCALINA É SEGURA?

Como a proposta da dieta alcalina é evitar o consumo de produtos industrializados, gordurosos, com farinha branca e ingerir mais alimentos alcalinos, de base vegetal, legumes de forma geral, ela não oferece risco.

Embora a dieta alcalina não tenha um vasto respaldo científico, o aumento do consumo de alimentos naturais ricos em fibras, vitaminas e minerais (que coincidentemente são mais “alcalinos”) em vez de produtos ultraprocessados, que são ricos em sódio, gorduras e carboidratos refinados (os mais “ácidos”) acaba trazendo benefícios para a saúde, mas não por conta do pH. 

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Alimentos permitidos na dieta alcalina

Estes alimentos podem proteger o organismo contra inflamações e estresse oxidativo, ajudando a evitar condições como diabetes, por exemplo. 

  • Frutas frescas, inclusive frutas ácidas, como limão, laranja e abacaxi;
  • Legumes e verduras em geral, como alface, tomate, alho, couve-flor, pepino, espinafre e brócolis;
  • Oleaginosas, como amêndoas, castanhas, nozes e pistache;
  • Proteínas: tofu, tempê, feijão branco e proteína do soro do leite;
  • Ervas e especiarias, como canela, curry, gengibre, manjericão, hortelã e sementes de mostarda;
  • Bebidas: água, chás de ervas, água com limão, chá verde;
  • Outros: vinagre de maçã, melaço, alimentos fermentados, como kefir e kombucha.

Quais alimentos devem ser evitados 

É importante lembrar que na dieta alcalina você deve reduzir o consumo de café, doces, bebidas alcoólicas, condimentos do tipo mostarda, ketchup e vinagre. Todos os industrializados que imitam um sabor ácido devem ser eliminados.

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