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Em cômodos pouco iluminados, o contraste entre o objeto de leitura (seja o livro, o tablet ou o celular) e o ambiente é baixo, o que exige esforço dos olhos para enxergar, causando fadiga e um cansaço visual grande. Entretanto, vale ressaltar que isso não provoca início ou aumento de grau de óculos.
No caso específico do uso do celular no escuro, existe o agravante de se tratar de uma tela que emite radiação. A radiação azul emitida pelas telas tem efeitos nocivos aos olhos e efeitos similares aos da radiação ultravioleta na pele, como aumento do melasma.
A quantidade de luz emitida por estes dispositivos eletrônicos é apenas uma fração da emitida pelo Sol, mas a quantidade de tempo que as pessoas passam em uso deles somada à sua proximidade física com o rosto é preocupante.
A exposição intensa à radiação azul dos smartphones e demais eletrônicos pode provocar sintomas de cansaço, esforço visual, perda de sono (pela inibição do hormônio do sono, a melatonina), olhos ressecados (pela diminuição do piscar) e, a longo prazo, degeneração macular da retina (com consequente embaçamento da visão central).
Para reduzir o impacto do uso do celular no escuro, podemos recomendar a ativação do modo de proteção à radiação azul que alguns dispositivos têm, o que deixa a tela amarelada.
No Iphone, chama-se “Night Shift”. Vá em Configurações > Tela e Brilho > Night Shift (ativar). Esse modo de proteção costuma ser mais utilizado à noite e madrugada para não haver comprometimento do estímulo do hormônio do sono, a melatonina. Porém, pode ser usado durante todo o dia para inibir os outros sintomas visuais causados pela radiação azul.
Dra. Luiza Paulo Filho, oftalmologista e oculoplástica
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