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Transtornos alimentares, por Valeska Bassan

Psicóloga aprimorada em Transtornos Alimentares, pós graduanda em Medicina e Estilo de Vida e coaching de saúde no Hospital Israelita Albert Einstein

Emagrecimento e imagem corporal: como se libertar da distorção do espelho

Para algumas pessoas, a jornada do emagrecimento esconde uma luta mais profunda: a distorção da imagem corporal.

Por Valeska Bassan
Atualizado em 4 nov 2024, 14h33 - Publicado em 3 nov 2024, 16h00
Imagem Corporal e Emagrecimento
O processo de emagrecimento pode envolver a distorção da imagem corporal | (freepik/Freepik)
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A busca pelo emagrecimento, muitas vezes, é apenas motivada pelo desejo de melhorar a saúde ou alcançar uma forma física específica.

No entanto, para algumas pessoas, essa jornada esconde uma luta mais profunda: a distorção da imagem corporal. Isso ocorre quando a forma como uma pessoa vê seu próprio corpo difere da realidade, criando uma percepção alterada e até negativa sobre si mesma.

Essa busca desgastante afeta tanto o bem-estar psicológico quanto físico e pode transformar um desejo saudável de emagrecer em um problema já que a imagem corporal distorcida é uma característica comum em transtornos alimentares, como anorexia e bulimia – e não se limita apenas a esses casos.

Mesmo pessoas que buscam apenas perder peso por saúde ou estética, podem se sentir insatisfeitas com o próprio corpo, independentemente das mudanças já conquistadas. Isso acontece porque, para quem sofre de uma percepção distorcida, o foco recai em falhas e imperfeições.

Para transformar a percepção sobre o próprio corpo, é necessário um olhar além dos números na balança e das medidas no espelho. O corpo acessível passa pela compreensão de que o valor de uma pessoa não depende do seu peso ou formato físico.

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Em vez disso, envolve uma reflexão sobre coisas simples que o corpo é capaz de fazer, como caminhar, dançar, respirar e se movimentar.

Quando a autoestima é trocada pelas aparências e foca em como a pessoa de fato se sente, aumentam as chances de construir uma relação mais gentil com o corpo e consigo mesmo. No entanto, essa jornada não é simples.

Vivemos em uma sociedade que, muitas vezes, reforça padrões estéticos inatingíveis, alimentando a crença de que apenas corpos com determinadas características são dignos de valorização. Esse bombardeio constante de imagens idealizadas e comparações pode intensificar a insatisfação com o próprio corpo, especialmente quando a autoestima está vulnerável.

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É por isso que a prática do autocuidado emocional e a busca por fontes de inspiração realistas e positivas são essenciais. A ideia é não negar o desejo de emagrecer, mas redirecioná-lo para um objetivo saudável e sustentável, longe das pressões e cobranças impostas pelos padrões de beleza.

Emagrecer pode ser um objetivo legítimo, mas deve ser buscado com respeito e atenção ao próprio corpo, evitando a armadilha da distorção da imagem corporal.

Para isso, é útil estabelecer metas realistas e focadas em bem-estar, tais como: aumentar a energia, melhorar a disposição, reduzir o risco de doenças e desenvolver um corpo funcional que acompanhe as necessidades e vontades do dia a dia.

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Por fim, é importante lembrar que uma jornada de liberdade e autoestima é contínua e merece paciência e apoio. Quando encontramos forças para desconstruir ideais distorcidos e, em vez disso, acolhemos nossa imagem corporal com compaixão, criamos uma base sólida para qualquer mudança que desejemos implementar – seja o emagrecimento ou qualquer outro objetivo.

Encarar o corpo como um aliado, e não como um inimigo a ser moldado ou transformado, permite que o processo de emagrecimento se torne uma experiência positiva.

Portanto, ao embarcar na jornada de emagrecimento, lembre-se: a jornada de emagrecimento é apenas o começo. Descobrir o verdadeiro valor e vivenciar uma vida plena de autoestima, saúde e felicidade é o único caminho saudável e possível para o sucesso.

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