Dores articulares no frio: parar com os exercícios físicos não é alternativa; entenda
Especialista explica que, com as quedas das temperaturas, o corpo tende a encolher

As temperaturas estão cada vez mais baixas, pois, em breve, o inverno chega e, junto com ele, algumas pessoas começam a relatar sobre dores nas articulações, especialmente nos joelhos, ombros e mãos.
Apesar de o frio poder aumentar alguns sintomas, essas dores articulares não pioram nem surgem devido às baixas temperaturas, o que acontece é que, com a queda da temperatura, as pessoas tendem a se encolher.
A Professora de Educação Física, especialista em prevenção e reabilitação, consultora da Relaxmedic, Patricia Afonso, explica que, o que acontece é que há a constrição da circulação sanguínea e, com isso, os vasos ficam mais estreitos, além de contraturas dos tecidos, tendões e músculos, visando a armazenar o máximo de calor no organismo. As articulações, evidentemente, podem sofrer com tudo isso.
“Quando existe uma lesão prévia, o paciente tem a percepção de piora da dor e pode apresentar dificuldade para se movimentar, além de rigidez nas juntas”, afirma a professora de educação física.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia, cerca de 30 milhões de brasileiros convivem com algum tipo de doença reumática, e a maior parte desses pacientes relata piora dos sintomas durante o outono e o inverno. Estudos indicam que mais de 70% das pessoas com artrite ou artrose percebem aumento da rigidez e da dor articular nos dias frios.
“Esse processo fisiológico, chamado de vasoconstrição, diminui o aporte de oxigênio e nutrientes em áreas como articulações e músculos, provocando rigidez, dor e até inchaço. Além disso, a queda de temperatura torna o líquido sinovial que atua como lubrificante entre os ossos , mais espesso, dificultando os movimentos e aumentando o atrito nas articulações já comprometidas”, explica Patricia.
Em quem as dores articulares no frio mais atingem?
Pessoas que possuem artrose, artrite reumatoide, tendinites, bursites e dores crônicas decorrentes de lesões antigas são as mais atingidas. A especialista enfatiza que pacientes com fibromialgia também costumam sentir uma piora nos sintomas, incluindo maior sensibilidade e rigidez muscular, sobretudo pela manhã.
Os grupos mais vulneráveis a essas dores durante o inverno incluem os idosos, que naturalmente já têm um desgaste nas articulações, pessoas sedentárias, indivíduos com doenças autoimunes e até quem tem histórico de lesões musculoesqueléticas.
Não reduza as atividades físicas!
Apesar da tendência de reduzir a atividade física nos dias frios, especialistas alertam que o movimento é fundamental para manter a saúde das articulações.
“Exercícios de baixo impacto, como caminhadas, pilates, alongamentos e hidroginástica (em piscinas aquecidas), ajudam a preservar a mobilidade, fortalecer a musculatura ao redor das articulações e manter o corpo aquecido, ressalta Patricia.
Hidratação continua sendo ponto importante
Outro fator muitas vezes negligenciado durante o inverno é a hidratação. “Por sentirmos menos sede nessa época, é comum diminuir o consumo de água, o que pode piorar ainda mais o quadro. A boa hidratação é essencial para manter o líquido sinovial em condições ideais e evitar inflamações articulares”, destaca.
O que fazer para aliviar as dores?
Para o alívio das dores articulares no inverno, algumas medidas simples podem ser bastante eficazes, como o uso de compressas mornas, banhos quentes, massagens terapêuticas.
Além disso, a tecnologia tem se mostrado uma grande aliada no cuidado com as articulações, especialmente com o crescimento de produtos voltados para alívio da dor e relaxamento muscular em casa.
“Almofadas térmicas elétricas, massageadores portáteis, pistolas de massagem ajudam a estimular a circulação, aliviar a rigidez e melhorar a flexibilidade. Esses equipamentos, ideais para o uso doméstico, contribuem para a prevenção de crises de dor e oferecem conforto imediato, especialmente nos dias de temperatura mais baixa” aponta a especialista.
“Embora o inverno represente um desafio para quem convive com dores articulares, é possível atravessar a estação com mais qualidade de vida por meio de uma rotina de cuidados simples, movimento diário, alimentação adequada, boa hidratação e, quando necessário, o apoio da tecnologia para manter o corpo ativo e confortável”, finaliza Patricia Afonso.
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