Como a visualização mental pode ajudar você nos seus objetivos
Quando criamos quadros mentais, com riqueza de detalhes, dos resultados que queremos obter, nosso corpo produz endorfina e outras substâncias importantes
Nos Jogos do Rio de Janeiro, o nadador Michael Phelps fechou sua carreira olímpica com 28 medalhas, sendo 23 de ouro, três de prata e duas de bronze. Saiu das piscinas cariocas como o maior medalhista da história das Olimpíadas. Vê-lo nadando em seu ritmo suave e regular faz com que a conquista pareça quase fácil – como se Phelps tivesse um talento natural inigualável. Ilusão. Isso passa longe de explicar o sucesso do nadador americano. Mais fácil entender o fenômeno quando se sabe quê: 1. Phelps treinou todos os dias, 365 por ano, para alcançar seu desempenho estelar; e 2. Pratica a técnica de visualização para alcançar seus resultados. Dia após dia, ele se imagina fazendo um tempo melhor do que o de todos que o antecederam.
“Phelps se enxerga vencendo”, explica seu treinador, Bob Bowman. “Sente o cheiro do ginásio, a água tocando seu corpo, ouve o som da plateia, o cronômetro correndo.” Ok, e o que Phelps, um ícone distante, tem a ver com as suas metas? Tudo, acredita o coach Cersi Machado, membro da Sociedade Brasileira de Neurociência e especialista em técnicas de visualização. “Quando criamos quadros mentais dos resultados que queremos obter, de maneira consciente e livre de sentimentos negativos, podemos mobilizar nosso potencial interior para alcançar os objetivos desejados”, afirma.
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Você precisa fazer alguns “combinados” internos e manter certa disciplina – para, ao visualizar uma meta, não deixar que pensamentos contrários invadam sua mente (nada de pensar em tudo o que pode dar errado durante a corrida ou em como vai se sentir infeliz se subir na balança e o ponteiro não chegar aonde você esperava). Para funcionar, o primeiro passo é ter clareza sobre o objetivo: realmente quer comer de maneira mais saudável ou só está fazendo isso porque todas as suas amigas embarcaram nessa e você não quer ficar de fora? “É preciso perguntar a si mesma: para que eu quero isso?”, recomenda a psicóloga Valéria Meirelles, de São Paulo. “Só nos comprometemos de verdade com uma meta quando ela faz sentido para a nossa vida.” Ótimo, objetivo definido. Mas será que ele é mesmo do seu tamanho?
Não quer dizer que você deva pensar pequeno, mas sim em conquistas factíveis. Não dá para sair do sedentarismo e correr uma meia maratona em um mês – nesse caso, melhor pensar: quero participar (alternando corrida e caminhada quando necessário) de uma prova de 5K no final do mês. É pouco provável que você perca 50 quilos em seis meses ou triplique seu salário em 2017, mas pode começar desde já a cuidar melhor da sua alimentação e montar uma estratégia para crescer na empresa. Pronta?
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Você quer, você pode
A prática da visualização não apresenta contraindicação. Ao contrário: “Criar quadros mentais dos resultados que queremos obter com riqueza de detalhes faz com que o corpo produza endorfina e outras substâncias favoráveis às nossas defesas. Isso acontece especialmente quando a visualização é acompanhada de emoções positivas”, explica Cersi Machado. Também é importante que você esteja certa do que quer. “Quando prevalece a insegurança, a prática deixa de fazer efeito.”