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Isadora Williams: “Nunca considerei competir pelos Estados Unidos”

Em entrevista exclusiva, a atleta de 22 anos fala sobre sua rotina e sua trajetória competindo pelo Brasil – embora tenha nascido em solo americano

Por Luiza Monteiro
Atualizado em 20 abr 2018, 21h06 - Publicado em 19 abr 2018, 17h30

O dia 20 de fevereiro de 2018 foi histórico para a patinação artística brasileira. Isadora Williams, nossa representante na Olimpíada de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul, emocionou em sua performance no programa curto da modalidade. Ao som da canção Hallelujah, interpretada por K. D. Lang, ela obteve a nota mais alta de sua carreira (55.74) e ficou em 17º lugar dentre 30 participantes, conquistando uma vaga inédita na final – feito jamais atingido por uma atleta de patinação sul-americana na história dos Jogos Olímpicos de Inverno.

O orgulho dos brasileiros que acompanharam a prova de longe também se misturou à curiosidade de saber quem é a jovem de 22 anos que compete pelo país – apesar de ter nascido (e morar) nos Estados Unidos. Em entrevista exclusiva a BOA FORMA, Isadora conta por que decidiu defender a bandeira verde e amarela e compartilha como é sua rotina de profissional e estudante universitária.

BOA FORMA (BF): O que você sentiu após sua primeira apresentação em Pyeongchang?

Isadora Williams (IW): Eu queria muito ir bem, então ouvi minha música antes da prova (ela escutou “Vai, Malandra”, da Anitta) e me isolei. Fui lá e fiz tudo para o que eu havia treinado. Foi um alívio, não poderia ter ficado mais feliz.

BF: E como foi a experiência na final (Isadora ficou em 24º lugar)?

IW: Fiquei nervosa demais. Não esperava alcançar uma posição tão boa na primeira fase e nunca havia chegado tão longe em uma competição mundial.

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BF: Como você recebeu a energia do público brasileiro?

IW: Foi muito legal ver esse apoio. Fiquei muito feliz por representar o Brasil. As mensagens foram inspiradoras.

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BF: Seu pai é americano e sua mãe, brasileira. Durante sua vida, como foi a relação com nosso país?

IW: Nasci em Atlanta, nos Estados Unidos. Mas, logo depois, me mudei para Belo Horizonte, onde morei por dois anos com minha mãe. Tenho dupla cidadania. No dia a dia, sempre ouvi muita música brasileira (adoro Anitta, Margareth Menezes e Vanessa da Matta), todo domingo minha mãe faz pão de queijo… É parte da minha identidade. Vou ao Brasil de duas a três vezes por ano.

BF: Por que você escolheu competir pelo Brasil?

IW: O país jamais teve uma patinadora e acho importante essa representatividade. Nunca considerei defender os Estados Unidos e sonhava em ser uma atleta brasileira.

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Pyeongchang foi um sonho tornado realidade. Agradecemos a todos por todo o seu apoio. Minha próxima competiçao é o campeonato mundial em milão! 🇧🇷💛💚💙

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BF: Como você concilia a faculdade com a rotina de atleta profissional?

IW: Estou no terceiro ano na Montclair State University (ela estuda Nutrição). Geralmente, treino de manhã e faço as aulas da faculdade à tarde. No meio tempo, dou aulas de patinação.

BF: E o que você planeja para sua carreira no futuro?

IW: Quero continuar dando treinamento e gostaria de começar um programa no Brasil porque acredito que podemos avançar muito no esporte. Talvez eu vire jurada…

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BF: Como é sua rotina de treino?

IW: Além da prática no gelo, faço musculação três vezes por semana para prevenir lesões e manter os músculos bem preparados. Também recorro a massagem e quiropraxia.

BF: Qual é o movimento mais difícil da patinação artística?

IW: Definitivamente, os saltos. Eles exigem muita concentração, prática e técnica. Leva-se anos para realizá-los.

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BF: Você mesma faz sua maquiagem e cabelo antes das provas?

IW: Sim, é um dos meus rituais favoritos porque ajuda a controlar meu nervosismo. Coloco uma música, me concentro e relaxo.

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BF: Como você cuida da beleza estando sempre em ambientes tão gelados?

IW: Bebo 3 litros de água por dia e passo óleo de coco ao redor dos olhos e nos fios (aplico por 15 minutos e lavo).

BF: Quais são suas comidas saudáveis favoritas?

IW: Amo açaí, salmão e água de coco.

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