Os três tipos de pessoas que mais tiram selfie segundo a ciência

Em qual deles você se encaixa?

Por Débora Stevaux
Atualizado em 21 out 2024, 17h48 - Publicado em 12 jan 2017, 18h07
 (RoHappy/Thinkstock/Getty Images)
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Por que as pessoas tiram tantas selfies? A resposta não se resume apenas ao narcisismo, é o que revela um novo estudo da Universidade Brigham Young, no estado norte-americano de Utah. A pesquisa, publicada no jornal científico Visual Communication Quarterly, foi realizada por meio de uma catalogação de dados das principais redes sociais e várias entrevistas com um grupo seleto de usuários.

Os pesquisadores, então, identificaram três possíveis perfis de indivíduos que compartilham registros de sua vida pessoal: comunicadores, autobiógrafos, ou seja, pessoas que clicam somente grandes marcos em suas vidas, e personalidades que usam as redes para promover suas vidas, no caso deste último, um exemplo clássico são as irmãs Kardashian-Jenner.

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Comunicadores
O primeiro tipo registra a si mesmo para interagir com os outros, principalmente com amigos e familiares. São classificados como comunicadores porque suas postagens são feitas com o principal objetivo de gerar engajamento dos seguidores. A atriz Anne Hathaway, por exemplo, tirou uma foto do exato momento em que estava indo votar durante as eleições norte-americanas e desencadeou um debate sobre o ato cívico, a preferência pelos candidatos e suas propostas de governo.

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Today is #ElectionDay! Have you made your voice heard yet? Check the link in my bio to find out where to vote 🇺🇸

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Autobiógrafos
Já aqueles que usam suas redes sociais para registrarem grandes momentos de suas vidas, sem se importar necessariamente com a reação de seus seguidores, foram classificados pelos cientistas como autobiógrafos – é o caso da fotógrafa Sophie Starzenski. A jovem mãe registrou, mês a mês, o desenvolvimento de sua gravidez em um projeto supercriativo.

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https://www.instagram.com/p/wD3yDRzgJC/?taken-by=sophiestarzenski

Autopromotores
Finalmente, vamos analisar o comportamento das personalidades que registram compulsoriamente suas vidas para a autopromoção (e não estamos falando apenas de celebridades, embora elas sejam as que mais usam deste artifício para expor suas vidas). Você certamente tem um amigo ou conhece uma pessoa que tira foto de absolutamente TUDO que vê pela frente? De acordo com os pesquisadores, essas pessoas desenvolveram uma necessidade de transparecer positividade em tudo que vivem, mesmo que isso não seja necessariamente verdadeiro.

Logicamente que as irmãs Kardashian-Jenner são o exemplo mais clássico de autoafirmação:

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Sister Slay

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Dinâmica do estudo
Foram entrevistados 46 voluntários pelo departamento de comunicação da universidade, com faixa etária entre 18 a 45 anos. Todos tinham muitos registros de selfies em suas redes sociais. Os pesquisadores apresentaram a eles 48 motivos possíveis para terem tirado aquela foto em específica, algumas das opções disponíveis eram, por exemplo: “mostrar minha aparência” e “descobrir novos lados do meu próprio rosto ou corpo”. Os entrevistados eram solicitados a concordarem, discordarem ou se mostrarem neutros frente à especificação.

A respeito da sensação de estar conectado o tempo inteiro registrando o que vê pela frente, o líder do estudo, Steven Holiday afirmou que não é possível olhar para a conta de alguém em uma rede social e afirmar com total certeza que ela representa um desses perfis. O pesquisador também comentou que é muito mais frutífero analisar o próprio comportamento na hora de tirar selfies em vez de ficar apontando o dedo para os outros.

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“É bom saber que nem todos que postam fotos de si mesmos são narcisistas”, diz ele. Os dados também mostraram que os fissurados por autopromoção formam a menor categoria no estudo: “E foi interessante identificar essa mistura estranha e complexa de pessoas que queriam guardar os momentos em recordações, mas sem abrir mão de se comunicar ou obter feedback e respeito dos seguidores.”

A pesquisa ainda é considerada pequena e não tem objetivo de fazer previsões sobre determinados usuários, mas serve de embasamento para estudos maiores que poderão traçar esses perfis com maior exatidão.

E esses dados poderão ser usados, num futuro próximo, para a criação de novas plataformas com base no comportamento e interesses de cada um nas redes sociais. Holiday também comentou que, num mundo em que as redes sociais são onipresentes, muito provavelmente, nossas emoções e alterações de humor poderão ser medidas de acordo com a interação que recebemos de nosso seguidores. Por exemplo, se você recebe dez curtidas em uma foto, reagirá de maneira diferente caso este número salte para 500 instantaneamente. Muita gente vai dizer que parece assustador ou que é roteiro de um episódio da série Black Mirror, mas de acordo com o próprio cientista, logo será possível.

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