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Grávidas devem treinar três vezes por semana, segundo estudo israelense

Segundo a pesquisa, os exercícios afastam risco de complicações na gestação. Veja outros motivos pelos quais as grávidas devem treinar

Por Ana Paula Ferreira
24 Maio 2023, 22h59

Ao contrário do que muitas pessoas pensam e até chegam a ser orientadas por alguns profissionais, as mulheres grávidas devem treinar para aproveitar os benefícios das atividades físicas durantes os meses de gestação.

Foi o que apontou um estudo recente realizado pelo Rambam Health Care Campus, de Haifa, Israel, em parceria com o Shaare Zedek Medical Center.

De acordo com a pesquisa, é indicado que as futuras mães pratiquem 150 minutos de exercícios aeróbicos de média intensidade, distribuídos por pelo menos três dias da semana, combinados com exercícios anaeróbicos e treinamento resistido, mesmo para mulheres que antes da gravidez estivessem inativas.

“Um grande estudo americano revelou que menos de 15% das mulheres grávidas se exercitam regularmente, muitas com receio de causar partos prematuros e prejudicar a saúde delas ou de seus bebês. Mas, na verdade, a prática de atividade física tanto nos meses anteriores e posteriores ao parto a fazer só traz benefícios para ambas”, apontou Ido Solt, obstetra do Rambam e um dos autores da pesquisa.

Por que grávidas devem treinar, segundo o estudo

Um dos principais motivos incentivadores para a prática de atividade física durante a gravidez, de acordo com o estudo, é que o sedentarismo facilita o ganho de peso em excesso, podendo causar complicações na gravidez.

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“Por essa razão, os nove meses de gestação também são uma chance da mãe avançar em um estilo de vida saudável e adotar novos hábitos. Os exercícios são altamente recomendados, com exceção às mulheres que apresentem casos de atenção específicos e que por recomendação do médico não possam praticar essas atividades”, ressalta Solt.

Outro benefício da prática de exercício físico durante a gravidez é a redução do risco de pré-eclâmpsia –condição grave que pode ocorrer depois da 20ª semana ou após o parto, com o aumento da pressão sanguínea e graves sequelas para criança e para a mãe.

“A pré-eclâmpsia ocorre em cinco a oito por cento das gestações e, na maioria dos casos, leva ao parto prematuro”, ressalta o obstetra.

Além disso, pesquisa apontou também que gestantes que praticam pelo menos 150 minutos de exercícios tanto aeróbicos, quanto anaeróbicos, em três dias da semana, provaram não sofrer maior risco de aborto espontâneo, hipoglicemia infantil, ruptura precoce da bolsa, baixo peso ao nascer ou defeitos congênitos.

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“Essas mulheres não só não ampliam esses riscos, como também garantem benefícios no pré e no pós-parto, com uma recuperação mais acelerada, com risco reduzido de desenvolver dores nas costas, eles escreveram. Se uma mulher grávida se exercitar regularmente, ela pode se recuperar mais rapidamente do parto, reduzir o risco de dores nas costas, ou ainda diabetes gestacional e até depressão pós-parto”, apontou Ido Solt.

Cuidados com o treino na gravidez

Apesar de a prática ser indicada, o obstetra do Rambam ressaltou que existem algumas restrições importantes. São eles:

  • Evitar o exercício ao ar livre em clima quente e muito úmido;
  • Andar de bicicleta ou a cavalo;
  • Fazer mergulhos;
  • Fazer ginástica – especialmente durante o primeiro trimestre;
  • Evitar a prática de esportes competitivos, que possam colocar em risco a saúde e a vida da mãe e do bebê.

Além disso, é necessário sempre contar com o acompanhamento de um educador físico para garantir tanto a segurança da mãe, quanto do bebê durante as atividades físicas.

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