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É normal ter tontura ou enjoo no treino? Médico esclarece

Desconfortos sentidos por algumas pessoas, a tontura ou enjoo no treino podem ser evitados com algumas medidas simples. Confira!

Por Ana Paula Ferreira
Atualizado em 21 out 2024, 16h31 - Publicado em 7 dez 2023, 10h00
Médico ensina como evitar tontura ou enjoo no treino (katemangostar/Freepik)
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Apesar de oferecerem uma série de benefícios para a saúde física e mental, os exercícios físicos podem gerar certos desconfortos para algumas pessoas, como sentir tontura ou enjoo no treino. Mas, afinal, isso é algo normal ou é algo com o que se preocupar?

Para esclarecer essa dúvida, consultamos Francisco Saracuza, médico especialista em Medicina Integrativa, que explicou as causas e como evitar cada um desses problemas.

Tontura ou enjoo no treino: o que você precisa saber

De acordo com Saracuza, sentir tontura durante o exercício é uma experiência que muitos já vivenciaram e que, geralmente, ocorre devido ao acúmulo de sangue nas extremidades inferiores do corpo, o que compromete o retorno venoso ao coração. “Essa diminuição no débito cardíaco provoca uma queda na pressão arterial, resultando na tontura”, ele explica.

Segundo o médico, é importante observar que essa sensação é mais comum durante mudanças rápidas de posição, exercícios intensos, ou quando o corpo não está devidamente hidratado.

“A desidratação desempenha um papel crucial, pois reduz o volume sanguíneo, o que faz com que o cérebro envie sinais ao coração para estabilizar a pressão arterial. Além disso, condições como a síndrome de taquicardia ortostática postural, episódios recentes de vômitos, diarreia ou febre também podem causar tontura durante o exercício”, aponta.

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Para evitar que isso aconteça, é possível apostar em algumas medidas sugeridas pelo profissional. São elas:

  • Hidratação adequada: Beba água antes, durante e após o exercício. A hidratação é fundamental para manter o volume sanguíneo e a pressão arterial adequados.
  • Evitar mudanças bruscas de posição: Não pare o exercício abruptamente e evite levantar-se rapidamente após estar sentado ou deitado. Respire profundamente e faça as transições de forma gradual.
  • Aquecimento e desaquecimento: Faça um aquecimento antes de iniciar o exercício e, da mesma forma, encerre o treino aos poucos. O desaquecimento, que envolve alongamentos, é essencial para evitar desconfortos.
  • Monitorar a frequência cardíaca: Use um monitor de frequência cardíaca e esteja atento a alterações nos batimentos cardíacos. Caso ocorram mudanças anômalas, interrompa o exercício e consulte um médico.

“A tontura durante o exercício pode variar de alguns segundos a vários minutos, mas se for um problema recorrente, é fundamental buscar orientação médica para descartar condições pré-existentes”, ele afirma.

Quanto ao enjoo, Saracuza explica que a náusea pode ser causada por uma variedade de fatores e geralmente está relacionada ao sistema digestivo e à forma como o corpo responde ao esforço físico.

Um dos fatores que podem desencadear a náusea durante o treino é iniciar ou encerrar o exercício abruptamente. “Quando o corpo passa por uma transição rápida entre o repouso e a atividade intensa, como um treino intenso ou um sprint, pode ocorrer uma desregulação no sistema digestivo, resultando em náusea”, ele explica.

“A alimentação antes do treino também pode desempenhar um papel importante na ocorrência de náuseas. Ingerir alimentos pesados, ricos em gordura ou grandes quantidades de comida antes do exercício pode sobrecarregar o sistema digestivo, retardando a digestão e causando desconforto gástrico. Da mesma forma, beber muita água antes do treino em um curto período de tempo pode levar à sensação de náusea”, completa.

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Além disso, as condições ambientais também podem contribuir com esse mal estar. Isso porque se exercitar em temperaturas muito altas ou em ambientes abafados pode levar a uma desidratação mais rápida, afetando a digestão e causando náuseas.

A intensidade do exercício também é um fator importante, uma vez que os exercícios físicos intensos que exigem grande esforço do corpo, especialmente aqueles que envolvem movimentos bruscos ou saltos, podem afetar a digestão e causar náuseas.

“É importante mencionar que o enjoo durante o treino nem sempre é motivo de preocupação. Em muitos casos, é temporário e desaparece após o término do exercício. No entanto, se for persistente, intenso, acompanhada de outros sintomas preocupantes, como dor no peito, tontura e sensação de desmaio, é aconselhável interromper o treino imediatamente.”

Para evitar a náusea durante o treino, o médico dá as seguintes dicas:

  • Inicie e encerre gradualmente: Evite iniciar e encerrar o exercício de forma abrupta. Inicie com um ritmo mais lento e permita que seu corpo se adapte gradualmente à atividade.
  • Hidratação adequada: Mantenha-se hidratado, mas evite ingerir uma grande quantidade de água de uma vez. Isso pode causar diluição de eletrólitos e levar à náusea.
  • Evite refeições pesadas: Não coma alimentos ricos em gordura ou proteína imediatamente antes do treino. Opte por refeições leves ricas em carboidratos e fibras.
  • Faça exercício em condições adequadas: Evite exercitar-se sob temperaturas muito elevadas e certifique-se de estar bem-hidratado. O tipo e a intensidade do treino também desempenham um papel crucial na náusea. Procure se adequar ao seu nível de condicionamento físico e evite exagerar.

Para os praticantes regulares de exercícios, a náusea após o treino geralmente resulta da combinação desses fatores. Portanto, a atenção a esses aspectos e a adoção de uma combinação de estratégias podem minimizar o desconforto. Se o enjoo persistir ou for particularmente intenso, o médico afirma que é indicado consultar um profissional.

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“Se você se deparar com esses sintomas regularmente e eles afetarem sua rotina de exercícios, a consulta a um profissional de saúde é fundamental para identificar e tratar possíveis causas existentes. Lembre-se de que o exercício é essencial para a saúde, e abordar essas questões pode ajudar a tornar o seu processo de evolução mais agradável e eficaz”, finaliza Francisco Saracuza.

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