Ela se encontrou na carreira após vencer o câncer de mama
Praticar exercícios durante o tratamento ajudou a educadora física Luciana Assmann a ter energia para mudar o rumo de sua profissão
Em comemoração ao mês de conscientização do câncer de mama, convidamos seis leitoras para contar suas histórias de superação. A primeira foi a atleta paralímpica de natação Raquel Viel. A segunda você conhece nesta matéria: Luciana Assmann, educadora física, 52 anos, de São Paulo. Mesmo com uma vida saudável e ativa, ela recebeu o diagnóstico de câncer. E foi com exercícios que conseguiu vencer a doença e hoje ajuda outras mulheres a fazer o mesmo.
Leia o depoimento dela, na íntegra, a seguir:
“Levava uma vida supersaudável: seguia uma alimentação correta, praticava atividade física diariamente, não fumava nem bebia. Também não tenho histórico de câncer de mama na família. Por isso, aos 48 anos, o diagnóstico foi uma grande surpresa. Descobri ao fazer mamografia. Era um tumor superagressivo e foi preciso agir rápido – comecei a tratar na semana seguinte: fiz quimioterapia e retirei as duas mamas, nessa ordem.
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Como sempre pratiquei musculação e caminhada, queria manter a mesma rotina, mas tive muita dificuldade de encontrar informações sobre qual intensidade era permitida. Passei a buscar pelo tema em sites estrangeiros e a me corresponder, por e-mail, com profissionais de saúde que já tinham desenvolvido pesquisas na área.
Percebi que me exercitar, ainda que fosse uma caminhada de 15 minutos dentro de casa, me ajudava a sentir menos os efeitos colaterais da químio, como a fadiga, que me deixava totalmente sem energia. Cada treino era meu momento de lazer – e ainda garantia que eu mantivesse a força muscular e melhorava meu sono. A musculação com carga leve ativava a circulação e diminuía dores e câimbras; já o alongamento me preparou para a etapa final do tratamento, a radioterapia, que exige ficar esticada na maca, com os braços para trás, completamente imóvel.
Até fui questionada por outras pacientes sobre como conseguia estar bem fisicamente. Eu dizia o que fazia, elas tentavam também e, na semana seguinte, vinham me contar como os resultados eram ótimos. Sem perceber, já estava mudando o rumo da minha carreira: há quatro anos, trabalho como personal trainer especializada em atender pessoas que estão enfrentando o câncer.”
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