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Juliana Paes: “Hoje tenho coragem de deixar a celulite à mostra”

Confira a entrevista em que a carioca conta tudo sobre a nova fase da sua vida: totalmente sem filtro!

Por Carla Knoplech
Atualizado em 21 jan 2017, 13h02 - Publicado em 21 jan 2017, 08h00

Aos 37 anos, Juliana Paes é um fenômeno nas redes sociais (tem 7 milhões de seguidores no Instagram), embora esteja levando a vida sem filtro. Em um processo de resgate de sua essência, a carioca ganhou novo tônus muscular, voltou a ter cabelos cacheados, encontrou a dieta perfeita para si mesma e está completamente focada nos trabalhos como atriz. A seguir, confira a entrevista em que ela fala tudo sobre essa nova fase:

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Você já é mãe de dois meninos [Pedro, 5 anos, e Antônio, 3] e, aos 37 anos, parece estar no auge da sua forma física. Acredita que está vivendo seu melhor momento?

Olha, eu me sinto assim. Quando eu tinha 27 anos, achava que com quase 40 seria alguém totalmente diferente. Agora, depois de dois filhos, consigo vislumbrar o que as pessoas bem mais velhas costumam falar lá com seus 80 anos: a cabeça da gente não envelhece. Eu tenho os mesmos ímpetos dos 18 anos, a mesma vontade de realização. É claro que sofro no dia seguinte se passo uma noite sem dormir, mas o desejo de ficar acordada ainda existe! Talvez por isso meu shape esteja melhor. Procuro manter o corpo sadio para acompanhar meu espírito porque, se eu tenho todos esses ímpetos, quero ter força física e muita disposição para realizá-los.

Você fez as pazes consigo mesma?

Acho que junto com essa sensação vem também uma coisa de se olhar no espelho e ser menos impiedosa. Quando a gente é mais jovem e tem menos maturidade, se critica demais por diversos fatores. Nossa, como eu era rígida! Não usava determinadas roupas que hoje visto sem nenhuma encanação: tenho mais coragem agora de colocar um shortinho que deixe à mostra uma celulitezinha do que antigamente. Eu pensava que não estava 100%, sabe? Achava que meu cabelo era volumoso demais e sempre alisava. Hoje em dia, aprendi a dar valor à textura natural dos meus fios e a gostar das minhas sobrancelhas grossas, por exemplo. Se você pegar uma foto do início da minha carreira, vai ver que a sobrancelha era muito fina, artificial. A idade me fez resgatar minhas particularidades. Valorizar o que tenho no meu DNA.

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Está de bem até com suas curvas?

Isso refletiu no seu treino? Com certeza. Me lembro de que, alguns anos atrás, só queria aeróbico, só pensava em queimar, queimar e queimar para emagrecer. Meu treino atual é tão dinâmico e mais divertido! Ele foca em ganhar força, velocidade. Priorizo tônus e flexibilidade. Ficar seca vem como consequência, não é o objetivo principal. E aí, se me chamarem para uma trilha, estou preparada. Se eu quiser me jogar em uma aula de dança, consigo ir até o chão sem ficar com dor no joelho, no quadril e na lombar. [risos]

A atriz Juliana Paes de biquíni na praia.
(André Nicolau)

Você malha todos os dias?

Meus treinos normalmente são às 10 da manhã, porque durmo tarde e, mesmo quando levo os meninos cedo para a escola, volto e tiro um cochilo antes do exercício. Essa é a minha rotina fora de novela – quando gravo de manhã, não tem jeito. Mas, normalmente, malho de segunda a sexta e no sábado eu danço! O Rafa [Rafael Lund, treinador da atriz e profissional da coluna Pergunte ao Personal, da BOA FORMA] é quem desenha meus treinos. A cada dia faço uma modalidade diferente com intensidades variadas. O legal é que nunca sei o que será. Hoje, por exemplo, rolou uma sequência inspirada em futebol: desviando de cones, com marcadores na grama…

Também tenho feito muay thai, mudando os estímulos. Tem dias em que focamos em chutes e em outros ficamos só com os socos e as esquivas. Posso malhar na grama, na quadra, na areia ou na academia, mas sempre com os princípios de crossfit e de TRX inseridos.

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Você também encontrou um novo jeito de se alimentar e fazer dieta?

Descobri o que realmente funciona para mim. O que as mulheres precisam é parar de copiar o que a amiga faz, parar de seguir o que a irmã diz. A gente tem que ser franca consigo mesma e descobrir o que curte. Quando falei a verdade para minha nutricionista, para meu treinador e para mim mesma, comecei a ter resultados com menos esforço. Não sei fazer dieta igual todo dia, por exemplo. Primeiro, por causa das novelas: vou para o Projac, e lá não há regra. Não tem como ficar comendo de três em três horas. Se eu me comprometer a isso, vou boicotar qualquer planejamento que criarem para mim.

Além disso, à noite, quero um doce de qualquer jeito, tipo uma paçoquinha zero ou um chocolate 70%. Outra coisa: descobri que o que funciona para mim é treinar em jejum. Meu bombom da noite anterior me garante uma boa reserva de açúcar. Eu acordo, bebo um cafezinho com uma colher de óleo de coco (só para não ficar sem nada) e tomo meu pré-treino ortomolecular em cápsulas junto com meu suco detox.

E a alimentação do resto do dia?

Termino o treino e tomo suco de uva orgânico, ou de laranja (o que tiver em casa), com uma proteína, que pode ser um ovo mexido puro ou com umas lasquinhas de queijo branco. Procuro não consumir muito carbo porque meu almoço vem logo na sequência. Aí peço uma saladinha com arroz integral, feijão e uma proteína. Normalmente, só volto a me alimentar lá pelas 9 da noite. Se tiver fome nesse meio-tempo, faço uma tapioca com queijo branco, tomo um iogurte ou outro suco. No jantar, só salada e carne. Depois, sento para ver televisão e me deliciar com meu docinho feliz da vida!

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Você resolveu ser honesta também com seu cabelo?

Precisei mudar toda a minha bancada de produtos! [Ri, mexendo nos fios e amassando os cachos com as mãos.] No último dia de gravação de Totalmente Demais, eu usava extensões que davam volume lateral. Olhei para o cabelo e ele estava com as pontas todas“espichadas, a raiz esquisita, sem forma – não era nem liso nem cacheado. Para ficar bonito, tinha que fazer escova e depois babyliss. Foi aí que percebi que o problema eram os resquícios de químicas antigas.

Nunca transformei meu cabelo todo, mas eu alisava a frente, sabe? A capa. Fazia tipo um “arquinho” para os fios ao redor do rosto ficarem lisos. Mas aí meu cabelo tinha umas partes mais lisas que as outras. Eu já estava de bode quando recebi o convite para fazer o filme Dona Flor e Seus Dois Maridos e falei“ “Repica, Renê”. [A expressão faz alusão à fala da atriz Lília Cabral no filme Divã, em que ela resolve tosar o cabelo e diz essa frase ao cabeleireiro em cena vivido pelo ator Paulo Gustavo.]

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Juliana Paes
(André Nicolau/BOA FORMA)

Lidar com ele ficou mais fácil?

Sim! Esse look é diferente e mais selvagem! Levei muito tempo para aprender a moldá-lo, mas já criei uma fórmula: tenho usado xampus o mais naturebas possível, tipo os light poo, que são cremes que não fazem muita espuma e que lavam e condicionam ao mesmo tempo. O que amei nesses produtos é que eles limpam, mas não removem a oleosidade natural que protege o fio.

Então, no chuveiro é uma etapa só. Aí eu saio do banho e coloco um pouquinho de leave-in e não seco nem esfrego a toalha – senão, adeus cachinhos. Faço uma papinha com o óleo Elseve [Juliana é garota-propaganda da marca] e um óleo de argan e passo no cabelo todo. Uso pente de madeira largo para desembaraçar e espero secar naturalmente.

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Você é conhecida por ser alto-astral. O que faz para manter o bom humor?

Outro dia minha irmã Rosana me mandou um áudio engraçado no WhatsApp: uma pessoa que fez seu mapa astral disse que ela precisava meditar todos os dias. Eu faço isso instintivamente! E não é que você precisa permanecer meia hora parada. Dá para programar pequenas meditações diárias o tempo inteiro. Às vezes, entro no quarto e fico dois minutos olhando para o nada.

Aí o Wander [secretário pessoal de Juliana] ou o Dudu [o marido, o empresário Eduardo Baptista] entram e perguntam o que está acontecendo – e eu não estou fazendo absolutamente nada. São pequenas meditações todos os dias, várias vezes por dia. Minha irmã às vezes fala: “Juliana de repente não está entre nós”! [Diverte-se em gargalhadas.] E eu saio mesmo de mim, é um mecanismo de criar meus pequenos momentos. Eu já fiz muitos cursos do tipo mindfulness, de respiração…

Mas nunca sai do sério? O que faz quando se irrita?

Nossa, tenho umas técnicas meio sem-vergonha! [risos] Aprendi uma que uso muito no trabalho. Ela é boa para quando mexem com seus brios e com sua vaidade. Atuando fico totalmente identificada com o ego. Para dissipar um pouco dessa energia, tenho uma respiração específica: inspiro bem profundamente e solto a palavra “Rãmmm” com as duas mãos localizadas em cima da boca do estômago e a postura ereta. Isso dispara um ar diferente no seu diafragma. Você só precisa fazer esse som com força.

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Se reparar bem, é intuitivo nas crianças. Quando elas batem o pé e ficam emburradas, fazem esse barulho. Uma vez entrei no banheiro do Projac e comecei a expirar assim, e aí uma menina veio me perguntar se estava tudo bem. Eu falei que só estava dando uma respirada! [risos] Se fizer esse movimento em excesso, dá até vontade de chorar, alivia. O importante é não aumentar esses nódulos de irritação. Tento ir soltando a panela de pressão aos poucos para ela não estourar. Acredito que nosso estado natural é sereno, nós nascemos assim. Quando você não está bem-humorada, está fora de eixo, por isso tento voltar para o meu equilíbrio sempre.

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