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Saúde sem estresse, por Regina Chamon

Regina Chamon une a medicina com as práticas de bem-estar para te inspirar a cultivar corpo, mente e coração mais saudáveis
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Não dá para parar. Será mesmo?

Por Regina Chamon
Atualizado em 19 abr 2024, 12h46 - Publicado em 19 abr 2024, 12h46

Parei alguns momentos e olhei para a minha agenda. Não havia, sequer, um espaço em branco. Uma sensação de angústia imediatamente me assolou: mas que horas eu vou descansar?

Quando a vida dá uma acelerada por aqui – e isso acontece com muita frequência – sinto um certo desespero ao pensar que não darei conta de tudo. Talvez você também já tenha se sentido assim. Muitas das pacientes que atendo em meu consultório hoje se sentem.

A maioria das vezes me procuram porque acham que há algo errado. O cansaço é tanto que o corpo só pode estar falhando. Faço com elas um exercício que quero fazer com você agora. Então papel e caneta na mão e vamos começar. Será preciso muita sinceridade e também gentileza, combinado?

Pense no seu dia ontem e escreva no papel TUDO o que você fez. Do momento em que acordou até a hora que caiu – talvez exausta – na cama. Tudinho mesmo, inclusive o tempo em que ficou no carro de um lugar para o outro, o tempo de espera na fila do caixa do supermercado, o tempo que gastou lavando louça ou tomando banho.

Tente não generalizar colocando, por exemplo, trabalho. Descreva o que você fez enquanto trabalhava (respondeu email, escreveu um relatório, atendeu a 3 pessoas enquanto ia para a reunião de metas, etc)

Não temos a dimensão de tudo o que fazemos ao longo de um dia. Chegar ao final dele com a sensação de não ter feito nada e estar muito cansada é uma ilusão. Fazemos MUITO, sem nos dar conta do quanto!

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Agora olhe para essa lista e veja o que poderia sair dela. Muito provavelmente seu primeiro impulso será dizer que não dá para tirar nada.

Parece que tudo o que fazemos é extremamente importante e só pode ser feito por nós. Não é! Mas quando estamos estressadas ou sobrecarregadas, não conseguimos perceber aquilo que é, de fato, fundamental e aquilo que alguém (ou uma rede social) nos disse que era importante, mas para a gente mesmo não faz sentido nenhum.

Faça uma inspiração profunda, tome um pouco de coragem, e vamos riscar da sua lista algumas tarefas. Para facilitar o processo, toda vez que você sentir que não pode tirar um item, use essas perguntas para te guiar:

– no longo prazo, o quanto essa atividade específica realmente importa?
– quem disse que é necessário e isso é mesmo verdade?
– o que aconteceria, de fato, se você parasse de fazer essa atividade ou delegasse essa responsabilidade?
– há alguma maneira de lentamente deixar de fazer essa função?
– qual é a pior coisa que pode acontecer se você deixar isso de lado? Você pode lidar com as consequências?

Quando estamos imersas na rotina perdemos a perspectiva. Dar um passo atrás e olhar a paisagem mais ampla nos ajuda a definir o que é essencial e significativo em nossa vida. Olhar para a frente ajuda ainda mais. O que aconteceria daqui a um ano se eu tirasse essa atividade da minha lista de tarefas hoje? E daqui a cinco anos, teria feito alguma diferença? Em dez anos?

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De nada adianta você meditar, fazer Yoga, massagem ou ficar uma semana isolada do mundo em um retiro se você não reduzir a quantidade interminável de tarefas da sua rotina. Tentar desestressar assim seria enxugar gelo! Por outro lado, limpar a lista de tarefas e deixar apenas o essencial é um dos primeiros passos para tornar a vida mais leve.

Fica aqui meu convite para que você dedique alguns momentos do dia de hoje a essa reflexão. Olhar para as pequenas tarefas da rotina e desafogar a agenda é um importante passo para administrar o estresse. Afinal, como eu costumo dizer, saúde é algo que a gente cultiva todos os dias.

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