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Dependência de analgésicos: mulheres são mais propensas, diz estudo

Pesquisa norte-americana apontou motivos pelos quais a dependência de analgésicos pode ocorrer mais entre as mulheres

Por Ana Paula Ferreira
26 ago 2023, 10h00

Existem diferenças significativas entre homens e mulheres, tanto na forma como sentem a dor quanto na forma como respondem aos tratamentos. Prova disso foi um estudo que apontou que mulheres são mais propensas a ter dependência de analgésicos.

Segundo um relatório norte-americano publicado pela Plan Against Pain, as mulheres podem ser mais vulneráveis a se tornarem viciadas nesse tipo de medicação. Entenda!

Estudo sobre dependência de analgésicos por mulheres

Os pesquisadores do estudo analisaram os registros de milhões de americanos que fizeram cirurgia em 2016 e receberam analgésicos prescritos legalmente por seus médicos.

Assim, eles descobriram que 90% dos pacientes que passaram por operações receberam receita de opioides, com uma média de 85 comprimidos por pessoa.

Como se esses dados não fossem surpreendentes o suficiente, os profissionais ainda descobriram que as mulheres recebiam essas pílulas até 50% mais do que os homens, e que as mulheres tinham 40% mais chances de se tornarem usuárias persistentes delas do que os homens.

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Em resumo, a conclusão do estudo foi que as mulheres recebem mais analgésicos prescritos e são mais propensas a se tornarem viciadas neles, muitas vezes com consequências desastrosas.

Por que as mulheres são mais propensas?

Parte da resposta pode estar na biologia, pois mulheres parecem sentir dor de forma mais aguda do que os homens.

Isso porque, de acordo com um estudo anterior publicado no Journal of Neuroscience, os cérebros femininos mostraram mais atividade neural nas regiões de dor.

Embora o experimento tenha sido feito em ratos, essa descoberta pode explicar por que as mulheres normalmente precisam de duas vezes mais morfina para sentir alívio do que os homens.

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Além disso, elas são mais propensas a ter condições de dor crônica, como enxaquecas crônicas, que geralmente são tratadas com opioides.

Apesar dessas informações, a ciência segue investigando se a maior propensão das mulheres à dependência de opioides pode ser devida a diferenças na gordura corporal, no metabolismo e nos hormônios. A pior parte disso tudo: essas são coisas sobre as quais as mulheres claramente não têm controle.

Sendo assim, o ideal é buscar auxílio médico quando pensar em usar analgésicos e manter o acompanhamento com o profissional para que a ajuda do medicamento não se transforme em um risco para sua saúde.

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