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É possível desenvolver TDAH com o tempo? Profissional explica

Existem alguns fatores atualmente que podem ajudar a desenvolver sintomas muito parecidos com o TDAH, gerando diagnósticos imprecisos

Por Ana Paula Ferreira
Atualizado em 21 out 2024, 17h41 - Publicado em 31 jan 2024, 10h00
Profissional explica se o TDAH pode ser desenvolvido ao longo da vida
Profissional explica se o TDAH pode ser desenvolvido ao longo da vida (wayhomestudio/Freepik)
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O TDAH tem se tornado cada vez mais presente entre os brasileiros. Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção – ABDA, os casos de TDAH podem chegar a 8% da população mundial. Mas apesar de ser mais comum em crianças, cada vez mais adultos têm sido diagnosticados com a condição, o que, de acordo com o médico psiquiatra Flávio H. Nascimento, não indica necessariamente que ele pode ser desenvolvido ao longo da vida.

“As evidências de que o TDAH pode ser desenvolvido na fase adulta são muito escassas, todas reforçam que a condição surge desde a infância, mas existem outros fatores que podem levar ao diagnóstico na idade adulta, como, por exemplo, sintomas similares causados por outras razões”, explica o profissional.

Diagnósticos imprecisos de TDAH

De acordo com um novo modelo científico produzido por Nascimento em parceria com o Pós PhD em neurociências, Fabiano de Abreu Agrela, o uso de redes sociais pode ser o principal fator para gerar sintomas similares ao TDAH na fase adulta e desencadear diagnósticos imprecisos.

“Já é amplamente comprovado que há efeitos negativos no uso prolongado e excessivo de redes sociais no dia a dia, efeitos esses que podem ser muito similares ao TDAH, como hiperatividade, falta de foco, principalmente em atividades multitarefas, afetando também o funcionamento cognitivo, dificuldades em usar a inteligência emocional e desregulando a liberação de neurotransmissores”, aponta o médico

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“Esse tipo de efeito pode ser confundido com TDAH, gerando diagnósticos equivocados, uma vez que o uso de redes sociais também afeta o desenvolvimento cognitivo e cerebral quando usadas durante a infância e adolescência, afetando a linguagem, escrita e gerando problemas comportamentais”, ressalta.

Segundo ele, a barreira entre o “normal” e o “patológico” tem ficado cada vez menor.  “Por isso, é preciso se ater à técnica de diagnóstico para ter uma maior precisão nesse tipo de diagnóstico e tratar a real causa do problema”, finaliza o profissional.

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