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Pesquisa indica faixas etárias que mais se importam com efeitos da atividade física na saúde mental

Levantamento ainda apontou que qualidade do sono e alimentação também são fatores considerados importantes para o bem-estar mental

Por Ana Paula Ferreira
29 nov 2024, 14h30
Confira quais gerações mais associam a prática de exercícios com bem-estar mental
Confira quais gerações mais associam a prática de exercícios com bem-estar mental (Freepik/Freepik)
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Apesar de ter ganhado bastante destaque nos últimos anos, a importância da prática das atividades físicas para a saúde mental segue sendo um tema bastante abordado em estudos mundo afora.

 

 

Recentemente, uma pesquisa realizada pela ALS Perception, a pedido da Medley, empresa de genéricos da Sanofi, apontou quais são as faixas etárias que mais se preocupam com os efeitos positivos dos exercícios físicos para o bem-estar mental.

Segundo o levantamento, 84% das pessoas da geração acima dos 55 anos, os baby boomers, e 81% dos millennials, nascidos entre 1981 e 1996, são as gerações mais conscientes sobre os benefícios da prática de atividade física regular na redução dos sintomas de ansiedade e depressão.

Pesquisa sobre atividades físicas e saúde mental

A pesquisa buscou compreender a preocupação da população brasileira a respeito dos cuidados com a saúde mental e sua relação com a prática regular de esportes e atividade física. Além da relação direta entre prática de atividade física e o bem-estar mental, constatou-se que a qualidade do sono e da alimentação também são fatores relevantes para os brasileiros.

Das ações realizadas com o objetivo de cuidar da saúde mental, em todas as gerações foram apontadas:

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  1. Prática regular de atividade física (50%);
  2. Manutenção do hábito alimentar saudável (41%);
  3. Estabelecer uma rotina de sono regular (37%).
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(ALS Perception/Divulgação)

“Com base nesses dados, observamos que o acesso à informação tem gerado maior conscientização sobre a importância de cultivar bons hábitos. Isso reflete em uma maior valorização da atividade física, da alimentação equilibrada e de uma rotina de sono adequada, elementos fundamentais para uma abordagem mais integrada que chamamos de Medicina do Estilo de Vida, prática focada na prevenção, tratamento e reversão de doenças crônicas por meio de mudanças diárias no comportamento”, analisa o médico psiquiatra e diretor médico da Med.IQ, Luiz Dieckmann.

Principais benefícios dos exercícios, segundo a pesquisa

A prática de esportes e atividades físicas é associada a benefícios para a saúde mental entre diferentes gerações, como mostra a pesquisa da Medley.

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Um dos principais benefícios associados à prática de atividade física é a melhora do humor e da sensação de bem-estar, relatado por 85% das gerações baby boomer e Y (85% cada geração) e 82% da geração X. Além disso, a qualidade do sono também é considerada impactada positivamente pelas três gerações pesquisadas, especialmente pelas gerações X (82%) e millennials (80%).

Por fim, a redução do estresse e da ansiedade, além do estímulo à liberação endorfina, neurotransmissores ligados à felicidade, aparecem como os benefícios percebidos mais relevantes entre os millennials, com 80% e 85% das respostas, respectivamente.

No gráfico abaixo, é possível ver os cinco principais benefícios do esporte e atividade física para a saúde mental, segundo os entrevistados:

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(ALS Perception/Divulgação)
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“Neste recorte, vemos um resultado mais positivo entre pessoas das gerações Y e baby boomer. Esses indivíduos parecem perceber melhor os benefícios que a prática de exercícios promove em diversos aspectos da nossa saúde. Eles reconhecem que pode impactar positivamente o humor, sono e na redução do estresse e sintomas ansiosos, que podem estar associados a transtornos mentais, como a depressão.”, aponta Dieckmann.

“Não à toa, cada vez mais os médicos orientam, além do acompanhamento com especialista, a atividade física como parte de um plano de melhora da qualidade de vida, que precisa envolver o cuidado com a saúde mental, além da saúde física”, complementa.

Falta de recursos financeiros limita os cuidados

Apesar de reconhecerem a importância da prática de atividades físicas para o bem-estar mental, ainda existem algumas barreiras que impedem a população de priorizar os cuidados regulares com a saúde mental.

Como foi apontado na pesquisa, a falta de recursos financeiros ou de profissionais especializados (36%), a falta de tempo (35%) e o estresse excessivo no cotidiano (34%) estão entre os principais motivos para essa dificuldade.

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No recorte por geração, as pessoas da geração X apontam a falta de tempo (44%) como o principal impeditivo no cuidado regular da saúde mental, enquanto a geração Y, ou millennials, dizem que o estresse excessivo (43%) e o acesso limitado a recursos financeiros (39%) são barreiras encontradas no dia a dia que fazem com essas pessoas não cuidem adequadamente da saúde mental.

“Aqui, a segmentação geracional também nos leva a refletir sobre estilo de vida de cada faixa etária, nos mostra a dificuldade em ‘equilibrar os vários pratinhos’ e como o ambiente em que estamos inseridos influencia nossa saúde mental e nossa capacidade de buscar apoio. A falta de acesso a recursos financeiros é um fator limitante relevante para a busca de cuidados especializados em saúde mental em todas as gerações entrevistadas”, afirma o médico.

Diante disso, é preciso ressaltar que é possível cumprir as recomendações da OMS em relação a exercícios físicos sem gastos adicionais: a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda de 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada por semana e dois dias de atividade de fortalecimento muscular de intensidade moderada ou superior por semana.

“Mais do que apenas recomendar que o paciente adote novos comportamentos para melhorar a saúde mental, é fundamental demonstrar isso em nossa própria rotina. Recentemente, completei o desafio de percorrer 150 km de bicicleta e essa experiência só reforçou a importância da prática da Medicina de Estilo de Vida”, compartilha Dieckmann.

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“Outras atividades como acordar mais cedo para pedalar, trocar o elevador pelas escadas, são formas de materializar essa abordagem médica no cotidiano. Hoje, o médico precisa prescrever o autocuidado aos pacientes também, e dentre eles, está a prática de atividade física”, conclui o especialista.

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