Brasileiros estão mais obesos, mas menos sedentários. Como pode?
Em dez anos, obesidade cresce 60% apesar do aumento da prática de exercícios e da diminuição do consumo de açúcar. Entenda
Há mais obesos na população brasileira do que há dez anos. Hoje, a obesidade atinge 18,9% dos homens e mulheres por aqui – em 2006, esse número era de 11,8%. A informação é da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde e divulgada nesta segunda-feira (17).
O excesso de peso também cresceu: passou de 42,6% em 2006, para 53,8% em 2016. Isso significa que, atualmente, um em cada dois adultos no Brasil pesa mais do que deveria.
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Por outro lado, os brasileiros estão se exercitando mais, segundo o levantamento. A população acima de 18 anos está praticando mais atividade física no tempo livre: em 2009, 30,3% das pessoas faziam ao menos 150 minutos de exercício por semana; em 2016, essa taxa chegou a 37,6%.
Outra boa notícia: a nossa dieta também melhorou. O consumo regular de refrigerante e suco artificial caiu de 30,9% em 2007 para 16,5% em 2016.
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Os dados parecem contraditórios, já que mesmo se alimentando relativamente melhor e fazendo mais exercícios, a obesidade aumentou. Mas, na verdade, o índice de obesos se manteve estável no último ano. Mas, claro, ainda é preciso trabalhar muito para melhorar esse cenário, já que não basta apenas diminuir do consumo bebidas açucaradas. Além de levar uma vida ativa, é preciso também comer alimentos saudáveis. E, para ter ideia, apenas um em cada três brasileiros consome alimentos frutas e hortaliças cinco dias da semana.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que é prioridade do Governo Federal incentivar que as pessoas se alimentem de forma equilibrada e pratiquem atividade física. Em março de 2017, o país se comprometeu internacionalmente a adotar medidas para frear o crescimento do excesso de peso e da obesidade na população adulta até 2019. As metas incluem reduzir em 30% o número de indivíduos que bebem com frequência refrigerantes e sucos artificiais e ampliar em no mínimo 17,8% os adultos que colocam frutas e vegetais no prato todos os dias.