“Não era o câncer que me desanimava, mas o sedentarismo”
Deyse sempre teve uma boa relação com esporte e conta o papel da atividade física na superação do câncer de mama
Em comemoração ao mês de conscientização do câncer de mama, convidamos seis leitoras para contar suas histórias de superação. A primeira foi a atleta paralímpica de natação Raquel Viel, a segunda foi a educadora física Luciana Assmann.
Confira, a seguir, o depoimento de Deyse Fernandes, 35 anos, administradora, Brasília (DF):
“Eu sempre tive uma relação boa com esporte. Praticava corrida de rua e jogava futebol até que uma lesão no joelho esquerdo me obrigou a parar. Foram quase dois anos afastada de tudo para me reabilitar. Ia apenas à hidroterapia e à acupuntura.
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Estava quase recuperada quando, em 2014, fiz um autoexame e descobri o tumor. A prioridade, então, passou a ser a cura da doença, e não mais reconstruir os ligamentos do joelho. O primeiro passo foi retirar as duas mamas. Em uma delas, também perdi pele e mamilo. Fiquei um ano em tratamento.
Quando o médico me liberou para praticar atividade física, praticamente toda a minha massa magra havia ido embora. Estava com 11 quilos a mais de gordura no corpo. Não dava para esperar meu joelho ficar bom, eu tinha de me reinventar no esporte.
Foi quando conheci o Canomama, em Brasília, que reúne mulheres mastectomizadas para praticar remo. Já existem estudos mostrando que a modalidade minimiza a reincidência da doença. O inchaço nos braços, comum nas mulheres com câncer de mama, diminui com o exercício. Era minha oportunidade de voltar a praticar uma atividade física e também a trocar experiências com quem passou pela mesma situação que eu.
No primeiro dia, estava superanimada, mas só consegui avançar 50 metros. Eu estava muito fraca e não dava para movimentar bem os braços (sentia a lateral do peito fisgar). Mas persisti. Comecei a fazer musculação, três vezes por semana, orientada por uma fisioterapeuta, para fortalecer os membros superiores.
Voltei a cuidar do meu joelho e a treinar para aumentar os músculos das coxas. Deu certo! A fraqueza e as dores foram diminuindo até que, meses depois, completei 1 km remando sem parar. Ali, descobri que não era o câncer que me deixava para baixo, mas o sedentarismo.”
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