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Saúde no Trabalho, com Bianca Vilela

A fisiologista do exercício Bianca Vilela dá dicas de exercícios e abordagens para melhorar a saúde no trabalho
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É possível compensar horas de sono?

Por Bianca Vilela
1 jan 2024, 09h00

Já não é de hoje que eu ouço essa frase: dormi pouco na noite passada, vou compensar meu sono nesta tarde dormindo mais. Isso, na prática, faz sentido? Existe um saldo negativo de sono acumulado?

A qualidade do sono é uma preocupação crescente em nossa sociedade moderna, onde a rotina agitada muitas vezes leva a noites mal dormidas. Muitas pessoas buscam compensar a falta de sono, acreditando que algumas horas extras na cama durante a tarde podem restaurar o equilíbrio necessário.

No entanto, essa prática nem sempre é eficaz, como sugere a ideia de compensar o sono perdido em uma noite agitada. O simples ato de dormir mais durante a tarde não possui o poder mágico de eliminar os impactos prejudiciais de longo prazo à saúde associados à privação de sono.

RISCOS

Os riscos para a saúde decorrentes da falta de sono vão além da sonolência diurna. A hipertensão, diabetes e doenças coronárias são apenas algumas das condições que podem se desenvolver como resultado de padrões consistentes de sono insuficiente.

Além disso, a propensão a fazer lanches noturnos, prejudiciais ao metabolismo, permanece elevada em indivíduos que não recebem a quantidade adequada de sono. Esses hábitos alimentares noturnos podem contribuir para desequilíbrios metabólicos e ganho de peso a longo prazo.

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Um estudo específico sobre a compensação do sono destaca a complexidade dessa prática. Para anular os efeitos negativos de apenas uma hora de sono perdido, seria necessário desfrutar de até quatro noites consecutivas com uma regularidade de oito horas de sono.

A eficácia desse método varia de acordo com a suscetibilidade individual à privação de sono. Cada pessoa pode reagir de maneira diferente à falta de descanso, tornando difícil estabelecer uma fórmula universal para a compensação eficaz do sono.

A IMPORTÂNCIA DE DORMIR BEM

A facilidade de optar pelo atalho de dormir mais durante a tarde contrasta com a dificuldade de adotar uma abordagem mais saudável. Mudar hábitos de sono e estilo de vida pode ser um desafio significativo, mas é fundamental para a promoção de uma boa saúde a longo prazo.

Investir na qualidade do sono vai além da quantidade de horas dormidas; envolve criar um ambiente propício para o descanso, estabelecer rotinas regulares de sono e adotar práticas relaxantes antes de dormir.

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Priorizar o sono adequado não apenas melhora a saúde física, mas também tem impactos positivos na saúde mental. A clareza mental, o humor equilibrado e a capacidade cognitiva são aspectos beneficiados por uma boa noite de sono.

Em resumo, a qualidade do sono desempenha um papel crucial na manutenção da saúde global. Enquanto compensar a falta de sono pode parecer uma solução temporária, é fundamental reconhecer a importância de estabelecer hábitos de sono saudáveis para prevenir problemas de saúde de longo prazo.

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BIANCA VILELA é autora do livro Respire, palestrante, mestre em fisiologia do exercício pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e produtora de conteúdo. Desenvolve programas de saúde em grandes empresas por todo o país há quase 20 anos. Na Boa Forma fala sobre saúde no trabalho, produtividade e mudança de hábitos. Não deixe de visitar o Instagram: @biancavilelaoficial.

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