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Você pode sofrer de dominância de estrogênio e não sabe

A descompensação do hormônio gera aumento de peso, varizes e celulites, além de sensibilidade nos seios e cólicas

Por Marcela De Mingo
22 fev 2022, 08h00

Ser mulher não é simples. Entre os ciclos menstruais e as produções de hormônios ao longo da vida, passamos por uma série de sensações e sintomas físicos que vão e vêm em determinados períodos. Tudo isso colabora para condições de saúde diferentes, e uma delas é a chamada dominância de estrogênio. 

De acordo com a endocrinologista Dra. Alessandra Rascovki, a primeira coisa que precisamos entender é que o estrogênio é um hormônio essencial para ambos os sexos, mas, obviamente, é muito mais importante para as mulheres. 

O QUE É DOMINÂNCIA DE ESTROGÊNIO? 

A dominância de estrogênio é um desequilíbrio hormonal que ocorre quando os níveis de estrogênio, comparativamente com os outros hormônios, por exemplo, progesterona e testosterona, estão aumentados”, explica ela. 

É vital entender também as funções desse hormônio no corpo: o estrogênio regula a fertilidade, a função imunológica (ou seja, tem uma correlação com doenças autoimunes, como o lúpus), manutenção dos ossos, a saúde cardiovascular e ainda ajuda na regulação da glicemia, do metabolismo como um todo, no acúmulo de gordura e na saúde mental. “Então, todas essas condições podem aparecer dentro de uma situação onde existe desequilíbrio de estrogênio”, continua a médica. 

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QUAIS OS SINTOMAS DA DOMINÂNCIA DE ESTROGÊNIO? 

Assim como comentamos nos parágrafos acima, os sintomas da dominância de estrogênio estão conectados à função desse hormônio no corpo. Ou seja, a mulher que sofre dessa condição pode perceber:

  • ganho de peso (principalmente com acúmulo de gordura no quadril e nas coxas),
  • varizes,
  • celulites,
  • sintomas de TPM (alterações de humor, ansiedade, irritabilidade, alterações no padrão de sono),
  • sangramento uterino,
  • retenção de líquido,
  • dor e sensibilidade nas mamas.

O diagnóstico dessa condição é feito pela história clínica e pelo exame físico. “Por exemplo: se uma mulher possui um acúmulo de gordura no quadril e nas coxas e há ovário policístico, pode ser um indicativo. Além disso, essa pessoas também tem dificuldade de perder peso e aumento de pelos”. Após o pré-diagnostico por observação, podemos contar com exames de sangue, saliva e urina para confirmar, diz a médica. 

DOMINÂNCIA DE ESTROGÊNIO VS. ALIMENTAÇÃO 

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Acredite se quiser, existem estudos que ligam essa condição à alimentação. Por exemplo, algumas pesquisas comprovam que uma dieta ocidentalizada, com muita carne vermelha e embutidos, foi associada a um aumento de 14% no risco de câncer de mama. Já, ao contrário, uma alimentação muito rica em frutas e vegetais, como as dietas plant-based, foi relacionada à diminuição do risco de câncer de mama em 18%. 

“As escolhas alimentares influenciam o metabolismo do estrogênio e a sua maior biodisponibilidade no organismo, tanto quanto a taxa de excreção, de eliminação de estrogênio do corpo”, diz a Dra. Alessandra. “Se pegarmos os estudos, 30 a 35% de todos os tipos de câncer tem relação com a alimentação, ou seja, estamos falando do alto consumo de alimentos processados, excesso de carne vermelha, doces e laticínios. Quando olhamos os estudos em vegetarianos e pescetarianos, eles possuem uma menor produção de estrogênio circulante do que os não vegetarianos. Até 20% menos produção, o que é um impacto importante.”

Em mulheres em idade fértil, o anticoncepcional também colabora para o aumento do estrogênio, por conta das doses de hormônio encontradas em cada comprimido. Atualmente, é comum ginecologistas buscarem receitar medicamentos com menor dosagem para evitar também essa descompensação hormonal. 

Com esses dados, vem uma boa notícia: é possível evitar que a dominância de estrogênio se desenvolva. Por exemplo, com uma alimentação rica em fibras, grãos, legumes, verduras e frutas sem agrotóxicos. “Existem alguns alimentos considerados protetores desse aumento de estrógeno que são: chia, linhaça, biomassa de banana-verde, crucíferas de modo geral, couve, brócolis e couve-flor, podendo, sim, ajudar a proteger dos efeitos negativos”, completa a médica. 

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