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Mais da metade das mulheres está desistindo de treinar, aponta estudo

Segundo o estudo, encomendado pela ASICS, o motivo da desistência está nas barreiras que as mulheres enfrentam para se exercitarem. Saiba mais!

Por Ana Paula Ferreira
29 fev 2024, 13h21

Um estudo global exclusivo encomendado pela marca ASICS concluiu que existem diversas diferenças na prática de atividades físicas entre homens e mulheres, chamando atenção especialmente para um dado alarmante: mais da metade das mulheres em todo o mundo está desistindo ou parando completamente de se exercitar.

Chamado “Move Her Mind”, o estudo foi feito com 24.959 pessoas, foi encomendado pela ASICS e conduzido de forma independente pelos renomados acadêmicos Dee Dlugonski, médica e professora-assistente do Sports Medicine Research Institute, da Universidade de Kentucky, e professor Brendon Stubbs, da Kings College de Londres. Saiba mais a seguir!

Estudo sobre mulheres e atividades físicas

Reafirmando a correlação positiva entre os níveis de exercícios das mulheres e seu bem-estar mental, as mulheres participantes do estudo relataram que se sentem 52% mais felizes, 50% mais energizadas, 48% mais confiantes, 67% menos estressadas e 80% menos frustradas quando se exercitam regularmente.

Apesar de todos esses benefícios, mais da metade das mulheres se declarou insatisfeita com seus níveis de exercício, causando a desistência e, consequentemente, afetando negativamente o estado do seu bem-estar emocional.

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Segundo os dados, todas as mulheres enfrentam barreiras para se exercitarem ao longo da vida, desde questões relacionadas ao tempo disponível (74%) e baixa autoconfiança (35%) até ambientes intimidadores (44%) ou por não se sentirem suficientemente atletas (42%). Além disso, quase dois terços (61%) das mães citaram a maternidade como o principal motivo pelo qual interromperam suas práticas de exercícios ou esportes, demonstrando o impacto que as responsabilidades de cuidado materno têm nos níveis de atividade das mulheres.

As participantes da fase qualitativa da pesquisa descreveram com frequência como as expectativas da sociedade sobre os papéis de gênero, incluindo o fato de que as mulheres devem arcar com a maior parte dos cuidados com a família, e as responsabilidades domésticas desempenharam um papel importante para que elas parassem de se exercitar.

Curiosamente, as percepções dos homens sobre os desafios que as mulheres enfrentam eram diferentes da realidade. Apenas 34% dos homens reconheceram a falta de tempo como uma barreira para o exercício das mulheres, apesar de três quartos (74%) das mulheres citarem o problema. Em vez disso, os homens pensavam que as inseguranças corporais eram o principal problema, com 58% dos homens relatando isso como a principal barreira, em comparação com 36% das mulheres.

Na verdade, das cinco principais barreiras ao exercício percebidas pelos homens, apenas uma (custos gerais para prática de atividades físicas) realmente apareceu na lista de obstáculos mais comuns relatados pelas mulheres, destacando uma disparidade entre as percepções dos homens e a realidade diária sentida pelas mulheres ao redor do mundo.

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Apoio e incentivo para ajudar

O estudo constatou que mais de um terço das mulheres diz que as amigas são as mais importantes influenciadoras de exercícios, observando que elas são mais motivadas a se exercitarem por mulheres como elas do que por celebridades. Os pais e os parceiros também influenciam, mostrando que ambos os gêneros podem ter um impacto sobre a participação das mulheres no esporte. Quando perguntadas sobre o motivo pelo qual se exercitariam, as mulheres disseram universalmente que é mais pela saúde mental (92%) e física (96%) do que pela estética.

A líder do estudo, Dee Dlugonski, comentou sobre ações que podem reverter esse quadro das mulheres no esporte. “Nosso estudo mostrou que a lacuna de gênero nos exercícios é um desafio complexo que não surgiu da noite para o dia. Como não possui uma causa única, não será resolvido com apenas uma solução, mas quando perguntadas sobre o que poderia ajudar, as mulheres observaram que tornar o movimento mais acessível, inclusivo e reconhecido em todas as formas, além de desafiar as expectativas de gênero da sociedade, ajudaria-nas a se movimentarem mais.”

“Isso inclui tornar o exercício centrado nas mulheres e em suas necessidades. Desde o fornecimento de creches e atendimento a todos os níveis de atividade, até a adaptação ao trabalho, sendo divertido, acessível, seguro, acolhedor e livre de julgamentos. Todas essas soluções, embora pequenas, podem ter um impacto significativo e, por meio desse estudo, identificamos milhares de indivíduos e organizações em todo o mundo que já estão promovendo mudanças”, ela adiciona.

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