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Recuperação muscular: aprenda a usar a crioterapia em casa

Fisioterapeuta aponta os benefícios do tratamento com frio e como aplicar da forma correta

Por Ana Paula Ferreira
Atualizado em 3 Maio 2024, 12h39 - Publicado em 3 Maio 2024, 11h58

Não é raro vermos atletas e praticantes de atividades físicas usando tratamento com frio –conhecido também como crioterapia – para a recuperação muscular pós-treino. Mas, afinal, como é que a baixa temperatura pode ajudar nesse sentido?

De acordo com a fisioterapeuta e consultora da Relax Medic, Ana Cristina de Souza, o frio é comumente usado para recuperação muscular devido a seus efeitos analgésicos, antiinflamatórios e vasoconstritores.

“Ele ajuda a reduzir a inflamação, alivia a dor, diminui o metabolismo local e previne danos adicionais aos tecidos musculares”, aponta a profissional. “Isso pode acelerar o processo de recuperação e permitir que os atletas voltem aos treinos mais rapidamente”, completa.

Benefícios do tratamento com frio para recuperação muscular

Redução da inflamação

A aplicação de frio ajuda a diminuir a resposta inflamatória do corpo, o que pode ocorrer após exercícios intensos ou lesões musculares. Isso ajuda a reduzir o inchaço e a dor associados à inflamação.

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Alívio da dor

O frio tem propriedades analgésicas naturais, que podem ajudar a reduzir a sensação de dor muscular. Isso é particularmente útil após treinos intensos ou lesões musculares.

Recuperação mais rápida

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Ao reduzir a inflamação e a dor muscular, a terapia com frio pode acelerar o processo de recuperação, permitindo que os atletas retornem aos treinos mais rapidamente.

Prevenção de danos adicionais

A aplicação de frio pode ajudar a prevenir danos adicionais aos tecidos musculares, limitando a extensão do dano causado pelo exercício intenso.

Melhoria da circulação sanguínea

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Embora o frio cause vasoconstrição inicialmente, quando o frio é removido, ocorre vasodilatação reflexa, o que pode melhorar o fluxo sanguíneo para a área afetada, promovendo a recuperação.

Diminuição do metabolismo local

O resfriamento reduz a atividade metabólica local, o que pode ajudar a diminuir a produção de metabólitos que contribuem para a dor muscular, como o ácido lático.

Como ele deve ser feito?

“A terapia com frio para recuperação muscular pode ser feita em casa, mas é importante seguir algumas diretrizes básicas para garantir sua eficácia e segurança”, afirma Ana Cristina.

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Aqui estão algumas orientações sobre como realizar essa terapia:

  • Frequência: a terapia com frio pode ser realizada várias vezes ao dia, se necessário, especialmente após treinos intensos ou em caso de lesões musculares. No entanto, é essencial permitir um intervalo de tempo suficiente entre as sessões para que a pele e os tecidos possam retornar à temperatura normal.
  • Temperatura: a temperatura ideal para a terapia com frio é geralmente entre 10°C e 15°C (50°F a 59°F). Isso pode ser alcançado usando bolsas de gelo, compressas frias ou banhos de gelo. Evite temperaturas extremamente baixas, pois isso pode causar danos à pele.
  • Tempo de aplicação: o tempo de aplicação pode variar, mas geralmente recomenda-se aplicar o frio por cerca de 15 a 20 minutos de cada vez. Isso é suficiente para obter os benefícios desejados sem causar danos à pele.
  • Descanso: após a aplicação do frio, é importante permitir que os músculos descansem. Evite exercícios intensos ou atividades que possam sobrecarregar os músculos recém-tratados.
  • Acompanhamento profissional: embora a terapia com frio possa ser realizada em casa, em alguns casos mais graves de lesão muscular, é recomendável procurar orientação de um profissional de saúde, como um fisioterapeuta ou médico especializado em medicina esportiva. Eles podem fornecer orientações específicas com base na gravidade da lesão e no histórico médico do indivíduo.

“É importante observar que a terapia com frio pode não ser adequada para todos os tipos de lesões musculares, e pode haver contraindicações para seu uso em certas condições médicas. Portanto, se houver dúvidas ou preocupações, é sempre melhor consultar um profissional de saúde”, orienta Ana Cristina.

Risco e contraindicações

Embora a terapia com frio seja geralmente segura e eficaz para a recuperação muscular, existem alguns riscos e contraindicações a serem considerados.

“Em alguns casos, a aplicação de frio pode agravar certas lesões musculares, especialmente se houver lesões mais graves, como rupturas musculares ou lesões por esforço repetitivo. Nestes casos, o calor pode ser mais benéfico do que o frio para promover a cicatrização e o relaxamento muscular”, afirma a fisioterapeuta.

Além disso, pessoas com problemas circulatórios, como doença arterial periférica, devem ter cuidado ao usar terapia com frio, pois pode afetar ainda mais o fluxo sanguíneo para a área afetada.

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“Alguns pacientes também podem ter uma sensibilidade aumentada ao frio devido a condições médicas subjacentes, como a síndrome de Raynaud. Nesses casos, a terapia com frio pode ser desconfortável ou até mesmo prejudicial”, aponta Ana Cristina, ressaltando que pessoas com hipersensibilidade à temperatura fria também podem experimentar uma reação exagerada à terapia com frio, incluindo dor intensa, dormência ou formigamento.

Outro fator a ser levado em consideração é checar se há infecção presente na área onde o frio será aplicado, uma vez que ele pode potencialmente piorar a infecção ou retardar o processo de cicatrização.

“É importante que indivíduos com condições médicas pré-existentes ou preocupações de saúde consultem um profissional de saúde antes de iniciar qualquer tipo de terapia com frio para recuperação muscular. Eles podem fornecer orientações específicas com base na situação individual e histórico médico”, finaliza a profissional.

 

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