Treinar pode melhorar ou piorar a enxaqueca? Profissional explica

As atividades físicas podem ser benéficas para os sintomas da enxaqueca, mas apenas se forem feitas da forma certa. Veja as orientações de uma neurologista

Por Ana Paula Ferreira
Atualizado em 21 out 2024, 17h37 - Publicado em 24 abr 2024, 16h00
Confira quais efeitos os treinos podem ter para pessoas que sofrem com enxaqueca
Confira quais efeitos os treinos podem ter para pessoas que sofrem com enxaqueca (yanalya/Freepik)
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Se você é uma pessoa que sofre de enxaqueca, provavelmente em algum momento já se perguntou se deveria ou não ir à academia em um dia de crise, por não saber se a prática de atividades físicas pode melhorar ou piorar o quadro.

De acordo com Thais Villa, neurologista, neuropediatra e idealizadora da clínica Headache Center Brasil, a enxaqueca é uma doença crônica que tem predisposição genética e é caracterizada pela hiperexcitabilidade do cérebro, que comanda todo o organismo.

“A enxaqueca atinge pessoas de todas as idades, mas tem o ápice entre os indivíduos de 30 e 50 anos. As mulheres são as que apresentam dores de cabeça – um dos principais sintomas da doença – mais fortes e incapacitantes, devido a questões biológicas e hormonais”, explica.

Quando se fala em exercícios físicos, a profissional afirma que eles podem, sim, ser benéficos para os sintomas da enxaqueca, desde que realizados sob orientação profissional e de forma regular, com condicionamento físico, de maneira progressiva e que não seja no momento da crise.

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Caminhadas leves são um bom exemplo de exercício para iniciar e depois evoluir para uma caminhada mais rápida ou até para a corrida. O exercício de maneira regular e orientada é muito importante, inclusive, para a prevenção de crises e controle da doença”, afirma a médica.

Então, devo treinar ou repousar quando estiver com enxaqueca?

Em momentos de crise, Thais indica que a pessoa com enxaqueca faça repouso, pois a dor pode ser piorada por mínimos movimentos do corpo, ainda mais durante a atividade física. “Depois de passada a crise, a orientação é que o paciente retome suas atividades de maneira tranquila, sem exageros, e com orientação.”

É importante dizer, ainda, que nenhum tipo de treino, prática esportiva ou atividade física pode causar enxaqueca, porque essa é uma doença hereditária. O que pode acontecer, segundo a profissional, é a atividade física ser um gatilho desencadeador de crises, principalmente em pessoas que sofrem com enxaqueca crônica, em que a dor de cabeça leve a moderada acontece em quase todos os dias do mês. “Essa pessoa sim está muito predisposta a ter gatilhos”, alerta ela.

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Alerta para pessoas com enxaqueca

Thais ressalta algo importante para as pessoas que têm enxaqueca: evitem se automedicar para treinar ou para praticar esporte ou atividade física.

Segundo ela, muitas pessoas, em vez de controlar a enxaqueca, acabam tomando analgésicos para não terem dor de cabeça no treino. Há, também, aquelas que estão sem tratamento e, sempre após o treino, sentem piora da dor de cabeça, recorrendo a analgésicos, anti-inflamatórios ou remédios de crise.

“O uso excessivo dessas medicações só piora a enxaqueca”, ela alerta. Por esse motivo, o ideal é buscar ajuda médica para tratar a doença crônica e manter os sintomas sob controle.

 

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