Ainda existem muitas dúvidas sobre os reais efeitos do novo coronavírus no corpo humano. E uma coisa é certa: a dificuldade em voltar para a rotina de exercícios físicos é real.
O básico você, provavelmente, já sabe: por exigir cuidados com a saúde, repouso e isolamento, o recomendado pelos médicos é não se exercitar durante o período de infecção. Mas o que fazer depois dele?
EXERCÍCIOS FÍSICOS E A RECUPERAÇÃO PÓS-COVID
Todo mundo já sabe que manter uma rotina de exercícios físicos é de extrema importância para o corpo e a mente. Seja para manter o organismo em funcionamento, seja para diminuir o estresse e cuidar da saúde mental, fato é que a prática física pode e deve fazer parte do seu dia a dia.
No entanto, o COVID trouxe uma série de mudanças e adaptações de rotina e a infecção pelo vírus, em si, tem gerado efeitos muito além dos sintomas à la gripe: depressão, ansiedade e desmotivação são alguns deles.
“Voltar aos treinos pode ser difícil por estar saindo de um período com sintomas gerais, respiratórios e emocionais e também a quebra da rotina de forma inesperada”, explica o médico do esporte Dr. Walid Nabil.
Por isso, o primeiro passo para uma retomada da rotina pós-COVID é recuperar a rotina aos poucos, dando tempo ao corpo para se readaptar depois de uma quebra tão grande e do esforço do sistema imunológico envolvido em recuperar a saúde.
“O ideal é buscar se alimentar de forma saudável, se hidratar, dormir bem e retomar os exercícios aos poucos, sem muita intensidade, evoluindo dia após dia”, explica o profissional.
Vale a pena, inclusive, colocar um pouco mais de atenção na sua dieta, afinal, ela desempenha um papel fundamental na recuperação da saúde e da performance de uma pessoa pós-infecção por COVID.
“É através da alimentação que o corpo gera energia para o bom funcionamento das células e também do exercício físico”, diz. “Além disso, priorizar comida de verdade, rica em vegetais, que são fonte de micronutrientes responsáveis pela manutenção das reações metabólicas e recuperação das células após um quadro infeccioso. Hidratação também é essencial.”
QUAIS EXERCÍCIOS FAZER PÓS-COVID?
Não existem práticas que sejam mais ou menos indicadas para a retomada do exercício físico pós-infecção por coronavírus. No entanto, o Dr. Walid explica que deve-se evitar os exercícios de alta intensidade, já que o paciente acabou de passar por uma doença de comprometimento geral, principalmente pulmonar.
“A maior necessidade desse momento é o auxílio de um profissional especializado, um médico e um educador físico para acompanhar a evolução da performance e principalmente da saúde após um quadro de infecção por COVID”, diz ele.
Práticas como o yoga e as caminhadas são bastante indicadas para essa retomada, já que trabalham a respiração, o alongamento e a mobilidade – aspectos que costumam ser bastante afetados pela doença.
Ah, outro ponto importante: quanto tempo esperar antes de retomar os exercícios? Segundo o British Journal of Sports Medicine, o cronograma ideal é:
- Em casos assintomáticos: descanso de 7 dias antes de retomar os exercícios
- Em casos sintomáticos leves a moderados: descanso de 10 dias, contados a partir do primeiro dia de sintomas
Outra recomendação importante: não apresentar sintomas por, pelo menos, 7 dias antes de voltar para a academia – isso evita a possibilidade de transmissão do vírus em um ambiente fechado.
Em termos práticos: se você é um caso sintomático, some aos 10 dias de descanso mais sete até o completo desaparecimento dos sintomas – ou seja, 17 dias antes da retomada de exercícios.
COMO SABER SE NÃO ESTOU PRONTA PARA VOLTAR AOS EXERCÍCIOS?
Mais uma vez, é importante lembrar que o COVID é uma doença que gera um comprometimento geral do corpo – em especial da capacidade respiratória. Ou seja, é natural que você sinta o corpo mais fraco do que antes, mesmo estando totalmente recuperada.
No entanto, existem sinais importantes que indicam que o seu corpo ainda não está pronto para essa retomada – e você deve procurar um médico se apresentar os sintomas abaixo:
- Dor ou pressão no peito
- Palpitações cardíacas
- Dificuldades respiratórias mesmo aos mínimos esforços
- Tontura
- Desmaios