Continua após publicidade

Cirurgia plástica: 6 regras que você deve seguir para que tudo saia bem

Da escolha do cirurgião aos cuidados pré-operatórios, é preciso muita atenção antes de fazer um procedimento desses

Por Redação BOA FORMA
Atualizado em 19 jul 2018, 15h36 - Publicado em 18 jul 2018, 18h54

O país está em choque com a morte da bancária Lilian Quezia Calixto (46), no último domingo (15), devido a um procedimento estético mal-executado pelo médico Denis Furtado, conhecido como Dr. Bumbum. Segundo o portal de notícias G1, a mulher procurou o especialista para retocar os glúteos e viajou de Cuiabá para o Rio de Janeiro a fim de realizar o procedimento.

 

A cirurgia – feita na residência do médico, prática proibida – teve complicações e Lilian morreu. As causas não foram divulgadas, mas acredita-se que o falecimento esteja ligado ao uso pelo Dr. Bumbum de grandes quantidades de polimetilmetacrilato (PMMA), material indicado, em doses pequenas e limitadas, para preenchimento de áreas específicas do corpo e da face.

Denis está foragido, assim como sua mãe, Maria de Fátima Barros, que também é médica. Ambos estão com o registro profissional cassado.

Continua após a publicidade

 

Cirurgia plástica segura*

Se você está pensando em fazer uma cirurgia plástica, é fundamental garantir que o procedimento seja realizado por um médico especializado. Além disso, fique atenta a outros pontos que devem ser avaliados:

1. Busque referências sobre o cirurgião

Além de indicações de suas amigas e de outros médicos, vá atrás de informações sobre a formação do cirurgião. Ter o diploma em uma boa instituição é o começo de tudo. Outra medida importante é saber se o médico é especialista em cirurgia plástica. A legislação brasileira permite que, depois de concluir o curso regular de seis anos, o médico realize qualquer procedimento. “Ou seja, um médico que se formou ontem e não tem nenhuma expertise em cirurgia está legalmente habilitado a fazê-la”, conta o cirurgião plástico Ronaldo Golcman, chefe de equipe de urgência do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Por isso, cheque se o profissional tem registro na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), única entidade no Brasil que pode certificar médicos na área, atestando que cumpriram dois anos de residência em cirurgia geral e mais três na plástica.

2. A saúde tem que estar em dia

Antes de encarar o bisturi, você precisa passar com boas notas nos exames pedidos pelo médico e manter sob controle as doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Fumantes, por exemplo, demandam cuidados. “A nicotina prejudica a circulação de sangue nos tecidos, favorecendo a má cicatrização”, explica Marcelo Sampaio, cirurgião plástico do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. “É preciso deixar de fumar pelo menos três meses antes e dois meses depois da cirurgia.”

3. Redobre a atenção com os remédios

Saber como os medicamentos de uso frequente interferem na cirurgia é fundamental. Aspirina, AAS e alguns anti-inflamatórios, por exemplo, alteram a coagulação do sangue. O cuidado vale também para os fitoterápicos.“Alguns como ginkgo biloba, cáscara sagrada e pílulas de alho podem aumentar o sangramento e trazer riscos para a paciente”, diz Marcelo.

Outra substância que entra na lista é a isotretinoína, substância derivada da vitamina A que é muito usada no tratamento da acne e pode mudar a síntese de colágeno na pele e, assim, atrapalhar a cicatrização.

Continua após a publicidade

Por fim, há os anticoncepcionais. “O problema das pílulas e da reposição hormonal é o aumento da possibilidade de trombose. Mas calma, nem sempre é preciso suspender o uso porque existem medidas eficazes para prevenir o problema, como o uso de anticoagulantes, meias elásticas e massageadores para as pernas”, explica Marcelo. Por isso, uma conversa sincera com seu médico é fundamental.

4. Pergunte todos os detalhes da operação ao médico

O lugar onde será feita a cirurgia também determina o nível de risco. Hospitais oferecem mais segurança do que clínicas. “É preciso ter, no mínimo, uma mini-UTI no local”, diz Fernando Almeida Prado, membro titular da SBCP. Quem pretende aumentar os seios também precisa se informar sobre a marca da prótese. “Pesquise o site do fabricante, verifique se é certificado pela Anvisa, veja se ele atua no mercado europeu ou americano, busque o histórico da empresa para checar se há bons antecedentes”, orienta Fernando.

Continua após a publicidade

Assine nossa newsletter e fique por dentro das últimas notícias de BOA FORMA

5. Não vá com muita sede ao pote

Já que vamos operar, que tal fazer uma transformação completa, certo? Errado! Para manter a paciente desacordada por um longo período, é preciso aumentar a quantidade da substância anestésica – o que, claro, eleva o risco. O tempo de cirurgia também não deve exceder cinco horas de duração.

No caso da lipoaspiração, apesar de ser legalmente permitido tratar até 40% da superfície corporal e tirar até 7% do peso do paciente, quanto maiores a área e a quantidade de gordura extraída, maior o risco de complicações. Há médicos que trabalham com metade desses limites, não ultrapassando 20 e 3,5%, respectivamente. “Os dois dias que sucedem a cirurgia são críticos. Por isso, é fundamental ter acesso fácil ao especialista e disponibilidade para voltar ao consultório ou ao hospital se ele recomendar”, afirma Ronaldo.

Continua após a publicidade

6. Respeite o pós-operatório

Seguir as orientações médicas depois da cirurgia é parte importante do processo. “As recomendações sobre repouso, atividade física, exposição ao sol, direção de veículos, alimentação e uso da medicação e de cintas cirúrgicas também são critérios de segurança”, diz Marcelo Sampaio, do Hospital Sírio Libanês. Deixar de fazer o que o médico recomenda abre portas para o surgimento de infecções, manchas, aderências, fibroses e problemas de cicatrização.

*Este trecho da matéria foi originalmente publicado em abril de 2014

Publicidade