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Pelé, o Rei do futebol, morre aos 82 anos em São Paulo

O maior jogador da história do futebol enfrentava um câncer colorretal desde 2021

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 21 out 2024, 16h30 - Publicado em 29 dez 2022, 18h00
Foto do Pelé
 (Instagram/Reprodução)
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Nesta quinta-feira, 29 de dezembro, em São Paulo, morreu Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, aos 82 anos.

O ex-jogador de futebol lutava contra um câncer colorretal, diagnóstico que recebeu em 2021. Em setembro do ano passado, Pelé foi submetido a uma cirurgia no local para a retirada de um tumor e desde então estava fazendo quimioterapia. No início deste ano, o Rei do futebol, natural de Três Corações, em Minas Gerais, foi diagnosticado com metástases no pulmão, no fígado e no intestino.

Desde o dia 29 de novembro, ele estava internado no Hospital Albert Einstein, na zona sul da cidade, onde chegou apresentando um inchaço generalizado e insuficiência cardíaca descompensada. Na unidade de saúde, ele foi diagnosticado com uma infecção respiratória decorrente da COVID-19 e passou por uma reavaliação do seu tratamento quimioterápico.

Em sua carreira, Pelé jogou no Santos e no Cosmos FC, além de ter vestido a camisa da seleção brasileira, com a qual foi tricampeão mundial (1958,1962,1970). Considerado o maior artilheiro da história do futebol mundial, ao todo, ele marcou 1.281 gols.

Câncer colorretal é o segundo que mais mata no mundo

O câncer colorretal, causa da morte do Rei do futebol, resulta em 900 mil mortes por ano no mundo, ficando atrás apenas do câncer de pulmão. Excluindo o câncer de pele não melanoma, ele é o segundo tumor maligno mais comum em homens e mulheres, atrás apenas, respectivamente, do câncer de próstata e de mama.

No mundo, o câncer colorretal corresponde a 10% de todos os tipos de câncer, com 1,9 milhão de novos casos anuais e 935 mil mortes, de acordo com o levantamento Globocan, da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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Segundo Héber Salvador, cirurgião oncológico e presidente da SBCO, a doença que acometeu Pelé pode se desenvolver de forma silenciosa por um tempo, ou seja, sem manifestar nenhum sintoma. Na maioria das vezes, a descoberta acontece por meio de exames de rastreamento.

“É fundamental a realização de colonoscopia a partir dos 50 anos em pessoas sem sintomas – ou 40 anos, caso haja histórico de câncer na família. Este exame pode evitar a doença, pois, por meio dele, é possível retirar pólipos, que são lesões presas na parede do intestino que poderiam evoluir para câncer”, diz.

Em fase inicial, a taxa de cura do câncer colorretal é acima de 90%. Quando já afetou os linfonodos, a taxa diminui para 70%. Em caso de metástase, as chances de cura não atingem 20%.

“Quando um tumor originado no cólon (intestino grosso) se espalha, o órgão que mais apresenta metástase é o fígado”, esclarece o médico.

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Quais são as causas?

Apesar de ser mais comum a partir dos 50 anos, o câncer colorretal também pode se desenvolver em jovens. Então, a idade é um dos principais aspectos que merecem atenção em relação ao surgimento da doença.

Entretanto, existem outros fatores de risco para o câncer colorretal, como hábitos alimentares não saudáveis, obesidade, sedentarismo, tabagismo, alto consumo de bebidas alcoólicas, histórico familiar e preexistência de doenças (retocolite ulcerativa crônica, doença de Crohn e doenças hereditárias do intestino).

Quais são os sinais?

Em seu estágio inicial, o câncer colorretal raramente manifesta sintomas específicos. Porém, alguns sinais podem aparecer e devem ser investigados, especialmente em pessoas que se enquadram nos fatores de risco.

São eles: presença de sangue nas fezes, dor ou desconforto abdominal, alteração na forma das fezes, perda de peso sem causa aparente, sensação de fraqueza, alternância entre diarreia e prisão de ventre e presença de massa abdominal.

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Como prevenir?

No geral, o câncer é considerado uma doença multifatorial, sendo que, entre seus causadores, está a predisposição genética. Diante disso, não existe uma forma de garantir 100% a sua prevenção. No entanto, evitar os fatores de risco é uma atitude que ajuda a reduzir a possibilidade do desenvolvimento do câncer colorretal.

Para prevenir o problema, o ideal é manter a saúde em dia com a adoção de hábitos que promovam qualidade de vida, por exemplo:

Como é feito o tratamento?

A cirurgia oncológica é, em geral, a primeira conduta tomada para o tratamento do câncer colorretal. Dependendo do caso, após a cirurgia, o paciente passa a fazer radioterapia e quimioterapia.

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É importante ressaltar que o câncer é uma doença complexa e, por isso, exige abordagens diferentes de caso a caso. 

As condutas terapêuticas, o tipo de cirurgia e toda a definição do tratamento dependem do momento no qual a doença foi detectada. Quando isso acontece precocemente, as chances de cura são significativamente maiores e o tratamento é mais simples, pois o tumor ainda não se espalhou para outras regiões do corpo e está em fase inicial.

Portanto, a equipe multidisciplinar determina como será realizado o tratamento com base na extensão da doença.

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