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Reabertura das academias: quais cuidados devemos ter?

Como reforçar a segurança na hora de treinar

Por Amanda Panteri
Atualizado em 20 out 2023, 18h10 - Publicado em 27 ago 2020, 08h09

No dia 11 de julho, a Prefeitura de São Paulo decretou a reabertura das academias e estúdios esportivos. A medida caminha no sentido da flexibilização do estado de quarentena na cidade, mas também impôs rigorosas diretrizes de higiene para que o coronavírus não se propague ainda mais.

Entre as regras que os estabelecimentos têm que seguir, entram o funcionamento com apenas 30% da capacidade original e por apenas 6 horas por dia; a suspensão de aulas coletivas; a necessidade de agendamento prévio para o uso dos aparelhos; chuveiros interditados; uso obrigatório das máscaras de proteção e limpeza geral e mais caprichada dos equipamentos pelo menos três vezes ao dia (além da higienização dos equipamentos a cada uso).

O município paulista não é o único no Brasil: outras localidades afrouxaram as medidas de segurança e também permitem que as academias funcionem. Mas será que somente essas normas já são suficientes para evitar o contágio? O que os estabelecimentos e quem está pensando em voltar podem fazer para reforçar ainda mais a segurança?

Reabertura das academias: Exemplos reais

female fitness trainer holding open sign board coronavirus quarantine is ending victory over covid-19
(gmast3r/Getty Images)

Keko Rodrigues, diretor técnico da rede TecFit, em São Paulo, conta que agora eles tiveram que redobrar os cuidados com a higiene. Apesar de as academias da rede já contarem com banheiros privativos e purificadores de ar, agora eles medem a temperatura corporal dos alunos e não permitem que eles treinem com os mesmos tênis que vieram da rua. “A sola do calçado é uma das formas de transportar e disseminar o vírus. Ou a pessoa troca o sapato, ou ela treina descalça”, explica.

Por oferecer treinos de eletroestimulação, o uso de coletes da TecFit (que não são individuais, mas sim compartilhados) é imprescindível durante as aulas. Agora esses equipamentos são higienizados com mais cautela do que já eram antes — lavados com álcool 70% e um coquetel de produtos bactericidas e fungicidas. O distanciamento social é outra preocupação. “A recomendação é que cada professor atenda apenas um aluno por vez. Caso o espaço de treino tenha três máquinas, ele poderá receber três alunos desde que sejam respeitadas as normas seguras de distanciamento entre eles (1,5 a 4 metros).”

A Les Cinq Gym, academia localizada no bairro Jardins, decidiu contar com a ajuda da tecnologia. Lá, há um tapete químico logo na entrada banhado em quartenário de amônio, produto químico que combate bactérias e neutraliza a ação de vírus. Os usuários do estabelecimento também são submetidos a um reconhecimento facial eletrônico que já mede a temperatura corporal. E entre os aparelhos de treino cardiorrespiratório foram instaladas divisórias de acrílico, assim como lâmpadas germicidas em todo o local. Uma vez por semana, a academia fecha por três horas e é submetida a uma limpeza mais pesada com quartenário de amônio e peróxido de hidrogênio por uma empresa especializada.

E o que podemos fazer? 

fitness trainer holding welcome back sign board coronavirus quarantine is ending victory over covid-19
(gmast3r/Getty Images)

E se as academias e estúdios estão fazendo a parte deles, a gente também precisa fazer a nossa. “O combate à pandemia precisa do apoio conjunto das empresas, do governo e dos cidadãos. Os usuários têm que estar conscientes de suas responsabilidades também, afinal, não vamos superar a crise sozinhos”, diz a infectologista Ingrid Cotta, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, que também nos lembra que apesar da flexibilização, a maioria das cidades ainda se encontram na fase amarela.

A especialista explica que as duas formas de transmissão do coronavírus são pelo ar e contato. “Por isso que recomendamos deixar os ambientes muito bem ventilados, com janelas e portas abertas”. Sempre que você tocar qualquer área que pode estar contaminada (seja a catraca da entrada, pesinhos ou máquinas), deve limpar as mãos com álcool gel ou água e sabão. “Vale dar uma borrifada de álcool 70% ou água sanitária diluída na sola dos sapatos antes de entrar também.”

Antes e depois de usar algum equipamento, higienize as superfícies que encostou. Não esqueça a própria garrafinha de água (afinal os bebedouros ficarão desligados) e pelo menos uma máscara reserva. “Deve haver a troca do objeto toda vez que ele ficar úmido. Quando a máscara fica molhada, ela deixa de ser útil, gruda no rosto, dificulta a respiração e provoca desconfortos, o que aumenta as chances de você tocar nela”, diz a especialista. Leve um saco plástico para guardar as usadas, lave as mãos antes e depois de trocar e pegue sempre nas alças da máscara para retirar e colocar, nunca no centro.

Reabertura das academias: Máscara e treino

female fitness trainer holding open sign board coronavirus quarantine is ending victory over covid-19
(gmast3r/Getty Images)

Como se não bastassem todos os cuidados que devemos ter, muita gente anda reclamando do desconforto que treinar de máscara gera. Algumas esquentam, coçam, ficam completamente encharcadas de suor e dão a sensação de sufocamento. “A máscara representa uma barreira física. Ela filtra o ar e dificulta a sua passagem, por isso muita gente sente incômodo o em se exercitar com ela”, afirma a cardiologista e médica do esporte Renata Castro.

Apesar de ser bem chato ter que malhar com ela, tanto a especialista quanto testes científicos garantem que o acessório não faz mal. Em uma pesquisa com 12 voluntários, por exemplo, o cardiologista Fabrício Braga, diretor médico Laboratório de Performance Humana (LPH) da Casa de Saúde São José, percebeu que o principal problema que o uso da máscara causa é realmente o desconforto. “Quanto mais intenso é o exercício, maior é a necessidade de ar circulando nos pulmões. Como há a barreira física do objeto, realmente temos que fazer mais força”, explica Renata Castro.

O que realmente importa, de acordo com a médica, é o percentual de oxigênio que recebemos ao puxar o ar (cerca de 21%). Já foi comprovado que a máscara não altera essa composição, e nem acumula gás carbônico (produto exalado na expiração).

O segredo para amenizar o desconforto, então, é começar aos poucos até se acostumar. “Diminua a intensidade do exercício pelo menos no início, principalmente se você esteve parado na quarentena. Com 3 meses de atividade diminuída, perdemos nossa capacidade cardiorrespiratória. Isso, somado à máscara, pode gerar desmotivação e frustração”, diz a especialista. Recomenda-se também prestar atenção na respiração: prefira as longas e mais pausadas do que as curtas e com maior frequência.

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Opções de máscaras para treinos 

Elas são obrigatórias e indispensáveis para a sua segurança

treinos de corrida: máscaras
(Americanas/Divulgação)

Elas têm dado o que falar. Os equipamentos com tecnologia Knit (a mesma usada nos tênis de corrida) garantem boa respiração e não encostam na boca e no nariz. Vêm com filtros internos que precisam ser descartados a cada uso. Compre aqui: Máscara de proteção 3D Knit, R$89,90.  

treinos de corrida: máscaras
(Americanas/Divulgação)

Sem costuras, o que evita incômodos e coceiras; e com tecnologia Amni Biotech, que reduz odores. Compre aqui: Máscaras de Proteção Lupo, R$24,49 (kit com 2 unidades). 

treinos de corrida: máscaras
(Americanas/Divulgação)

100% de poliuretano, ela é leve e não fica molhada. Lavável e com um ótimo custo-benefício. Compre aqui: AirMask, R$15,92 (kit com 2 unidades)

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