- Culturalmente falando, a comida é vista como um prêmio.
“Desde pequenos, somos levados a construir esse tipo de relação com a alimentação. Se estamos tristes, ingerimos algo para nos animar. Se ficamos felizes, comemoramos com um jantar, por exemplo. Parando para pensar, a comida está presente em diversas ocasiões importantes de nossas vidas, desde festas de aniversários a formaturas e casamentos”, diz o psicólogo e doutor em neurociência do comportamento Yuri Busin, diretor do Centro de Atenção à Saúde Mental – Equilíbrio (CASME). A educação que recebemos na infância também reproduz a ideia de que alguns ingredientes devem ser merecidos. Afinal, quem nunca escutou dos pais ou familiares “se você parar de chorar, vai ganhar aquele chocolate que gosta”?
- Certos alimentos estimulam a liberação de hormônios.
“Os gordurosos contribuem para a produção de leptina, conhecida como o hormônio da saciedade. As dietas muito restritivas também ativam a necessidade de compensação do cérebro e, então, quando a pessoa se vê diante de algo que ela não pode comer, exagera pela sensação de bem-estar que isso proporciona”, afirma a nutricionista Gabriela Cilla (@gabi_cilla), da Clínica NutriCilla. O açúcar é outro ingrediente muito conhecido pela onda de substâncias que libera no organismo (como a dopamina).
- E também nossos sentidos.
“A comida provoca vários estímulos externos através dos sentidos, como boa aparência (visão), odor agradável (olfato), textura suave (tato) e sabor (paladar). Todos eles liberam neurotransmissores que chegam ao sistema nervoso e resultam em sensações agradáveis (ou não)”, diz Marcella Garcez. A memória afetiva também entra em jogo: alguns pratos são associados por nós a lembranças alegres ou pessoas importantes.